Os erros do PT e os desafios de Bolsonaro
O que o governo do PSL precisa entregar ao povo brasileiro
Nos últimos 15 anos o Brasil foi liderado por dois partidos: Partido dos Trabalhadores (PT) e Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Embora tenha existido avanços em algumas áreas, o país está à beira do colapso em muitas outras, como a corrupção, a educação e a segurança pública. Abaixo, separamos 5 desafios que o presidente eleito Jair Bolsonaro terá para melhorar a nação.
1- Fim da corrupção
É certo que a corrupção sempre existiu no Brasil, mas os escândalos dos últimos anos foram tão grandes que faz essa ser a segunda maior preocupação do brasileiro, superando a segurança, a educação e até mesmo a saúde.
O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2017 mostra o Brasil na 96ª posição. Ou seja, 95 países demonstram ser menos corruptos do que o nosso, inclusive Cuba, Uruguai, Butão, Chile, Costa Rica e até Senegal.
Escândalos de corrupção ocorridos durante o governo petista mostram a falta de caráter de centenas de políticos de vários partidos.
Em entrevista a jornalista Ana Carolina Cury, do Brasil Notícias, o mestre e doutor em Ciência Política Valter Carvalho declarou que mudar essa situação é uma das principais obrigações de Bolsonaro, já que sua campanha eleitoral repetiu tantas vezes que acabaria com a corrupção:
“A população deve esperar dele uma melhoria na questão da gestão pública. Da transparência, do combate à corrupção, porque também é uma bandeira importante que ele levantou ao longo de sua carreira política.”
Como primeiro ato para combater a corrupção, o presidente eleito convidou o juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Moro é um dos principais responsáveis pelo sucesso da Operação Lava-Jato e certamente o nome que mais se destacou no combate à corrupção dos últimos anos. Foi ele, por exemplo, que decretou a prisão do ex-presidente Lula. De acordo com o Instituto Paraná Pesquisa, 82,6% dos brasileiros acreditam que o juiz acertou em aceitar o convite de Bolsonaro, o que demonstra alta confiança no novo ministro.
2- Segurança pública
Outra das principais propostas de Bolsonaro é resolver o problema da segurança pública e por isso deve ser prioridade em seu governo. Nunca houve tantos assassinatos no Brasil. Somente em 2017 foram mais de 63 mil mortos, a maioria habitantes de periferias e negros, segundo o Fórum de Segurança Pública.
O Brasil já possui a terceira maior população carcerária do mundo, mantendo sem liberdade 729.463 (dos quais 37% aguardando julgamento). Pior: temos apenas 367.217 vagas no sistema prisional. Ou seja: há superlotação. Esse problema tem se agravado gradativamente nos últimos 30 anos e pouco foi feito para resolvê-lo.
Para Carvalho, o novo presidente precisa entregar “a melhoria dos serviços públicos e da segurança pública, principalmente, que é a bandeira pela qual ele tem levantado há uma longa data. As altas taxas de violência, de desemprego, serviços públicos deficitários, são desafios bastante grandes que o presidente terá que enfrentar”.
3- Todos pelo Brasil
A polarização que tomou conta do país em 2014 e chegou ao ápice durante a campanha eleitoral 2018. Até mesmo mortes por motivos políticos foram registradas.
Grande parte dessa raiva foi gerada pela esquerda que defende Lula e Dilma e pela direita que ataca os dois. Para o diplomata e professor de Economia Política Paulo Roberto de Almeida, “Bolsonaro primeiro precisa pacificar o país. Ou seja, terminar com essa oposição, essa grande divisão entre os vencedores e os perdedores”.
4- Desemprego e economia
Quando Dilma Roussef foi deposta, o Brasil enfrentava grave crise política e econômica, o que se refletia nos índices de desemprego. No último ano de governo da petista eram 6,9 milhões de desempregados (maior taxa em seis anos). Durante o processo de impeachment, quando Michel Temer assumiu, e posteriormente, no governo do emedebista, essa taxa aumentou para 13,7 milhões de desempregados (pior número da história brasileira). Hoje são 12,6 milhões.
Ao mesmo tempo a dívida pública brasileira segue aumentando e o país deve fechar no vermelho pelo quarto ano consecutivo. Essa dívida, que já foi de apenas 34% do Produto Interno Bruto (PIB) anual brasileiro*, segue crescendo desde 2011 e hoje alcança índices estratosféricos, como mostram os gráficos abaixo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI):
Segundo perspectivas do FMI, em 2021 essa dívida pode chegar a 92%, segundo pior índice da história, superado apenas pelos 100% de 1989.
Hoje há um déficit primário de R$ 139 bilhões e Bolsonaro promete zerar essa dívida já em 2019, alcançando o superávit em 2020. Isso ajudaria os 50 milhões de brasileiros que vivem na linha da pobreza e dos quase 13 milhões de desempregados.
“O principal desafio do próximo governo é inegavelmente o desastre fiscal. Ou seja: o déficit previdenciário, o déficit orçamentário, o crescimento da dívida pública”, afirma Almeida.
Além de tudo isso estão em pauta reformas educacionais e estruturais. Cabe ao presidente encontrar soluções e ao eleitor cobrar aqueles que foram eleitos.
*O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos, ou seja: a riqueza produzida pela região.