thumb do blog Cristiane Cardoso
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A tática que não funcionou

“A gente acredita em quem não era pra acreditar e não acredita em quem mais devíamos acreditar”

Imagem de capa - A tática que não funcionou

Bobinha, sem noção, lerdinha, desengonçada e magrelinha. Dei muito trabalho pra minha mãe nestes três últimos quesitos. Demorava demais pra fazer qualquer coisa, parecia estar sempre em modo lento. Vivia com roxões no joelho e nas pernas, sem contar o queixo que, semanalmente, estava com um band-aid. E não comia nada. Qualquer verdinho que aparecia na comida já era razão pra rejeitá-la. Eu simplesmente não tinha fome. Minha mãe sofreu por isso, e pra ver se eu reagia, ela me dizia que eu estava virando uma Olivia Palito. Tadica, sei bem o que é você fazer de tudo pra que seu filho mude, inclusive jogar baixo kkkk… fiz isso com o Filipe também. O problema é que não funciona.

Quanto mais a minha mãe falava o quanto eu estava magrelinha, menos eu reagia. Em vez de eu acordar pra vida e ver que estava feinha, eu aceitava ser feinha. Tática que não funcionou comigo e que futuramente usaria com o meu filho e também ganharia um zero. Por que será que a gente insiste em táticas que não funcionam? Além de me achar feia, comecei a reparar tudo de errado no meu corpo, como pernas finas, nariz pra baixo e pesão. Minha mãe vivia me falando que eu era linda, mas no meu interior, eu não acreditava nas palavras dela. Achava que ela estava falando isso porque era minha mãe, e que a opinião dela a meu respeito não contava – pois é, outro grande erro do ser humano! A gente acredita em quem não era pra acreditar e não acredita em quem mais devíamos acreditar.

Pra você ter uma ideia, cresci achando um milagre, um dia, algum rapaz se apaixonar por mim, por isso vivia sonhando acordada, fazendo as minhas próprias histórias de ficção ao meu respeito.

A história continua…

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Colaborador

Cristiane Cardoso / Foto: Arquivo Pessoal