Mais de 30% das crianças entre 11 e 17 anos têm contas “secretas” em redes sociais, que utilizam para esconder dos pais suas amizades e atividades na internet.

A descoberta foi feita por um estudo britânico realizado com 1.007 pais e 1.000 crianças. Os resultados apontam que, a cada três crianças, uma está mentindo para seus pais ao utilizar a internet.

De acordo com a psicóloga que realizou a pesquisa, Jessica Swainston, o hábito pode ser muito perigoso, pois pessoas nessa idade “ainda não desenvolveram totalmente o córtex pré-frontal, uma região importante para a regulação da emoção. Isso só vai acontecer no início da idade adulta. O que significa que, potencialmente, pessoas nessa idade estão em um risco maior de serem influenciadas por conteúdo negativo”.

Tempos sombrios

Esse comportamento infantil se torna ainda mais perigoso diante do acesso cada vez mais fácil de crianças às redes sociais. Embora a maioria delas afirme não ser direcionada a crianças, qualquer pessoa pode criar a conta. Para isso, basta digitar “18 anos” quando a idade é questionada.

O problema é que, assim como crianças têm fácil acesso às redes sociais, criminosos também têm. Nessa semana, a BBC publicou uma reportagem mostrando o grande número de assediadores que enviam mensagens impróprias para crianças na rede social Likee – rede social essa que, embora poucos pais conheçam, é “moda” entre as crianças.

No mundo inteiro, a Likee tem 150 milhões de usuários, sendo que o site cresceu 86% somente no último ano. De acordo com a reportagem, diariamente crianças recebem “cantadas” pela rede social. Pior: muitas delas recebem fotos íntimas de adultos e são aliciadas a enviar imagens para esses assediadores.

Como em outras redes sociais, há o dispositivo “controle dos pais”. Mas, para que os pais façam esse controle, eles precisam estar muito atentos às atividades online de seus filhos.

E você, sabe o que seus filhos estão fazendo na internet?

A psicóloga clínica Verônica Kehdi, especialista em Desenvolvimento de Pessoas e Grupos Terapêuticos, explica que crianças, realmente, não têm discernimento sobre a real consequência daquilo que estão fazendo:

“Ela é uma criança. E é para isso que existem os pais: para orientar, acompanhar, ensinar, explicar. Então, se a criança é pequena, os pais têm que estar juntos, sim; têm que estar acompanhando, orientando”.

De acordo com ela, “o dever dos pais é estar junto e acompanhando para que essa criança não corra riscos graves, como, por exemplo, contato com assediadores e pedófilos”.

A educadora Andreia Villas Boas, colaboradora da Escola Bíblica Infantil (EBI), concorda que a supervisão dos pais é extremamente importante. Ela ressalta que, ainda que as crianças não queiram permitir essa supervisão, “os pais têm direito de controlar o acesso à internet dos filhos. E orientar sobre os conteúdos que os filhos jovens assistem e postam na internet”.

A educadora afirma que, para que isso aconteça, é importante estabelecer uma boa relação entre pais e filhos. Neste sentido, a própria EBI auxilia os pais na educação, orientando as crianças sobre a importância de dar atenção aos ensinamentos de seus pais. Para conhecer mais sobre o trabalho da EBI, clique aqui.