8 dicas para não ser vítima no ano das fake news

Faltam apenas seis meses para as eleições gerais de 2022. Entenda a importância de estar alerta para não ser enganado neste período decisivo

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A desinformação está cada vez mais presente em nosso dia a dia e em período eleitoral ela tente a crescer. As conhecidas fake news (notícias falsas) surgem para enganar, incitar dúvidas, reforçar achismos e criar divergências, principalmente por serem compartilhadas como se fossem informações autênticas quando, na verdade, não passam de mentiras produzidas.

O avanço tecnológico não permite apenas o compartilhamento desenfreado de textos mentirosos, mas também a criação de diferentes conteúdos falsos, as chamadas deepfakes (vídeos e áudios extremamente realistas criados ou manipulados com técnicas de inteligência artificial). Diogo Rais, doutor em direito constitucional e pesquisador do tema tecnologia e eleições, explica que a deepfake “é capaz de produzir um vídeo que, aos olhos humanos, é perfeito. Ele mostra a pessoa fazendo algo que nunca fez, falando algo que nunca falou ou em um lugar em que nunca esteve”.

Fato ou boato?
Nas eleições de 2018 a desinformação foi um dos maiores problemas. Depois daquela experiência, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou o Programa de Enfrentamento à Desinformação, que se tornou permanente na agenda da Justiça Eleitoral. “O combate às notícias falsas está estruturado em três eixos: informar, capacitar e responder. A ideia é que o programa tenha maior agilidade com o objetivo de reduzir o impacto negativo e o potencial de viralização de notícias fraudulentas ou desinformativas”, informa o TSE em relação à estratégia neste ano.

Mais de 70 plataformas digitais e mídias sociais aderiram à iniciativa do TSE para combater a disseminação de fake news. Além disso, há também uma parceria com nove agências de checagem de informação e todas as notícias verificadas ficam disponíveis no portal Fato ou Boato, da Justiça Eleitoral. Para ler as conclusões, basta acessar justicaeleitoral.jus.br/fato-ou-boato.

Para Marilda Silveira, doutora em direito público e pesquisadora do Observatório Eleitoral, essas medidas são fundamentais, já que as fake news podem afetar a liberdade do eleitor: “o processo eleitoral é um instrumento de concretização da democracia. A igualdade de oportunidades e a liberdade de escolha são fatores que se apresentam como elemento comum de legitimação das eleições. Se as fake news afetam a liberdade e a igualdade de oportunidades, estamos diante de um sério risco para a legitimidade do processo eleitoral e da própria democracia”.

Como não se enganar?
Apesar das iniciativas dos órgãos públicos, das mídias sociais e dos veículos de comunicação, ainda é necessário que o eleitor se mantenha em constante alerta para não ser enganado. Afinal, nossas escolhas são baseadas nas informações que possuímos e a verdade é indispensável para contribuirmos para uma democracia transparente, equilibrada e legítima.

As fake news podem tirar a liberdade de escolha e de informação do eleitor, instigando a uma tomada de decisão errada, mas “a tecnologia tanto facilitou a disseminação de fake news como, também, o seu bloqueio e o seu combate”, lembra Diogo Rais, especialista no tema desde 2010.

Então, além de pesquisar e avaliar cada candidato, o eleitor também pode e deve participar desse combate à desinformação.

Identificar as inverdades, conteúdos enganosos e manipulados não é uma tarefa fácil, mas, para que ela seja efetiva, há alguns hábitos que podem auxiliar. Veja no quadro abaixo.

Já Marilda Silveira ressalta que esses passos são muito importantes nessa jornada de amadurecimento para o mundo digital e que “conter o impulso de compartilhar conteúdo que sabe que é falso não é apenas uma questão de cidadania. As pessoas também precisam estar cientes de que compartilhar notícias falsas pode ser considerado crime”. Então, assuma sua responsabilidade, fique consciente e faça a sua parte para não ser vítima nem instrumento de propagação de fake news.

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Colaborador

Laís Klaiber / Foto: Getty images