A carne é fraca, mas como está o seu espírito?

Muitos se rendem às fraquezas porque acreditam que não conseguem resistir a elas. Dessa forma, conduzem suas vidas em oposição ao que planejaram. Entenda como se superar diante de qualquer situação

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A expressão “a carne é fraca” é comumente usada por muitas pessoas como justificativa para o fato de não resistirem às tentações que a vida apresenta a elas. O que elas não entendem é que essa falta de resistência não está relacionada à carne, ou seja, ao corpo delas, mas ao tipo de espírito que elas possuem. Aqui vale esclarecer que não se trata do espírito do diabo, mas o da própria pessoa, que é caracterizado pelo modo que ela pensa, vê a si mesma e a tudo ao seu redor, como ela entende, faz escolhas, o que prioriza e o que a faz agir e reagir (confira alguns tipos de espírito na pág. 19).

Por isso essa frase, frequentemente tirada de contexto e usada erroneamente pelas pessoas, foi dita pelo Senhor Jesus não para ser usada como desculpa para o fato de não conseguir resistir a algo, mas como um alerta: “(…) na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.41). Ele afirmou que a carne é, de fato, fraca e que essa condição dela não muda conforme as circunstâncias. Ao dizer, porém, que o espírito está pronto, Ele revela que o espírito de uma pessoa é passível de mudança e que, quando ele está preparado, é possível resistir a tudo e dar um novo rumo à sua vida. Por exemplo, se a carne é tentada a mentir, mas a pessoa tem um espírito sincero, ela não vai mentir. Da mesma forma, se a carne é tentada a trair, mas a pessoa tem um espírito fiel, ela não cederá à infidelidade.

Por essa razão, o Senhor Jesus também afirmou: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos digo são espírito e vida” (João 6.63). Contudo, as Suas Palavras só produzem Vida quando o Espírito de Deus se revela ao espírito da pessoa e, para que isso aconteça, só há uma forma. O Bispo Renato Cardoso, durante a transmissão da oração em preparação à Fogueira Santa, que ocorre de segunda a sextafeira, a partir das 22h30, nos canais oficiais da Universal, disse que a única forma do Espírito de Deus chegar a uma pessoa é por meio da Palavra dEle.

Foi dessa forma que Gideão teve seu espírito mudado e deixou de ser escravo das circunstâncias de opressão ao seu redor. Ele, que não apenas era o menor de Israel, mas se via também dessa forma, obedeceu à direção dada de sacrificar tudo o que era contrário à Palavra de Deus (Juízes 6.25-34) e, assim, gerou em si um espírito forte e corajoso que lhe possibilitou ser revestido pelo Espírito de Deus.

Quando isso aconteceu, Gideão, que antes não se via em condições de livrar o seu povo da opressão (Juízes 6.15), colocou um exército sob a sua liderança para vencer os inimigos e ainda mostrou como todos deveriam agir (Juízes 7.17). E é isso, enfatiza o Bispo Renato, que acontece com quem, a exemplo do que fez Gideão, dá ouvidos à Palavra de Deus. “As Palavras de Deus entraram nele, arrancaram os espíritos ruins e o Espírito de Deus entrou. (…) Por isso, o espírito do medo saiu de dentro dele e o espírito da coragem entrou, o espírito de inferioridade saiu e o espírito da liderança entrou”, esclareceu.

Quando a pessoa decide dar ouvidos ao que Deus diz e obedecê-Lo, o maior milagre acontece. Deus dá a ela um novo coração, capaz de fazê-la abrir mão das próprias vontades para fazer a de Deus, um novo espírito, que não se sujeita aos maus pensamentos, e sela essa transformação ao lhe dar o Seu Próprio Espírito (Ezequiel 36.26-27), que a capacita para fazer a boa, perfeita e agradável Vontade dEle. Ela passará a ter a mente de Cristo, o que significa que passará a pensar como Deus pensa. A partir daí, ela deixa de ser controlada por impulsos, emoções e desejos e passa a fazer questão de praticar o que agrada a Deus e se afasta de tudo que Ele abomina.

O medo a anulava
A cabeleireira Sueli Aparecida Monteiro Alves, de 54 anos (foto à esq.), não consegue explicar por que começou a sentir tanto medo. “O medo sempre me acompanhou, desde a infância. Quem olhava para mim não percebia isso. Eu tinha medo de tudo, como o de perder as pessoas ou de morrer. Isso era muito forte em mim”, conta. Na adolescência, esse sentimento começou a fazer com que ela ficasse dependente das amizades. “Não importava o que eu sentia, eu queria agradar às pessoas. E, por ser medrosa, insegura e querer agradar às pessoas, eu acabava me anulando sempre.”

Mesmo quando Sueli tentava não agir dessa forma, ela não conseguia: “eu não conseguia ser nem agir diferente porque o medo me paralisava. Algo me falava: ‘você não vai conseguir’, ‘você vai se arrepender’. Então, eu não fazia as coisas exatamente como eu queria fazer e concordava com tudo, mesmo que no meu íntimo eu dissesse a mim mesma o contrário”, revela.

Sueli conta que até seu casamento terminou, em parte, em consequência do medo. “Tive um casamento aparentemente muito bom por 15 anos, mas eu não conseguia ser boa esposa, não conseguia me resolver internamente nem ajudar as pessoas. Minha falta de amor-próprio e de atenção comigo mesma me anulavam completamente. Aí o casamento chegou ao fim e isso me custou muito emocionalmente”, diz.

Depois da separação, Sueli reencontrou uma amiga que já frequentava a Universal e que falou que ela tinha que conhecer o Deus-Vivo. “Passou um filme na minha cabeça de tudo que ocorreu na minha vida e eu conversei com Deus, apesar de ainda não conhecê-Lo. Eu falei: ‘Deus, se o Senhor existe e é aquele Deus de quem a minha amiga fala, o que eu faço? Por onde eu começo?’”

Foi quando ela decidiu aceitar o convite da amiga e participar de uma reunião na Universal. As palavras que ouviu ali foram gerando nela a força para reagir e confrontar seus medos. “As coisas foram ficando mais claras na minha cabeça e consegui ver o que estava por trás de tanto sofrimento. Quanto mais eu ia às reuniões, mais eu tinha necessidade de escutar e aquilo foi me fortalecendo. Então, eu tomei a decisão de me batizar nas águas, matar aquela velha Sueli e deixar para trás aquele medo, aquela insegurança”, diz.

Mas Sueli não só queria como sabia que precisava de algo a mais, ou seja, da Presença do Próprio Deus dentro dela. “Nesse momento, lembrei daquela Sueli que só queria agradar às pessoas e falei: ‘eu quero agradar a Deus’. Então, passei a me dedicar mais, a ir mais às reuniões, a ler a Bíblia logo pela manhã, a jejuar e a orar de madrugada pedindo a Deus o Espírito dEle. Ao mesmo tempo, percebi a necessidade de liberar o perdão, porque o fim do meu casamento foi causado por traição. Então, mesmo sem vontade, eu apresentava a Deus a vida do meu ex-marido e da pessoa que estava com ele. Assim, o Espírito Santo veio sobre o meu ser e me tornei uma pessoa mais forte.”

Sueli dá o seguinte testemunho: “hoje não vivo mais movida por emoção. Eu pergunto tudo ao Espírito Santo e espero que Ele me responda para me direcionar”. Ela diz que sua transformação é evidente: “o que mudou primeiro foi saber o quanto eu sou amada por Deus e a paz que carrego dentro de mim. Mesmo diante das lutas, tenho a esperança de que tudo vai se resolver e o medo não me assusta mais. Hoje tenho a certeza de que minha vida está no controle de Deus”, conclui.

Novo espírito, nova vida
“Eu não me via capaz de conquistar nada. Eu era uma pessoa negativa e sem forças para lutar e alcançar algo.” Era assim que o autônomo Adriano Veríssimo, de 36 anos (foto à dir.), se enxergava e, sem perceber, sua vida foi sendo moldada por esse tipo de pensamento.

Aos 17 anos, Adriano começou a beber e, a partir daí, os problemas se agravaram, pois, segundo conta, ele passou a se envolver com amizades erradas. Por meio de amigos em comum, Adriano conheceu Jaqueline Pimentel da Silva, sua esposa, mas o início do relacionamento foi conturbado. “Tudo começou errado, pois logo fomos morar juntos e praticamente não tínhamos nada”, relata.

Ele revela que as brigas entre eles eram constantes e o que as motivava: “eu não tinha respeito por ela e era viciado em pornografia e em jogos de azar, o que me fez perder muito dinheiro. Eu deixava de comprar o que era necessário em casa e algumas vezes deixei de pagar o aluguel, pois tinha perdido todo o meu salário em uma noite jogando na máquina caça-níqueis. Eu gastava tudo que ganhava com os vícios”.

Foi quando o relacionamento terminou que Adriano se deu conta da maneira como estava conduzindo a sua vida. “Enquanto eu curtia, traía e bebia, estava bom, mas, quando descobri uma traição da minha esposa, tive depressão. Eu não saía para lugar nenhum, ficava somente dentro de casa, com insônia ou tinha pesadelos. Eu sentia um vazio, uma angústia, e perdi a vontade de viver. A alegria que eu achava que tinha, na verdade, era momentânea”, observa.

A mãe e as irmãs de Adriano já frequentavam a Universal e, apesar de notar a mudança delas, ele sempre recusava os convites que elas faziam para que ele participasse de uma reunião. A razão para tanta resistência, segundo ele conta, era o fato de querer fazer tudo do seu próprio jeito. Contudo, quando Adriano se viu no fundo do poço, finalmente decidiu dar a Deus a oportunidade de mudar a situação, apesar de ainda não ter entendido que, na verdade, estava dando a si mesmo a melhor oportunidade.

Ele lembra que a Palavra que ouviu quando chegou à Universal falava de transformação de caráter e de vida. Aquilo, então, despertou nele o desejo de mudar. Decidido, Adriano deu início à sua caminhada na fé, se batizou nas águas e entregou sua vida ao Senhor Jesus. “A minha sede de mudança era tão grande que passei a ir quase todos os dias à igreja. Conforme ia ouvindo a Palavra de Deus, eu ia entendendo tudo de que deveria abrir mão para realmente ter uma vida com Ele. Meu espírito era de uma pessoa fracassada, o que me atrapalhava e não deixava que eu andasse para frente, mas para trás.” Ele lembra como sua mudança interior foi acontecendo: “antes, apesar de tentar, eu não conseguia sair do lugar, porque achava que a carne era fraca e que eu não tinha forças para resistir às tentações. Eu culpava as situações e as pessoas pelo meu fracasso, fazia escolhas erradas, enganava, mentia, era falso com as pessoas e não tinha palavra de homem. Então, quando ouvi falar do Espírito Santo, foram despertados em mim a sede e o desejo de tê-Lo”.

Até que em uma Fogueira Santa, Adriano viu a chance de que tanto precisava. “Sacrifiquei minhas vontades e comecei a mudar meus hábitos, os lugares que frequentava e fui trabalhando nas minhas fraquezas. Deixei de fazer do meu jeito para fazer como a Palavra de Deus ordena, passei a orar mais, a fazer propósitos de jejum, a acordar de madrugada para orar, a ouvir músicas que louvam a Deus, ou seja, me conectei mais com Ele porque sabia que para que eu permanecesse na fé eu precisava receber o Seu Espírito.”

Ao receber o Espírito Santo, ele obteve paz e a certeza de que sua vida seria transformada. “A partir daí, eu tinha a direção do Próprio Deus guiando minha vida.” A esposa dele, ao ver sua mudança, decidiu ir à Igreja e buscar também a mudança. Hoje, com o casamento restaurado, os dois servem a Deus juntos. “Por meio do Espírito Santo, meu caráter mudou e todos O veem nas minhas ações cotidianas, no meu comportamento, na minha forma de falar e de agir. O Espírito de Deus me preenche e é o meu bem mais precioso. Eu posso perder tudo, mas Ele é a única coisa que não posso perder”, encerra.

Todo mundo conseguia, menos ela
Gerlane Brazões, de 42 anos (foto à esq.), se achava inferior a tudo e a todos. “Eu tinha um complexo de inferioridade muito grande. Quando eu chegava em uma entrevista de emprego, por exemplo, eu já ia com o pensamento de insegurança de que não conseguiria passar. Eu me sentia incapaz de tudo a que eu me propunha a fazer e esse complexo era resultado de tudo de ruim que as pessoas me falavam e nas quais eu acreditava.” Ela lembra que sofria humilhações e ouvia palavras de derrota.

Em busca de uma vida melhor, Gerlane saiu de sua cidade natal, no interior de Minas Gerais, e se mudou para São Paulo. Aconselhada por uma tia, ela procurou emprego em uma casa de família para atuar como babá, mas, à medida que o tempo passava e sem conseguir trabalhar, seu espírito de derrota persistia. “Eu pensava: ‘um lugar tão grande, com tantas oportunidades, e eu vou acabar voltando para minha terra pior do que quando saí’. Meus pensamentos sempre eram de dúvida e insegurança, me lembravam do meu complexo e me diminuíam. Para mim, todos conseguiriam, mas eu não”, diz.

Mesmo quando tentava agir diferente, Gerlane revela que não conseguia. “Eu culpava a mim mesma e às pessoas por me sentir inferior. Eu acreditava que elas tinham mais oportunidades do que eu tive e por isso conseguiam, mas eu não me posicionava diante das situações e ficava tímida.”

Nesse período, ela conseguiu um emprego em um salão de beleza e lá conheceu uma senhora que era membro da Universal e a convidou para ir a uma reunião. Gerlane aceitou. “A primeira palavra que ouvi e que me fez repensar a forma como eu fui até ali e a enxergar que os complexos que eu tinha podiam ser vencidos foi que ‘tudo é possível àquele que crê’.” Ela lembra que ouviu falar do Espírito de Deus: “o pastor falava do Espírito Santo como algo extraordinário e eu O quis. Eu pensava que se eu O tivesse, a minha vida seria diferente e, então, me batizei nas águas, passei a olhar para mim e decidi ter atitudes diferentes. Com isso, Deus já foi me moldando, inclusive a minha mente. Eu consegui arrumar um emprego e as coisas começaram a andar”, conta.

Mas a mudança na vida de Gerlane estava apenas começando. Em uma Fogueira Santa, ela decidiu sacrificar todos os sentimentos em favor do batismo com o Espírito Santo. “Eu me entreguei totalmente, de tal forma que recebi uma alegria imensa, algo inexplicável, que só o Espírito Santo pode fazer. Aquela Gerlane que se achava pior do que todo mundo desapareceu. Entrou uma força tão grande dentro de mim que não tinha mais vazio e tristeza que ficassem. A minha mente e meu interior foram transformados”, diz.

Ela passou a se ver com capacidade, já que agora o seu espírito estava unido ao Espírito de Deus. Assim, Gerlane mudou a sua vida financeira, passou a atuar como professora de educação infantil e se casou com uma pessoa que a valoriza. Mas, para se manter com este espírito forte, ela não deixa de investir na sua comunhão diária com Deus. “A pessoa pode ser a mais rica do mundo e ter posse de tudo, mas se não tiver o Espírito Santo, ela é miserável. Hoje o Espírito Santo me dá direção, me ajuda e me guarda. Ele é a minha maior riqueza”, finaliza.

Avalie qual tem sido o seu espírito

O espírito do medo: impede a pessoa de viver. Ela tem medo de errar, de tentar e de perder
O espírito invejoso: tudo dos outros é melhor e a pessoa não valoriza o que tem
O espírito derrotista: a pessoa não tenta e nem sequer começa algo porque acha que nada vai dar certo
O espírito vitimizado: a pessoa acha que os outros sempre estão contra ela
O espírito orgulhoso ou vaidoso: a pessoa se acha melhor do que as outras
O espírito de inferioridade: a pessoa se acha incapaz
O espírito abatido: a pessoa é negativa, pessimista e se entristece facilmente diante das circunstâncias
O espírito egoísta: a pessoa pensa somente em si e não se preocupa com o bem-estar do próximo
O espírito malicioso: a pessoa vê maldade em tudo

O que falta em você sobra em Deus
O Bispo Renato Cardoso destacou, ainda durante a transmissão da oração da caminhada da Fogueira Santa, que todas as virtudes que faltam no espírito do homem sobram em Deus (Malaquias 2.15): “Deus tem Espírito para dar. Sobra nEle a força, a vida, a alegria, o prazer, a satisfação, a felicidade, tudo que o ser humano busca, infelizmente, em lugares errados. Falta no homem, mas Deus tem em abundância para dar”. A proposta da Fogueira Santa da Troca de Espírito é que você peça para que Deus troque esse espírito que está em você, que bloqueia a ação dEle e o impede que se torne Um com Ele (1 Coríntios 6.17).

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Colaborador

Núbia Onara/ Fotos: gokhanilgaz/getty images, Demetrio Koch e SanyaSM/getty images