A luz que vem de Deus

Entre os objetos sagrados existentes no Templo de Salomão e no Jardim Bíblico, em São Paulo, a menorá tem significados especiais

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Você já parou para pensar nos significados dos elementos existentes no Templo de Salomão e no Jardim Bíblico? Apesar das possíveis interpretações, uma coisa é certa: nada foi colocado ali por acaso. Cada réplica foi baseada na Bíblia, respeitando a simbologia e as indicações do Livro Sagrado. Nesses espaços de reverência a Deus, tudo tem um propósito. Afinal, o Templo de Salomão localizado em São Paulo foi erguido para restaurar o contato direto das pessoas com Deus.

Dentre os objetos que podem ser encontrados durante a visita ao Jardim Bíblico, um deles chama atenção: a menorá. Esse candelabro de sete chamas teve origem há mais de 3 mil anos, quando Deus instruiu Moisés a construir o Tabernáculo, templo móvel que simbolizava a habitação de Deus na Terra. A menorá tornou-se um dos principais símbolos do judaísmo e está presente também na fé cristã.
A primeira menorá foi descrita detalhadamente por Deus a Moisés, como descrito em uma passagem do livro bíblico Êxodo (25:31,32): “faça um candelabro de ouro puro e batido. O pedestal, a haste, as taças, as flores e os botões do candelabro formarão com ele uma só peça. Seis braços sairão do candelabro: três de um lado e três do outro”.
Significados
O Pastor Vagner Galon, sacerdote do Templo de Salomão, ajuda a desvendar alguns significados relacionados à menorá. “Deus deixou claro que o candelabro deveria ser uma peça única, inteira, de ouro puro. Quando falamos em ouro estamos falando de Deus, da divindade dEle, só há um Deus”, explica. Ao contrário de outros metais, o ouro não se deteriora com o tempo e, por isso, representa o caráter imutável de Deus.

O Pastor ainda destaca que o candelabro ficava dentro do Tabernáculo, mais especificamente no chamado Santo Lugar. “O candelabro era a única fonte de luz. É importante lembrar que não havia luz elétrica naquela época. O candelabro ficava na frente da mesa dos pães para iluminar esses pães, que representavam as 12 tribos que viviam ao redor. Ou seja, o candelabro iluminava o povo, afastando-o das trevas. Além de iluminar o lugar no sentido literal, ele simbolizava a presença de Deus”, diz.
O Pastor esclarece que, na época de Moisés, os sacerdotes eram responsáveis por manter as chamas do candelabro acesas e fazer sua manutenção duas vezes por dia. “O candelabro era aceso com o azeite da primeira prensa, que é o mais puro, o mais nobre. As chamas nunca podiam se apagar”, detalha.
Deus, Jesus e Espírito Santo
A menorá também tem outros significados. O Pastor Galon explica o motivo das sete hastes do candelabro. “A menorá tem uma haste central e três braços que saem de cada lado, totalizando o número sete, que representa a perfeição de Deus, a totalidade.” E não para por aí. Do ponto de vista do cristianismo, a menorá e seus detalhes têm sentidos igualmente sagrados. “Na menorá, nós encontramos brotos, flores e copas em forma de amêndoa. O broto simboliza Deus. Desse broto, aparecem as flores, que simbolizam Jesus Cristo. E na copa era onde se colocava o azeite, que representa o Espírito Santo, a continuidade, os dias de hoje”, diz. O Pastor ainda aponta uma curiosidade: a Bíblia não traz indicações quanto ao tamanho da menorá. “Por que Deus não deu essas referências? Podemos dizer que é impossível medir o tamanho de Deus, o tamanho da luz de Deus”, sugere.

Menorás no Templo e no Jardim Bíblico
A Bíblia serviu de inspiração para a confecção de todas as menorás colocadas no Templo de Salomão, em São Paulo, e também nos espaços ao redor do local. Assim como nos tempos antigos, a réplica do Tabernáculo construída no bairro do Brás, em São Paulo, conta com uma menorá que fica em frente à mesa dos pães. Fora do Tabernáculo, há outra menorá ainda maior, iluminada com luz artificial, ao lado da qual muitos visitantes posam para fotos.
Já o interior do Templo de Salomão conta com uma menorá no Altar, que traz o nome de Jesus Cristo gravado em hebraico. O espaço ainda conta com 12 menorás ornamentais nas paredes, seis de cada lado, que representam as 12 tribos de Israel.
Os detalhes do Templo de Salomão e do Tabernáculo chamam a atenção de frequentadores da Universal e também de visitantes que professam outra fé. “Quando recebemos judeus, por exemplo, eles sempre comentam que é interessante como conseguimos buscar essa fé original. Muitos ficam felizes de saber que existe um lugar fora de Israel que preserve essa fé que vem dos nossos pais Abraão, Isaac e Jacó. Eles ficam muito felizes, maravilhados”, esclarece.
O número de visitantes judeus vem aumentando continuamente e agora o passeio guiado também pode ser feito em hebraico. “O sacerdote Alexandre Nascimento ficou três anos e oito meses em Israel, conhece a cultura judaica e realiza o tour em hebraico”, finaliza o Pastor Galon.

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Colaborador

Rê Campbell / Fotos: Demetrio Koch