A obesidade é um fator de risco expressivo para a COVID-19
No Brasil, mais de 20% da população é obesa. Entenda a situação e saiba como se cuidar
Recentes pesquisas mostram que a obesidade é um fator de risco expressivo para a COVID-19. Um estudo conduzido por cientistas italianos, e publicado no Jornal Europeu de Endocrinologia, reforçou o risco de que pessoas obesas infectadas pelo novo coronavírus desenvolvam quadros graves da doença. Também alertou que qualquer grau de sobrepeso pode ser prejudicial.
O grupo analisou 500 pacientes hospitalizados na região de Bolonha. E, concluiu que um IMC (índice de massa corporal) acima de 30 (obesidade 2) já é suficiente para aumentar as chances de complicações causadas pela doença e de morte. No Reino Unido, por exemplo, as diretrizes atuais para identificar pessoas com maior risco são definidas com um IMC de 40 (obesidade 3).
O IMC é uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal (ao dividir o peso pela altura ao quadrado), adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O critério estabelece “peso normal” quando o cálculo resulta entre 18,5 e 24,99. Acima do peso entre 25 e 29,99. Mais do que isso é considerado obesidade em diferentes graus: I, severa ou mórbida.
Outros fatores ligados à obesidade, por exemplo, resposta imunológica prejudicada para infecções virais, alterações da função pulmonar e quadros inflamatórios crônicos, também aparecem como potenciais desencadeadores de um agravamento. Quadros como a síndrome do desconforto respiratório agudo, a insuficiência respiratória aguda entre outras complicações.
Células podem servir como reservatório
No Brasil, uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) observou que o novo coronavírus infecta de forma mais eficiente as células adiposas do que as epiteliais do intestino ou do pulmão. E, ainda indicou que essas mesmas células, que são as que armazenam gordura no organismo, podem ainda servir como reservatório para a multiplicação do vírus.
A questão agora é investigar se o vírus consegue sair da célula de gordura com capacidade para infectar outras células do corpo. A severidade da COVID-19 preocupa também porque pessoas obesas ainda podem apresentar comorbidades quando acometidas por doenças crônicas, como diabetes e hipertensão – que por si só já são fatores de risco para o novo coronavírus.
Mais de 20% dos brasileiros são obesos
Um levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado no ano passado, mostrou que 22,1% da população brasileira era obesa em 2016. Outro estudo, do Ministério da Saúde, realizado em 2018, relatou que a prevalência da obesidade tinha aumentado. Principalmente, entre os adultos de 25 a 34 anos (84,2%) e 35 a 44 anos (81,1%).
Esses números apontam dados alarmantes sobre a obesidade no Brasil. E, ainda revelam que há um grande número de jovens e adultos com o fator de risco no País. Por isso, é tão importante que todos, independentemente da idade, cuidem-se. Além dos cuidados preventivos com o uso da máscara de proteção individual, distanciamento social e protocolos de higiene.
Dicas para se manter saudável
Ademais, todos devem cuidar da saúde e do bem-estar. Em casa, uma das primeiras medidas é cuidar da alimentação. Beber muito líquido (mesmo nos dias mais frios) e realizar refeições adequadas e saudáveis. Evitar alimentos ultraprocessados – aqueles que são ricos em calorias, sal, açúcar, conservantes, corantes e gorduras – e dar preferência aos alimentos in natura.
Praticar exercício físico regular, orientado por profissionais, mesmo para quem está restrito a ficar mais tempo em casa, é importante. Principalmente a quem sofre com doenças crônicas e sobrepeso. Investir em atividades simples que podem ser feitas no dia a dia, como subir e descer escadas e realizar tarefas domésticas, também ajuda a evitar o comportamento sedentário.
Essas e outras dicas estão no portal do programa Saúde Brasil do Ministério da Saúde, que orienta as pessoas a terem uma vida melhor com hábitos saudáveis, como se exercitar corretamente e se alimentar adequadamente.