“A primeira vez que me cortei foi com caco de vidro”

Conheça a história de Rafaela Sousa, que encontrou em Deus o preenchimento do seu vazio

Imagem de capa - “A primeira vez que me cortei foi com caco de vidro”

A atendente Rafaela Sousa, de 22 anos, conta que seus problemas começaram antes mesmo dela nascer. “Meu pai quis que minha mãe abortasse e a abandonou quando ela decidiu que não interromperia a gravidez.”

Na infância, Rafaela se deparou com a mãe dependente de álcool e com as agressões por parte de seu padrasto. “Ele me acordava de madrugada para me bater, me colocava de joelhos no esgoto com ratos passando perto de mim e me dava chutes.”

Conforme foi crescendo, Rafaela desenvolveu muitos traumas e tentou o suicídio. “Tomei veneno de rato e não obtive êxito, até que conheci a automutilação. A primeira vez que me cortei foi com caco de vidro. Depois, me cortava até com a unha de um gato, mas achei que as lâminas eram melhores, pois faziam cortes mais fundos.”

Automutilação
Para Rafaela, a automutilação era um alívio para o seu sofrimento. “Vivi cerca de dez anos com depressão. Eu não queria viver, mas nunca conseguia me matar. Sempre que a dor e o vazio vinham, eu recorria à lâmina.”

Aos 17 anos, Rafaela foi morar com a avó, mas os problemas persistiram. “Eu tinha que chamar minha tia para me socorrer quando via meus rastros de sangue. Como ela é enfermeira, suturava meus cortes. Tentaram me levar a psiquiatras e me medicar. Eu tomava remédios para dormir, para ansiedade, enxaqueca e compulsão.”

Certa vez, a família de Rafaela a ameaçou com a internação. Para dar fim àquele sofrimento, ela escolheu novamente tentar tirar a própria vida. “Planejei a forma que iria me matar. Escrevi o nome das pessoas mais queridas em folhas diferentes e postava meus cortes nas redes sociais com frases de tristeza e morte.”

Nesse período, Rafaela recebeu ajuda de alguns conhecidos da Força Jovem Universal (FJU). A princípio, ela foi convidada para conhecer o coral do grupo. “Eu gostava de cantar e ia às reuniões porque não queria ficar sozinha.”

Em uma das reuniões, ela ouviu uma mensagem diferente. “O Pastor falou exatamente o que eu estava passando e, no momento da oração, chamou para ir na frente do Altar quem quisesse se entregar a Deus e eu fui.”

Rafaela se entregou para Deus e viu sua vida mudar. Ela parou de se cortar e não quis mais morrer. Em seguida, perdoou a mãe e teve o encontro com Deus.

Hoje, Rafaela ajuda outros jovens e conta como encontrou a felicidade: “agora, não preciso me automutilar nem sinto desejo de morrer, pois encontrei a verdadeira paz em Deus.”

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Colaborador

Maiara Máximo / Fotos: Cedidas