“De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”. (Hebreus 10.29-31).

“Pisar o Filho de Deus”. O autor da epístola nos indica que a punição é proporcional à ofensa cometida. Se quebrar a lei mosaica exigia a morte, desprezar o Senhor Jesus e “pisar” Seu sacrifício trazem a pior de todas as condenações no porvir: o tormento eterno. Embora o Altíssimo seja bom, Ele é justo e se vingará dos que rejeitarem conscientemente o Seu Filho e ultrajarem o Espírito Santo, que opera constantemente para a Salvação.

A expressão “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (versículo 31) significa estar debaixo do peso da justiça Divina e se tornar inimigo de Deus. Aqueles que pensam que Deus é só amor – e por isso seguem no pecado deliberado – ignoraram o Seu caráter justo. A pessoa que decide continuar em rebeldia provará da intensidade da Sua ira e verá que é impossível fugir dela.

Essa exortação nos estimula a ter perseverança na fé para chegarmos ao fim da caminhada cristã.

Colheita
É óbvio que coisas ruins podem acontecer a qualquer pessoa. O que vai determinar se ela vai se recuperar é sua estrutura espiritual alicerçada em Deus, mas, em alguns casos, a pessoa colhe o que plantou – às vezes sem se dar conta disso. Muitas tragédias são consequência de escolhas erradas e de atitudes afrontosas.

Não raro, quem se afasta do verdadeiro senhorio de Deus por meio de Seu Filho, o Senhor Jesus, cai na sedução do mundo. Descuidada da vida espiritual, a pessoa começa a mentir, movida por mágoas e ressentimentos que seguem corroendo-a e, quando menos espera, é surpreendida, o que choca a todos. Mas os mesmos holofotes que atraiu quando achava ter uma boa evidência ou razão acabam iluminando o seu lamento quando ele acontece.  Sua ruína vira uma atração bizarra.

“Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal.

Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus. Mas o perverso não irá bem, nem prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que não teme diante de Deus.” (Ec 8.11-13).

Respeito e reverência
Não nos esqueçamos: o temor a Deus não deve ser só para cerimônias, rituais ou da boca para fora. O respeito e a reverência ao Altíssimo devem estar acima de palavras. Devem estar em nossas ações todos os dias. A atitude de deixá-Lo tem trágicas consequências – que podem ser evitadas, claro, se a pessoa reconhecer seu erro, arrepender-se de fato e contar com a misericórdia divina.

Infelizmente, muitas vezes até quem trabalha na Obra de Deus pode se desviar, mas que esses nunca sirvam de instrumento para fazer tropeçar aqueles que o Senhor Jesus chamou de pequeninos, como se pode ler no livro de Mateus 16.8.

A tragédia nos choca, mas nos faz lembrar Que possamos, com isso, aprender e reavaliar a nossa conduta diante de Deus.