Afinal de contas, existe cristofobia?

Presidente Jair Bolsonaro é alvo de críticas, após citar o assunto em discurso na ONU. Entenda

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Na manhã da última terça-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro discursou na abertura da Assembleia Nacional da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em sua fala, que durou pouco mais de 14 minutos, Bolsonaro lamentou as mortes por COVID-19 no País, reforçou as medidas econômicas e sociais tomadas pelo governo ao longo da pandemia (causada pelo novo coronavírus), o desenvolvimento do agronegócio do País [que se manteve em alta, mesmo diante do período de quarentena] e reiterou o combate do Brasil aos incêndios na floresta Amazônica e no Pantanal.

Cristofobia

Ele, ainda, aproveitou para pedir apoio à preservação da liberdade religiosa e combate à cristofobia. Essa fala, no entanto, causou um enorme burburinho na internet. Isso porque, internautas e até meios de comunicação afirmam que não existe cristofobia no Brasil. 

Todavia, Bolsonaro não afirmou que haja cristofobia no Brasil, mas pediu ajuda à comunidade internacional. “A liberdade é o bem maior da humanidade. Faço um apelo à toda comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”, disse o presidente. 

“Ele está se referindo ao mundo e a gente lembra que ali no Chile estavam queimando igreja.{…} Temos, também, aqui no Brasil, outro tipo de ataque, inclusive, a constituição protegeria símbolos religiosos”, disse o jornalista e comentarista político Alexandre Garcia. 

Desrespeito

Não é difícil encontrar situações em que o cristianismo foi alvo de chacota no Brasil. Quem não se lembra da mulher transexual que desfilou, em meio à Parada do Orgulho LGBT, caracterizada como Jesus “crucificada”?

Já no ano passado, a escola de Samba Gaviões da fiel, foi alvo de duras críticas, quando desfilou, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, com uma representação do Senhor Jesus em que ele perdia uma luta contra o mal.

Também no ano passado, o grupo Porta dos Fundos lançou um filme especial de natal onde tratava o Senhor Jesus como homossexual. Esses episódios escancaram a falta de respeito com a fé cristã professada por milhões de brasileiros.

A verdade é que cristãos são, constantemente, tratados de forma pejorativa. O próprio Bispo Edir Macedo, por exemplo, é, frequentemente, alvo de ataques e fake news, apenas por pregar o Evangelho. 

Perseguição 

De acordo com a organização Portas Abertas, que mapeia a perseguição contra cristãos no mundo, “mais de 260 milhões de cristãos no mundo enfrentam algum tipo de oposição como resultado de sua identificação com Jesus Cristo”. 

Ainda, segundo a organização, Coreia do Norte, Afeganistão e Somália são os países onde os cristãos são mais perseguidos, em uma lista de 50 países. 

“Sim. Os cristãos são perseguidos. E nos países em que o cristianismo deixou como legado a tolerância e liberdade individual, a coisa mais segura do mundo é detonar o próprio cristianismo. A cristofobia é um problema real e Bolsonaro está coberto de razão ao lançar luz sobre ele”, afirmou o economista e comentarista político do R7, Rodrigo Constantino.

Vale lembrar que em 2012 a então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi aplaudida quando falou sobre a islamofobia, também na ONU. 

“Atacar o cristianismo tem sido fundamental para a estratégia totalitária dos progressistas, cuja religião é secular, política. Uma verdadeira seita ideológica. É nesse sentido que os massacres a cristãos pelo mundo acabam ignorados, muitas vezes, enquanto qualquer crítica feita ao islã é recebida como prova  de preconceito”, afirmou Constantino. 

A perseguição contra cristãos é antiga. Ela não começou ontem e não vai acabar amanhã. O próprio Apóstolo Paulo perseguiu cristãos, antes de se converter ao Evangelho (leia em Atos 9). E, infelizmente, de acordo com as Escrituras Sagradas, a perseguição tende a aumentar (veja em Mateus 10:22). Aos cristãos, cabe se posicionar e guardar a sua fé até a vinda do Senhor Jesus.

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Colaborador

Rafaela Dias / Fotos: Getty Images