Alerta: casos de sífilis aumentam no Brasil

Muitas vezes silenciosa, a doença pode levar a complicações e até a morte. Saiba mais sobre os sintomas, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento

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Você já ouviu falar em sífilis? Já fez um teste rápido para saber se tem a doença? Atenção: a sífilis é cada vez mais comum no Brasil.

Entre 2010 e 2018, houve um crescimento de 4.157% dos casos da doença no País, segundo o Ministério da Saúde.

Só em 2018, foram diagnosticados mais de 246 mil casos de sífilis. No mesmo ano, 241 mortes foram registradas, todas em decorrência da sífilis congênita, que ocorre quando há transmissão da mãe para a criança durante a gestação ou o parto.

O que é?
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada (sífilis adquirida) ou para a criança durante a gestação ou parto, chamada de sífilis congênita.

Riscos
A sífilis congênita pode levar a aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e morte ao nascer. Em adultos, a sífilis pode causar comprometimentos do sistema nervoso central, alterações neurológicas, cardíacas, auditivas e ósseas e também levar à morte.

Sintomas
Os sintomas da sífilis variam de acordo com o estágio da doença.

Na fase primária, uma ferida aparece nos órgãos genitais entre dez e 90 dias após o contágio. Essa ferida geralmente não dói, não coça, não arde e não tem pus e pode ser acompanhada de ínguas na virilha. Depois que cicatriza, as bactérias passam para a corrente sanguínea.

Na sífilis secundária podem aparecer manchas no corpo que não coçam e feridas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.

Também pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo, segundo o Ministério da Saúde. A sífilis pode passar por uma fase de latência, sem sintomas, por vários anos. A sífilis terciária afeta órgãos internos e é caracterizada por lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas e pode levar à morte.

Faça o teste
A sífilis pode não apresentar sintomas. Isso significa que muitas pessoas têm a doença e ainda não sabem. Por isso, é importante procurar uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico é feito por meio de um teste rápido (TR) e o resultado sai no máximo em 30 minutos.

No caso das gestantes, recomenda-se que façam o teste em pelo menos três momentos: no primeiro e no terceiro trimestres de gestação e no momento do parto. O parceiro também deve fazer o teste para evitar a reinfecção da gestante.

Tratamento
A penicilina benzatina (benzetacil) é usada no tratamento e ela é aplicada em unidades básicas de saúde (UBS). Gestantes detectadas com sífilis devem iniciar o tratamento o mais rápido possível para tentar evitar a transmissão para o bebê.

Campanha
Em 1º de novembro, o Ministério da Saúde lançou uma campanha para combater o aumento de casos de sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis. Com o slogan Sem camisinha você assume o risco, o objetivo da ação é fazer o público refletir sobre as consequências das relações sexuais sem proteção. Muitas infecções sexualmente transmissíveis podem ficar silenciosas por um tempo, o que dificulta o tratamento e pode levar a uma série de complicações.

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Colaborador

Rê Campbell / Foto: Getty Images