Aos oito anos de idade, ela teve um tumor no coração

Os médicos disseram que Rhayssa Almeida tinha apenas 5% de chance de sobreviver à cirurgia e, se isso acontecesse, ela morreria antes de completar 15 anos

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Um desmaio repentino aos oito anos de idade permitiu a detecção de uma grave doença no coração de Rhayssa Evangelista Almeida, hoje com 22 anos. “Eu estava me preparando para uma apresentação do Dia das Mães na igreja e desmaiei. Como nunca tinha passado por nada semelhante, meus pais me levaram ao médico para investigar o que poderia ter causado essa perda repentina de consciência”, relembra.

Lucimar Evangelista Almeida, mãe da Rhayssa, conta que os médicos pediram uma série de exames para verificar o que poderia ter causado o desmaio. “No primeiro exame, o diagnóstico apontou arritmia cardíaca. Em seguida, o médico pediu um ecocardiograma para analisar a situação mais a fundo e o resultado apontou um tumor chamado mixoma atrial, que já tinha tomado 30% do átrio esquerdo”, conta Lucimar.

Apesar de ser conhecido como um tumor benigno, o mixoma pode causar sérios problemas à saúde, dependendo de sua localização e do seu comportamento. Entre os principais riscos estão insuficiência cardíaca, que é o bloqueio do fluxo sanguíneo, síncope, caracterizada pela interrupção temporária do sangue, o que pode levar a desmaios, embolias, arritmias, infecções e, em casos mais graves, morte súbita. “Eu já sentia muito cansaço, não conseguia fazer atividades básicas, ficava roxa e isso tudo culminou com o diagnóstico”, relata Rhayssa.

Nesse cenário marcado por riscos, os médicos deram poucas opções para a família, segundo a mãe de Rhayssa: “o médico disse que sem a cirurgia para a retirada do tumor ela poderia morrer no próximo desmaio. Mas, se fizesse a cirurgia, teria apenas 5% de chance de sobreviver. E, caso sobrevivesse, ela teria o coração como o de um idoso, ou seja, não poderia brincar, nem fazer atividades comuns de uma criança e viveria no máximo até os 15 anos”, cita Lucimar.

Uma sentença de morte como essa abala qualquer pessoa, mas Lucimar sabia a quem recorrer: Deus. “Quando ouvi o diagnóstico da médica, perguntei para a minha mãe se eu iria morrer e, apesar de ser criança, ela me perguntou: ‘você crê em Deus?’ Eu falei que cria, então ela reforçou que se eu cria em Deus eu não morreria. E aquilo me acalmou”, lembra Rhayssa.

Lucimar passou a noite em claro, orando pela filha e pedindo a Deus uma direção do que poderia fazer para que elas alcançassem a cura completa. “Eu estava disposta a entregar meu tudo no Altar porque aquela era a oportunidade perfeita para Deus mudar a situação. Mas eu não poderia errar, porque eu não tinha tempo, então busquei orientação em Deus e Ele falou em meu interior”, conta Lucimar.

Dois dias depois, toda a família subiu ao Altar para apresentar o propósito de sacrifício a Deus. “Eu falei para Deus que a Rhayssa estava subindo no Altar com um tumor enorme no coração, mas que ela desceria com a cura, pois o Altar seria a mesa de cirurgia dela. Eu cri que ela não precisaria passar por nenhum procedimento médico, nem tomar nenhum tipo de medicação”, afirma Lucimar.

Quinze dias depois, Rhayssa refez os exames e o resultado surpreendeu os especialistas. “Nós fomos na melhor clínica da cidade e a médica comparou o exame anterior com o atual e não encontrou mais nenhum tumor nem nada que indicasse uma doença. Naquele momento, eu disse para ela que Deus tinha feito um milagre na vida da minha filha. Naquele mesmo ano, com apenas oito anos, a Rhayssa recebeu o Espírito Santo. Então, Deus fez a Obra dEle completamente, curou e deu o melhor presente que ela poderia ter, que é Seu Espírito”, diz Lucimar.

Rhayssa não precisou de cirurgia nem de medicamentos. Ela retomou a rotina normal e nunca mais teve nenhum problema no coração. “Hoje tenho 22 anos, acabei de me formar em Direito, faço natação, que é um esporte que exige bastante do coração, e não tenho nenhuma sequela. Todos os exames que faço anualmente mostram que sou saudável. Posso dizer que por meio da fé tudo é possível”, conclui Rhayssa.

Mixoma atrial

Trata-se de um tumor cardíaco benigno que se desenvolve no coração, geralmente no átrio esquerdo. Apesar de não ser maligno pode causar graves complicações, dependendo de sua localização

Causas
A sua origem ainda não é completamente entendida, mas especialistas vinculam a condição a alterações genéticas e síndromes familiares raras

Grupos de risco
Indivíduos com histórico familiar, adultos entre 30 e 60 anos e pessoas com doenças cardíacas

Sintomas
Falta de ar, cansaço, desmaios, batimentos cardíacos irregulares, febre e inchaço das pernas

Diagnóstico
Os exames de imagem confirmam a presença do tumor. Os mais usados são o ecocardiograma, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética

Tratamento
O principal tratamento é a cirurgia de remoção do tumor e o monitoramento pós-operatório

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: produção Solo Sagrado, cedidas e Arquivo Pessoal