Aprenda a dizer “não”

Por que usar esta palavra com firmeza pode ser benéfico à sua vida?

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Muitos não conseguem pronunciar essa palavra de apenas três letras e outros se recusam a ouvi-la. Quem não concorda com um “não” costuma se cercar de pessoas que só dizem sim e isso acaba estabelecendo um relacionamento em que o objetivo é controlar os outros para ganhar sempre. Por outro lado, a dificuldade de dizer não impede a pessoa de ser assertiva, firme e direta, sem sentir ou gerar constrangimentos. Para alguns, a palavra denota grosseria e, por isso, eles têm medo de pronunciá-la, mesmo quando há necessidade.

Para Emanuel Quiróz, life and professional coach, é muito comum as pessoas responderem que pretendem atender a um convite, mas que precisam antes verificar sua agenda. “Elas deixam de dar a negativa definitiva para não desagradarem quem as convidou, mas, sem perceber, correm o risco de aceitar o que não estão com a mínima vontade de fazer e ainda ficam presas a um compromisso pela palavra dada. Caso não compareçam, sua imagem pode ficar atrelada à de quem não cumpre o que foi combinado”, diz.

Quiróz afirma que há muitos motivos para que as pessoas não sejam assertivas e não tenham a capacidade de confiar em si mesmas e falar um “não” quando necessário: “um grande número de pessoas quer ser aceito no seu meio social e dizer não pode impossibilitar essa aprovação. Outro motivador é o medo: as pessoas têm receio do que o seu não possa representar futuramente para suas perspectivas e oportunidades, sejam elas profissionais ou sociais.”

Mas nem todos que deixam de dizer não querem ser aceitos. “Muitos são controladores e começam a abraçar várias funções e atividades para mostrar que são insubstituíveis e também porque acham que as executam melhor do que os outros. Contudo eles acabam não vivendo plenamente a vida. Para outros, entretanto, se trata de uma questão cultural: eles foram criados ouvindo não da família e agora tentam mudar essa conduta, mas agem fazendo uma avaliação equivocada ao responder”, analisa Quiróz.

Para ele, o “sim” ou o “não” devem ser ditos de alma leve, sem cobrança exagerada nem martírio. “Eles fazem parte da vida e, por isso, na hora da resposta, é preciso fazer a relação com nossos valores morais e avaliar se aquela escolha será benéfica para nós também. É claro que acontecerão situações profissionais, por exemplo, em que não poderemos dizer não, mas, se elas ultrapassarem nosso limite moral, não podemos nos violentar e aceitar algo com o qual não concordamos”, orienta.

O escritor, apresentador e palestrante Renato Cardoso afirma que há um grande número de pessoas que sofre e paga um alto preço por ter medo de dizer não. “Ninguém pode impor nada a você. Primeiro, entenda que você tem direito de recusar certas coisas. Em seguida, comece a praticar isso nas pequenas coisas. Se você se chateia consigo mesmo, fica sobrecarregado porque vive aceitando mais e mais trabalho sem dar conta do que já estava executando e acaba sendo repreendido por deixar algo a desejar, vive estressado e com raiva das pessoas, comece a dizer mais ‘nãos’”, recomenda em seu blog.

De acordo com ele, aprender a dizer não reflete positivamente na família, com os amigos, no trabalho, nos relacionamentos e, sobretudo, na vida espiritual. “Além de você se livrar de fardos desnecessários, verá como a sua autoconfiança e o seu senso de valor próprio vão aumentar. Sem dúvida, aqueles que estão acostumados com o seu ‘sim’ incondicional vão estranhar um pouco. Talvez até se afastem de você porque não podem mais usá-lo, o que não será algo ruim. Por isso, aprenda a dizer não sabiamente e você será muito mais feliz”, escreve. Se você quer ser mais seguro e assertivo, busque a orientação de Deus. Encontre o endereço da Universal mais próxima de você na página 32 e participe dos encontros promovidos na Igreja.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Getty Images / Arte: Edi Edson