As vantagens e as desvantagens do teletrabalho
Mais conhecido como home office, o trabalho remoto é controverso e apresenta prós e contras que precisam ser considerados pela empresa e pelo colaborador
É inegável que a jornada de trabalho é a que tem maior duração na nossa rotina e, se considerarmos o gasto no trajeto até o local, a lotação do transporte público ou o trânsito nas ruas, o nosso tempo diário dedicado a ela é ainda mais longo. Em razão disso, o teletrabalho tem sido a realidade – ou o sonho – de muitas pessoas.
Tanto no trabalho presencial, como no regime híbrido ou de home office (como o teletrabalho é comumente chamado) há prós e contras, assim como preferências.
O home office é regulamentado no Brasil pela Lei 13.467/2017, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e foi aprovado pelo Decreto-lei 5.452/1943. O teletrabalho inclui a prestação de serviços realizados fora das dependências do empregador, usando tecnologias de informação e de comunicação e é preciso que isso seja acordado entre a empresa e o colaborador.
Entre detalhes e acordos
Apesar de existir uma regulamentação e essa ser a realidade de mais de 7 milhões de brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a professora de gestão estratégica de recursos humanos na UniArnaldo, Lucia Maria Lima, destaca que, no Brasil, o home office ainda não está integralmente normatizado pelas empresas.
Por isso, deve ser acordado entre o empregador e o colaborador quem vai prover os equipamentos, como computador, infraestrutura e condições ergonômicas. “Se forem fornecidos pelo empregador, os equipamentos não podem ser considerados como remuneração do empregado. Já os direitos trabalhistas são assegurados, como no caso do trabalho presencial (carteira de trabalho, férias, 13º salário e FGTS), mas não há pagamento de horas extras e adicional noturno, por conta da dificuldade de controle dessa condição de trabalho”, diz Lucia
Desafios e soluções
Há o desafio na gestão, no planejamento e na execução da função e há um questionamento que permeia o home office: o que vale é cumprir a carga horária ou entregar o trabalho dentro do prazo? Para Lucia, a resposta é: depende. “Uma mentalidade empresarial menos contemporânea e mais conservadora do RH vai privilegiar o controle das pessoas e do período de tempo dedicado ao trabalho. Já uma mentalidade empresarial mais contemporânea encontrará estratégias de gestão de pessoas dentro do novo paradigma, que não controlem exatamente as pessoas, mas, sim, a qualidade dos resultados e os prazos”, explica.
Mas, independentemente da gestão, o profissional deve se esforçar para manter uma boa relação com os colegas e dar o seu melhor em cada atividade que desempenhar. Lucia enfatiza que o empenho pela ética e por uma comunicação assertiva deve ser contínuo para assegurar a manutenção de uma boa relação com os colegas. Em relação à produtividade, ela destaca que tanto o profissional quanto a empresa têm sua responsabilidade e as elenca: “Do profissional, espera-se um perfil adequado para o trabalho a distância, como muito foco, habilidades de atenção, concentração, saber pedir ajuda, ter comunicação assertiva com líderes e colegas, não misturar vida privada e trabalho, administração do tempo e resiliência. Já por parte da empresa, espera-se líderes cada vez mais capazes e desenvolvidos para imprimir uma boa gestão contemporânea do trabalho remoto, habilidades de comunicação, empatia, ética e transmissão clara e assertiva do trabalho a executar”.
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