Brasil é o terceiro país com maior número de mortes no trânsito
Saiba o que é o Movimento Maio Amarelo e como proceder para ajudar a alterar nossa posição neste ranking
O Brasil é o terceiro país com maior número de mortes no trânsito, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Considerando o período de 2011 a 2021, nosso país atingiu a média anual de 37.874 mortes, segundo dados divulgados pelo DataSUS no início deste mês.
Embora os números tenham caído nos últimos anos, a quantidade de óbitos cresceu pelo segundo ano consecutivo. Em 2021, por exemplo, houve aumento de 3,35% nas mortes, totalizando 33.813 óbitos.
Segundo Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), engenheiro e especialista em gestão e normatização de trânsito, foram 1.097 óbitos a mais do que os registrados em 2020: “os homens ainda são os que mais morrem e representam 83% dos óbitos. A faixa etária com a maior quantidade de mortes, em 2021, ainda foi a de 20 a 24 anos, repetindo o que acontece há anos”.
Guimarães afirma que, embora o Brasil não disponha da análise das causas dos sinistros, a OMS elenca cinco principais fatores para as ocorrências em todo o mundo: “excesso de velocidade, falta de uso dos equipamentos de segurança, ingestão de bebida alcoólica antes da condução do veículo, direção distraída (pelo uso do celular para todos que transitam) e vias sem manutenção, com pouca sinalização ou infraestrutura precária”, relata.
Guimarães diz que condutores e pedestres ignoram as leis de trânsito e não têm percepção de risco que correm ou provocam nas ruas por causa de vários fatores do dia a dia. “Quando o condutor tem consciência de que o uso do cinto de segurança salva vidas e escolhe não usá-lo porque vai a um local próximo, por exemplo, está sendo imprudente e colocando em risco não apenas a própria vida, mas a de todos que estarão na rua durante o seu percurso. O mesmo vale para pedestres que insistem em atravessar fora da faixa ou motociclistas que, imprudentemente, estão olhando para o celular enquanto transitam”, alerta.
Em razão desse cenário, o ONSV criou, em 2014, o Movimento Maio Amarelo com a seguinte proposta: “chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Ele tem o objetivo de criar uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil para discutir o tema, promover o engajamento em ações e propagar o conhecimento, abordando toda a amplitude que a questão do trânsito exige nas mais diferentes esferas. Nos últimos dez anos conseguimos reverter as estatísticas e ver os altos índices de mortes por sinistros de trânsito no Brasil caírem”, conclui Guimarães.