Celulares, videogames, TVs em casa, em elevadores, nos ônibus e em metrôs, ou seja, estamos cada vez mais rodeados por telas. Elas nos trazem informações, nos ajudam no trabalho e ainda nos entretêm, mas seu uso cresceu demais. Segundo o relatório 2021 Global Digital, divulgado pela agência We Are Social, as horas gastas em aplicativos saltaram 45% em todo o mundo entre 2019 e 2021, sendo que cinco horas diárias são destinadas só aos celulares. O Brasil é o terceiro país que passa mais tempo diário nas mídias sociais.

Efeitos colaterais
Em decorrência de toda essa exposição, muitas pessoas têm apresentado problemas psicológicos. “O abuso do uso de celular pode se tornar um transtorno que vem sendo chamado de nomofobia (medo de ficar sem o celular). As consequências podem ser ansiedade, depressão, falta de concentração, problemas do sono, entre outros”, explica Alessandra Cieri, psicóloga clínica, mestre e analista comportamental. De acordo ela, as pessoas estão deixando “de desfrutar o momento presente para postar o que não são e se tornam dependentes da opinião dos outros, de curtidas, comentários e compartilhamentos, perpetuando a ansiedade e a depressão, em um ciclo que se retroalimenta”.

Considerando outras telas, como TVs, há quem passe até 15 horas em frente a elas, o que também está gerando problemas físicos: 78% dos participantes apresentaram pioras na visão desde 2020. Segundo Roberto Debski, clínico-geral e diretor da Clínica Ser Integral, em Santos (SP), o tempo excessivo de uso diminui o ritmo das piscadas: “isso pode gerar a síndrome do olho seco ou irritação, conjuntivites e problemas de acomodação visual, além de afetar o relógio biológico de maneira negativa, inibindo o sono”.

E os males não param por aí. Durante a pandemia, com as pessoas em casa, aumentaram os problemas musculares. As pessoas diminuíram a atividade física, aumentaram o consumo de alimentos insalubres e, consequentemente, ganharam peso. Isso tudo agravado pelo uso das telas. Estudos anteriores comprovaram que comer assistindo a algo faz com que o organismo não perceba as calorias ingeridas, o que faz com que o consumo aumente. “Por isso, também é preciso ter um cuidado especial com as crianças. É obrigação dos pais fazer com que elas tenham atividades físicas, para que não fiquem somente sentadas e usando celulares, pois isso vai trazer prejuízos: ganho de peso, sedentarismo, aumento da ansiedade e do estresse”, afirma Debski.

Segundo Alessandra, “apesar de algumas pessoas não sentirem os efeitos a curto prazo, o excesso de exposição à tecnologia pode gerar problemas a longo prazo. O segredo para tirar proveito da tecnologia e evitar danos à saúde é o uso consciente e equilibrado”. Saiba mais lendo o infográfico abaixo.