Brasil pode ter prioridade para usar a vacina de Oxford
Vacina contra a COVID-19 pode ser distribuída em tempo recorde
Ser o primeiro país a testar a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford (no Reino Unido) contra a COVID-19, pode fazer o Brasil ter prioridade para usar as doses, assim que a imunização for aprovada. A informação é da reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili. A instituição participará da terceira fase de pesquisas da vacina inglesa.
Os testes serão realizados em cerca de mil voluntários que vivem em São Paulo e atuam em atividades com exposição ao novo coronavírus.
“Existem algumas conversas nesse sentido [para o país poder ter prioridade no uso da vacina]. Nós estamos trabalhando para que sim. O fato de estarmos integrando e sermos o primeiro país fora do Reino Unido e também o primeiro laboratório no Brasil a realizar esses estudos – semelhantes a esses não há nenhum outro no Brasil – torna o país um grande candidato”, disse a reitora da instituição, em entrevista à Agência Brasil.
Ainda segundo Smaili, com acesso à “receita” da vacina, o Brasil terá capacidade de reproduzi-la em grande escala, por meio de laboratórios nacionais como o do Instituto Butantan e os da Fiocruz. A expectativa é que os resultados possam se apresentar conclusivos em até 12 meses depois do início dessa terceira fase de testes, que se inicia ainda em junho deste ano.
Produção da vacina
Estimativas sugerem que o mundo precisará de cerca de 4,5 bilhões de doses de vacina para acabar com a pandemia. A vacina de Oxford é a que está em processo mais adiantado. Após uma fase inicial de testes em 160 voluntários saudáveis, entre 18 e 55 anos, o estudo passou para as fases dois e três – essa última da qual o Brasil faz parte. Isso amplia os testes para mais de 10 mil pessoas e inclui novas faixas etárias ao estudo (crianças e idosos).
Enquanto isso, a farmacêutica AstraZeneca começou a produzir a vacina em fábricas na Índia, Suíça, Noruega e também no Reino Unido. Foi o que anunciou o executivo-chefe da empresa Pascal Soriot a um programa de rádio britânico da BBC. A ideia é distribuir centenas de milhões de doses, logo após os resultados dos testes em humanos, provavelmente em agosto.
Tempo recorde e preço acessível
A vacina de Oxford contra a COVID-19 começou a ser desenvolvida em fevereiro. Distribuí-la em tempo recorde é um avanço que a medicina jamais viveu. Ademais, ela pode ter um preço acessível a todos os países. Leia mais clicando aqui e entenda.