Brasil vai testar mais uma vacina contra o novo coronavírus
Chamada de Coronavac pela farmacêutica chinesa Sinovac, os testes da vacina devem começar em breve, em uma parceria entre a empresa e o Instituto Butantan
O Brasil vai testar mais uma vacina contra o novo coronavírus, além da desenvolvida por pesquisadores de Oxford. Chamada de Coronavac pela farmacêutica chinesa Sinovac, os testes dessa vacina no País devem começar em breve, em uma parceria entre a empresa e o Instituto Butantan, conforme anunciado pelo Governo do estado de São Paulo recentemente. O estudo prevê ensaio clínico com nove mil voluntários a partir de julho desse ano, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dos comitês de ética em pesquisas.
A vacina chinesa, que já está na terceira fase de testes, poderá ser produzida no País e disponibilizada a milhões de brasileiros até junho de 2021, caso a imunização se mostre eficaz e segura. O Instituto Butantan vai preparar centros de pesquisa para condução dos estudos em todo o Brasil. Se a vacina for aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial tanto na China como no Brasil – para fornecimento gratuito ao Sistema Único de Saúde (SUS), após registro do produto pela Anvisa.
Vacina é promissora
A Coronavac foi administrada com sucesso em cerca de mil pessoas na China, nas fases clínicas um e dois – antes, já havia sido aprovada em testes de laboratório e em macacos. Com o controle da pandemia na Ásia, a empresa sediada em Pequim buscava cooperação com outros países para dar sequência à etapa final de testes. De acordo com Dimas Tadeu Covas, presidente do Instituto Butantan e membro do comitê de contingência para Coronavírus do Governo de São Paulo, a vacina é promissora. A atual fase em que o estudo se encontra já sinaliza a sua eficácia.
Uma versão do vírus inativado é usada para o desenvolvimento dessa vacina. O que reduz os riscos deste tipo de imunização. Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe). Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o vírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Mais de 100 vacinas em estudo no mundo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) há cerca de 136 candidatas a vacinas contra o novo coronavírus em estudos em todo o mundo. Mas, somente dez estão na fase de ensaio clínico, que permite testagem em humanos. Ademais, uma delas, também com testagem no Brasil, é a vacina desenvolvida em Oxford, que está na terceira fase. Leia mais.