Bullying faz milhares de vítimas nas escolas

Pesquisa indica que 29% dos jovens já sofreram bullying em período escolar

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Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e divulgada no último dia 3 de fevereiro aponta que 29% dos adolescentes estudantes já sofreram bullying dentro das escolas. Ademais, 23% foram vítimas de violência.

O estudo diferencia bullying de violência, conforme explica uma das autoras, a professora Maria Fernanda Tourinho Peres, do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP:

“O bullying é um tipo de violência, mas que tem características muito específicas. Uma delas é a repetição ao longo do tempo. São situações que se perpetuam no tempo de forma frequente e repetitiva. E que, geralmente, surgem em uma relação entre pares, colegas e pessoas conhecidas da mesma escola”.

Manuel Eisner, diretor do Violence Research Centre e professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, também é autor do estudo. Conforme ele aponta no documento, a violência relatada na pesquisa é a agressão física ou verbal esporádica, que não necessariamente ocorre mais de uma vez contra a mesma vítima.

Os dados, que fazem parte do Projeto São Paulo para o Desenvolvimento Social de Crianças e Adolescentes (SP-Proso), ainda apontam que 15% dos alunos afirmam ter praticado o bullying, enquanto 19% assumem ter praticado atos de violência.

Embora muitos ainda relevem a gravidade do bullying, a pesquisa demonstra que os jovens que sofreram, ou perpetraram esse tipo de violência severa nos últimos 12 meses, permaneceram com a saúde pior do que o restante dos entrevistados.

O que é e o que fazer

O escritor Renato Cardoso alerta, em seu blog, que “bullying é quando uma pessoa aparentemente mais forte abusa ou tira vantagem de outra aparentemente mais fraca”.

Essa opinião vai ao encontro do que a professora Maria Fernanda aponta em seu relatório. Para ela, “o bullying nasce e se estrutura em torno de relações onde há um desequilíbrio de poder, em que um ocupa uma posição mais forte e o outro mais fraca. E essas posições podem girar em torno de características físicas, por exemplo, ou de personalidade”.

Ou seja: aquele que acredita ser mais forte violenta quem acredita ser mais fraco. Se a possibilidade de violência está em acreditar, a melhor maneira de não se tornar vítima é ter uma autoestima mais elevada.

“Você tem que ser forte e confiante sobre você mesmo”, orienta Renato Cardoso em vídeo no Youtube. “Você tem que saber que a arma mais importante do praticante de bullying é psicológica, é através da mente”.

Bullyies têm métodos para envergonhar e humilhar suas vítimas, seja presencialmente ou online.

“Eles usam maneiras para tentar entrar em sua cabeça. Entrar na sua cabeça para te fazer sentir amedrontado, para te fazer sentir embaraçado consigo mesmo, ridículo. Para te fazer se sentir pequeno”, explica Renato.

Uma vez que a pessoa está bem consigo mesma e não se deixa abalar pelos bullyies, eles, geralmente, partem em busca de outra vítima.

Em todo caso, adultos devem estar preparados para prevenir e lidar com a situação. Professores, profissionais da educação e pais devem ser um porto seguro para as crianças e adolescentes. Só assim o jovem buscará ajuda para não sofrer com o bullying.

Se essa não é a relação que você tem com seu filho, pode aprender a construí-la participando das atividades da Escola de Mães. Esse é um projeto da Universal que auxilia pais na educação de seus filhos, oferecendo ferramentas para tornar essa relação forte e feliz para todos os envolvidos.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images