Bullying: o mal nas escolas

Dados revelam que milhões de crianças e adolescentes brasileiros sofrem vários tipos de agressão no ambiente escolar. A situação é preocupante e pode levar ao suicídio

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“O bullying é um conjunto de comportamentos agressivos com a intenção de humilhar a vítima”, detalha a psicóloga Monica Machado. Ela explica que essas ações acontecem, na maioria das vezes, no ambiente escolar. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), confirmam que a cada cinco alunos brasileiros um já sofreu bullying na escola. Cerca de 5 milhões de estudantes brasileiros já receberam ofensas, o que faz com que o Brasil esteja entre os países com mais casos de bullying no mundo e ocupe a 16° posição no ranking.

De acordo com pesquisas realizadas em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ouviu 188 mil jovens na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), os três principais motivos das provocações por parte dos colegas de escola foram a aparência do corpo (16,5%), do rosto (11,6%) e cor ou raça (4,6%). A pesquisa ainda mostrou que esse tipo de violência gera pensamentos de suicídio em 20% das vítimas.

Monica afirma que o bullying é abusivo, cruel, insensato e leva ao constrangimento, além de extrapolar o limite de tolerância do indivíduo. De acordo com ela, o ambiente escolar é muito importante para os estudantes, por se tratar do local em que convivem a maior parte do tempo. Assim, a violência sofrida ali tem grandes impactos que podem se estender por toda a vida. “O bullying é um trauma que a pessoa que sofreu nunca mais esquecerá. Esse trauma se reverterá em atitudes ou comportamentos involuntários no seu dia a dia. A pessoa poderá transformar esse sofrimento em abuso e vir a ser um abusador ou ter medo de se apresentar à sociedade de maneira adequada”, diz.

Por isso, Monica ressalta que os profissionais das escolas devem estar atentos para evitar esse tipo de comportamento e intervir com orientações, palestras e advertências. E, caso ocorra bullying, os profissionais devem dar suporte às vítimas.

Os pais também desempenham papel fundamental contra esse tipo de comportamento e no apoio aos seus filhos quando são vítimas, já que “têm por obrigação ensinar e informar todas as regras da vida”, conta Monica. Para ela, “a melhor dica é sempre incentivar seu filho a respeitar o próximo e tratar seu filho da forma que ele deverá tratar as pessoas de seu convívio. E não aceitar em hipótese alguma o desrespeito e qualquer prática de violência”.

Stop Bullying

Por reconhecer a gravidade dessa situação, a Universal, por meio do grupo Força Teen Universal (FTU), realiza a iniciativa Stop Bullying, que consistem em ajudar tanto os que sofrem esse tipo de agressão como os que a praticam, por meio de palestras dinâmicas que conscientizam sobre a inadequação desse comportamento.

O Pastor Walber Barboza relata que em 2023 mais de 83 mil alunos em todo o Brasil foram ajudados por meio desse trabalho cujo objetivo é transformar o ambiente escolar em um local de respeito, saudável e positivo para os alunos. “As ações do projeto levam à comunidade escolar um ambiente acolhedor, resgata o prazer de estar na escola, o propósito vocacional dos docentes na formação dos alunos e busca a melhoria nas relações familiares e sociais”, conclui.

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Colaborador

Camila Dantas / Fotos: PonyWang/GettyImages / Ilustração: Edi Edson