Cai o número de doadores de medula no Brasil

Entenda como funciona a doação e a importância que esta prática tem para salvar vidas em todo o mundo

Muitas doenças podem ser tratadas por meio da doação da medula óssea, mas boa parte das pessoas não doam por desconhecer esse processo.

Por causa da pandemia de Covid-19, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) recebeu, até julho do ano passado, cerca de 120 mil novos cadastros de doadores, o que representa uma redução de 20% em relação a 2019. Vale lembrar que o Brasil é o país com o terceiro maior banco de doadores de medula óssea de todo o mundo (com mais de 4,6 milhões de cadastrados).

Danielli Oliveira, doutora em oncologia, médica hematologista e coordenadora técnica do Redome, que atua articulado aos cadastros de todo o mundo, explica que a busca por doadores para pacientes brasileiros é realizada simultaneamente no Brasil e no exterior. “Os bancos internacionais também acessam os dados dos candidatos a doadores a partir de sistemas especializados. A chance de identificar um doador compatível no Brasil, na fase preliminar da busca, é de até 88% e, ao final do processo, 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado.”

O CADASTRO É SIMPLES

A pessoa interessada em integrar a lista de doadores assina um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e preenche uma ficha com informações pessoais. Uma pequena quantidade de sangue será colhida e analisada, para identificar as características genéticas que vão ser cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes (confira mais detalhes na arte abaixo).

DOAÇÃO

Para manter a eficiência do sistema, é preciso que os doadores continuem se cadastrando. “A doação é um procedimento seguro, mas como toda intervenção médica, apresenta riscos. Em alguns casos é necessária internação hospitalar e aplicação de anestesia. Por esse motivo, este procedimento só é realizado em serviços de referência no Brasil depois de uma avaliação cuidadosa do doador, que terá a oportunidade de esclarecer suas dúvidas com profissionais experientes”, afirma.

A médica explica que a medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções. “A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado de leve a moderado, que pode ser amenizado com uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais na semana seguinte à doação”, conclui.

Essa iniciativa pode parecer desafiadora, mas é capaz de salvar vidas. Pense nisso e torne-se um doador.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson