Casamento é bom e funciona

Viver um relacionamento saudável faz bem ao espírito, à alma, à saúde e às outras áreas da vida e isso exige empenho dos dois lados. Mas não há melhor investimento do que esse. Confira

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“Casamento para a vida toda é coisa do passado” e “casamento é uma prisão”. Talvez você já tenha ouvido essas e outras frases que mostram a descrença das pessoas em relação ao matrimônio. Normalmente, quem tem essa visão sentiu a dor de uma frustração ou viu a infelicidade na relação dos pais, por exemplo. Mas a verdade é que muitas pessoas nunca viveram um bom casamento. “Quando você tem um bom casamento, você não quer outra coisa. Você quer mais desse relacionamento”, disse o Bispo Renato Cardoso durante uma palestra da Terapia do Amor.

Casamento é bom e funcionaMuito mais do que uma invenção humana, o casamento foi projetado por Deus e, como tudo que foi feito pelo Criador tem um propósito, não poderia ser diferente com o matrimônio. Pouco depois de criar Adão e dar a ele a responsabilidade de dominar tudo que havia no Éden, Deus afirmou: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2.18). E, em seguida, falou da solução para esse problema: “far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”.

Depois que a mulher foi criada, Deus ensina por meio de Sua Palavra como essa união deveria ser dali em diante: “Portanto deixará o homem, o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”. Essa união, contudo, tem sido tão malvista pela sociedade que levanta o questionamento: será que Deus errou quando afirmou que era melhor que houvesse o casamento? A ciência garante que não.

O tema já foi objeto de uma série de pesquisas e as conclusões chamam atenção. Um estudo dinamarquês revelou que os homens solteiros, incluindo os divorciados, têm duas vezes mais chance de morrer precocemente do que os casados. Essa relação entre saúde e estado civil pode até causar certo estranhamento, mas, segundo os cientistas, pode estar ligada à importância do laço social que oferece apoio emocional, financeiro e comportamental. Já uma pesquisa publicada pela Gallup, com 2,5 milhões de adultos nos Estados Unidos, concluiu que as pessoas casadas se consideram mais felizes do que as solteiras. Mas, apesar disso, muitos estão encontrando dificuldade de lidar com as adversidades, o que culmina no divórcio.

O quadro atual

A última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada neste ano com base em dados de 2022, revelou que naquele ano houve um aumento de 4% no número de casamentos em comparação a 2021. Mas uma tendência de redução tem sido observada há algum tempo. O período que um casal permanece junto também caiu: de 16 anos, em 2010, para pouco mais de 13 anos, em 2022. Menos tempo juntos leva a mais divórcios. Só no ano da pesquisa foram 420 mil – número que representa um aumento de 8,6%.

Se ao olhar para esses números você já pensa que o casamento é uma instituição falida, calma. É importante entender que o casamento nada mais é do que a união de duas pessoas. Então, é bom colocar uma lupa em cada um dos indivíduos que o compõe antes de sair por aí condenando-o.

No livro Casamento Blindado, o Bispo Renato explica que “o problema não tem sido a falta de amor, mas sim a falta de ferramentas para resolver os problemas inerentes ao viver a dois. As pessoas entram no casamento com praticamente zero de habilidade em resolver problemas de convivência”. Dessa forma, como o relacionamento é construído por duas pessoas, é preciso identificar quais as ações que têm causado sua destruição.

O foco no lugar certo

Falta de comunicação, infidelidade, vícios e ausência de respeito são algumas das principais razões apontadas pelos casais que se separam, segundo pesquisas. Mas esses problemas são superficiais, que geram brigas, e poucos param para analisar a raiz desses conflitos. “Quando duas pessoas se juntam pelo casamento, a maior parte de seus problemas vem de coisas em suas bagagens que conflitam. Portanto conhecer a outra pessoa profundamente e descobrir suas raízes é fundamental para compreender o porquê deste ou daquele comportamento”, ressalta o Bispo Renato.

Isso nos faz entender que para que o casamento dê certo é preciso que cada um dos cônjuges faça a sua parte, mas há quem esbarre na seguinte máxima: “eu nasci assim e vou morrer assim”. Essa crença esconde o orgulho, que se manifesta como dificuldade de assumir que errou ou que pode agir diferente pelo bem dos dois. “Nossa vida é resultado de sementes que plantamos, de decisões que fizemos. Se você quer uma mudança, você precisa avaliar o que você tem plantado”, afirmou Cristiane Cardoso na Terapia do Amor. “Mesmo que a outra pessoa não esteja plantando, você tem que plantar. Se você depender dela e ela não estiver nem aí, você vai colher igual a ela. Mas se você plantar coisas boas, um dia ela vai olhar para você e vai pensar: ‘essa pessoa não merece o que eu estou fazendo com ela’”, completou.

A mudança de comportamento, entretanto, deve ser por você, sem grandes expectativas, para evitar frustração se o resultado não for imediato. “Se um dia você plantou mentira, por exemplo, você tem colhido desconfiança. E para mudar o seu relacionamento você precisa plantar verdade, transparência”, observou o Bispo Renato. Assim como uma semente leva tempo para dar frutos, a sua mudança também precisa de tempo para despertar a atenção.

A verdade é que nós fazemos o que aprendemos e a falta de referência na vida amorosa tem feito muitas vítimas. Muito mais do que um coração partido, a instabilidade no relacionamento pode impactar diretamente a vida financeira, a saúde, o desenvolvimento dos filhos e, principalmente, a vida espiritual. De fato nada compensa o fracasso no casamento e, por isso, há esse grande cuidado de Deus com essa área da vida, que é essencial e

“Nem eu me aguentava”

“Há 12 anos eu estava decidida a pôr fim na minha vida e na das minhas filhas. Saí de casa rumo à estrada para colidir com uma carreta para que meu marido convivesse com essa culpa pelo resto da vida.” O trecho parece ter sido retirado de uma obra de ficção, mas foi, na realidade, o pior momento da vida de Marinalva da Silva, gerente comercial de 43 anos, e de Kenede Batista Lourenço, de 52 anos.

Empolgados com o relacionamento, eles foram morar juntos com apenas três meses de namoro. Sem conhecer um ao outro, os problemas individuais foram surgindo com o passar do tempo e provocaram grandes estragos. “Eu não tinha paz e queria morrer, pois nada do que eu tinha preenchia o vazio da minha alma. Eu podia comprar tudo que queria, pois dinheiro não era problema, mas não tinha paz”, relembra Marinalva.

Esse conflito interno a levava a ser impulsiva. “Eu era muito nervosa e implicava com tudo e com todos. Nem eu me aguentava. Eu não sabia dialogar, só falava gritando e tentava resolver tudo por meio da agressão, inclusive com as minhas filhas. Eu bebia e fumava como uma válvula de escape para amenizar o vazio e a carência que eu tinha”, diz.

Em contrapartida, Kenede fugia dos problemas de casa e se refugiava em um bar com os amigos e no jogo. “Eu vivia fora e quando estava em casa queria ficar sozinho. Várias vezes dei dinheiro para a minha esposa para que ela saísse com a minha filha, para que eu pudesse ficar sozinho. Eu falhava por não dar atenção a elas”, afirma.

A combinação de duas pessoas com tantos problemas resultou em um casamento cheio de mágoas. “Vivíamos um casamento de aparência. Eu não sabia lidar com a questão dos vícios e o atacava o tempo todo. Chegamos a ficar mais de um ano sem intimidade e morando na mesma casa. Vivíamos um verdadeiro inferno. Era um relacionamento fracassado e cheio de desconfiança e falta de respeito, fora as agressões físicas e verbais”, comenta Marinalva.

Tudo isso a levou a pegar o carro e seguir rumo à estrada para pôr fim à sua vida, como citado no início da história dela. Ela descreve o que aconteceu depois: “eu parei num posto de gasolina para me despedir de uma pessoa, mas ela implorou que eu fosse antes a uma Universal. Eu não tinha nada a perder, então aceitei o desafio e fui. Era uma quinta-feira, dia da Terapia do Amor. Chorei durante toda a palestra, pois parecia que o palestrante estava falando comigo. Quando terminou, eu fui acolhida, recebi orientação sobre a fé e voltei para casa mais leve”. Desse dia em diante, ela passou a frequentar as reuniões na Universal, se batizou nas águas e começou a investir em si mesma.

Marinalva detalha como foi sua atuação: “fui colocando em prática tudo que aprendia. Passei a me valorizar, parei de culpar meu marido e de reclamar e brigar por tudo. Comecei a tratá-lo diferente e ele começou a perceber que eu não era mais aquela mulher chata, agressiva e estressada”, enfatiza. Essa mudança chamou a atenção de Kenede. “A mudança dela foi notória. Teve um período que desenvolvi depressão e ela lutou por mim, se manteve do meu lado e me incentivou a buscar a Deus. Resisti por muito tempo, mas me entreguei completamente e hoje digo que temos um casamento realizado”, finaliza.

Dependência emocional

Brigas, ciúmes e traições. Essas três palavras poderiam resumir o casamento de Tamires Gouveia Hem, de 30 anos, e Sidney Silva Chagas, de 35 anos, antes de conhecerem a Terapia do Amor. “Por dez anos nosso relacionamento foi marcado por muitas discussões, principalmente porque ele mantinha uma vida de solteiro. Ele ficava no bar jogando com os amigos e eu ficava em casa sozinha com as crianças. O ápice foi quando eu descobri uma traição”, relembra ela.

Saber que a pessoa amada se envolveu com outra é doloroso, ainda mais quando há dependência emocional. “Quando o confrontei, ele desconversou. Eu deixei passar, mas a desconfiança aumentou. Não tínhamos mais diálogo e dormíamos separados: eu no quarto e ele na sala”, diz.

A situação que já era ruim ficou pior quando ela descobriu a segunda traição, desta vez com uma mulher também casada. “O marido da amante descobriu o caso e quando dei por mim os dois estavam na porta da minha casa tirando satisfação como se eu fosse a errada. Apesar de ter ficado muito mal com tudo isso, não consegui me separar. Inclusive, por ter complexo de inferioridade, achei que a culpa era minha. Eu aceitei mais essa traição e segui empurrando com a barriga”, relata.

O casamento destruído tirou a estabilidade da família e afetou outras áreas. “Desde muito cedo eu comecei a trabalhar por conta própria, então o dinheiro chegava às minhas mãos, mas eu não tinha sabedoria para administrá-lo. Eu gastava com o vício em bebidas e cigarro. Era uma torneira aberta e não conseguíamos conquistar nada”, explica Sidney.

A história do casal ganhou um novo capítulo quando um tio de Sidney, que estava doente, saiu de Minas Gerais e foi para São Paulo especialmente para uma reunião na Universal. “A fé dele chamou minha atenção. Eu o acompanhei a uma reunião e a partir dali comecei a frequentar a igreja, mas minha mudança não foi imediata, porque demorei a obedecer, até que tive entendimento do mundo espiritual e das minhas atitudes, passei a participar da Terapia do Amor e a aprender o que eu precisava fazer para recuperar o meu casamento”, ressalta ele.

Com um longo histórico de erros, Sidney precisou mais do que pedir perdão à esposa para reconquistar sua confiança. Foi necessário que ele demonstrasse que não era mais a mesma pessoa. Tamires revela o que viu no marido: “ele começou a me tratar diferente, deixou amizades, parou de ir ao bar, começou a me dar mais atenção e a deixar o celular visível se eu quisesse ver. Isso chamou minha atenção e me fez dar um voto de confiança a ele. Eu fui à igreja e em uma reunião ouvi que eu tinha que perdoar. Então, eu me perdoei e só então consegui perdoá-lo também”, diz ela.

As palestras foram essenciais para restaurar cada um deles e assim o casamento foi transformado, como contam: “tudo realmente mudou quando passei a investir em mim e ele, nele. Hoje temos amor, diálogo e união”, diz Tamires. “Além do casamento, nossa vida como um todo mudou. Posso dizer que tenho um lar e podemos ser referência para os nossos filhos”, acrescenta Sidney.

Invista

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: Jacob Wackerhausen/GettyImages, Demétrio Koch e Produção Solo Sagrado