O Youtube excluiu permanentemente o canal Terça Livre, do jornalista Allan dos Santos. Concomitantemente, o site também excluiu o canal reserva do jornalista, alegando que o usuário violou as normas do site.

A ação aconteceu na noite da última quarta-feira (03). Em nota à imprensa, a rede social informou que “caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades […] Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa. Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta”.

Anteriormente, o Terça Livre havia recebido duas advertências do Youtube, uma delas por utilizar um vídeo do então presidente dos Estados Unidos Donald Trump em discurso comentando a invasão da sede do Poder Legislativo americano.

O Youtube não comenta casos específicos, o que impossibilita o conhecimento da real razão pelo qual os canais de Allan dos Santos foram excluídos.

Jornalista denuncia o motivo

Conforme o jornalista Allan dos Santos publicou, essa “é a maior e mais orquestrada operação contra a liberdade de expressão e de imprensa da história recente do Brasil”. Sua conclusão é baseada no fato de que, há alguns meses, o Superior Tribunal Federal (STF) iniciou uma investigação contra o site, alegando que ele receberia dinheiro ilegal para cometer crimes contra o Estado, como o apoio a um golpe contra o próprio STF.

De acordo com Santos, “a delegada da polícia federal, Dra. Denisse, não encontrou nada nos equipamentos confiscados, devolvendo e dizendo que não há qualquer indício de crime por parte dos investigados”.

Pouco depois, “anunciamos, em primeira mão, que Moraes terá pedido de impeachment no Senado e derrubam o canal no DIA SEGUINTE”.

Moraes, a quem o jornalista se refere, é o ministro do STF Alexandre de Moraes. Foi o ministro que abriu inquérito contra Allan dos Santos e outros blogueiros apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro.

No Twitter, Santos declarou: “Primeiro querem você expulso das redes sociais. Depois pedem a sua demissão nos bastidores e ao vivo. Logo depois pedem sua prisão sem crime algum. Está difícil entender onde isso termina?”.

Perseguição aos opositores?

Essa não é a primeira vez que as redes sociais banem usuários que manifestam seu apoio à ala direita da política. Há poucos dias, um professor universitário foi banido do Facebook após se mostrar contrário a decisões de Joe Biden.

De fato, até mesmo o então presidente Trump foi banido de redes sociais. O motivo seria suposto “discurso de ódio”.

Entretanto, pessoas que desejam a morte do presidente Jair Bolsonaro não parecem se enquadrar nesse “discurso de ódio”, pois não são banidos. É o chamado “ódio do bem”. Clique aqui e saiba mais sobre essa prática que toma conta da internet.