Cinema Solidário exibe Nada a Perder 2

O projeto tem o objetivo de levar o cinema aos lugares mais distantes do Brasil e dos países da América Latina

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Em 2018, o filme Nada a Perder – Contra Tudo. Por Todos levou cerca de 12 milhões de espectadores aos cinemas. As sessões ficaram lotadas, mas este tipo de entretenimento ainda não faz parte da vida de muitos brasileiros. Segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as atividades culturais não alcançam a maior parte da população do País. Assistir à televisão e ouvir rádio ainda são as opções de lazer mais comuns. Acredite: metade dos brasileiros nunca foi ao cinema, ao teatro ou ao museu.

Ainda de acordo com o Ipea, o desenvolvimento cultural depende do contexto urbano em que a população está inserida e a dificuldade de acesso a equipamentos culturais é apontada como um dos fatores que criam barreiras.

Por isso, em 2016, foi criado o projeto Cinema Solidário. Ele tem o objetivo de levar filmes a comunidades que não têm acesso à cultura, como tribos indígenas, habitantes de zonas rurais, do sertão nordestino e de regiões periféricas de cidades grandes, por exemplo.

Com esse intuito, o projeto criou, em 2018, um tour itinerante realizado por um ônibus personalizado para exibir o filme Nada a Perder. O ônibus percorreu 203 mil quilômetros no Brasil e na Argentina e exibiu o filme durante 1.460 horas. Dessa forma, a produção foi transmitida para 725 famílias com a mesma qualidade que a do cinema tradicional. Foram 725 cidades visitadas e 8,5 mil toneladas de pipoca e 132 mil litros de refrigerante servidos ao público nas sessões.

Mudança
O alcance desse projeto é notório na vida de muitas pessoas, como aconteceu com o ex-presidiário Rodrigo Inácio Loiola, de 39 anos. Ele assistiu à primeira parte de Nada a Perder em março de 2018, no Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgar Magalhães Noronha – o CPP de Tremembé, localizado na capital paulista. Ele cumpriu pena de prisão neste complexo, mas já havia sido preso outras quatro vezes por ter realizado assaltos. Ao todo, ele ficou 16 anos detido.

Rodrigo se recorda que recebeu o convite dos voluntários da Universal nos Presídios (UNP) para assistir ao filme no pavilhão. Naquele momento, ele ficou desconfiado, mas decidiu assisti-lo. “Pensei: ‘como vou assistir a um filme de quem não presta?’ Mas o que eu teria a perder? Eu também não podia julgar, então fui por curiosidade.”

Ele explica que sua fé foi despertada ao ver o filme e, em seguida, passou a frequentar as reuniões da Universal dentro do presídio. Aos poucos, ele foi se libertando dos problemas interiores e praticando a Palavra de Deus. Em junho deste ano, ele ganhou a liberdade e atualmente é voluntário na UNP.

Nada a Perder 2
Para a exibição do filme Nada a Perder 2 às comunidades está sendo usada a mesma estratégia. Na manhã de 15 de agosto, no mesmo dia da estreia nacional do longa-metragem, o projeto Cinema Solidário começou a levar o filme gratuitamente aos lugares mais distantes do País. O ônibus foi repaginado e a produção foi exibida para as reclusas da Penitenciária Feminina de Santana, situada na cidade de São Paulo.

Rodando o Brasil e o mundo
O ônibus itinerante também já passou pelas cidades de Franca e Ituverava, no interior de São Paulo, e Mongaguá, no litoral paulista.

Nesta última localidade, o filme foi exibido aos índios da Aldeia Itaóca.

O tour ainda inclui cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul, além de países como Argentina, Chile, Uruguai e Equador. O objetivo é levar o filme a 1,5 milhão de pessoas até o final deste ano.

Contudo o projeto Cinema Solidário continuará rodando todo o Brasil depois da exibição da cinebiografia do Bispo Macedo, explica

Aguinaldo Firmino Junior, coordenador nacional do projeto: “nosso propósito é promover a mudança interior dos espectadores por meio dos filmes. Além de Nada a Perder, exibimos Os Dez Mandamentos e não vamos parar por aí”, destaca.

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Colaborador

Maiara Máximo / Fotos: Mídia FJU e Reprodução