Com três anos no Afeganistão, o Talibã intensifica perseguição contra cristãos

Entenda o cenário de perseguição no país

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Na última semana marcou o terceiro ano da tomada do Afeganistão pelo Talibã. Com a data novas opressões têm afetado o país e perseguido os cristãos que ainda resistem.

Entenda:

No dia 14 de agosto último ocorreu um desfile militar no Campo de Aviação de Bagram, que já foi a maior base militar dos EUA no país, onde o grupo extremista islâmico celebrou a conquista do país.

Com o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão, as liberdades religiosas e civis que os afegãos haviam estabelecido por anos se desintegraram rapidamente.

Assim, os cristãos vêm suportando intensa pressão e luta governamental e social. Eles enfrentaram ataques regulares em suas casas e frequentemente receberam ameaças contra seus empregos e famílias. Além disso, também perderam oportunidades educacionais e econômicas, de acordo com o Christian Concern.

O que você precisa saber:

Diante deste cenário, no início de agosto, a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) classificou as condições de liberdade religiosa no Afeganistão governado pelo Talibã como “terríveis”.

Com isso, eles documentaram como o regime tem trabalhado continuamente para “reprimir significativamente qualquer ação ou comportamento que não esteja de acordo com sua interpretação estrita do islamismo”.

Ainda, a UNAMA, uma agência das Organizações das Nações Unidas (ONU), no Afeganistão, criticou uma nova lei do governo talibã que proíbe mulheres de falarem fora de suas casas.

“É uma visão angustiante para o futuro do Afeganistão, onde os inspetores morais têm poderes discricionários para ameaçar e deter qualquer pessoa com base em infrações amplas e, por vezes, vagas. Amplia as já intoleráveis restrições às mulheres e meninas afegãs, considerando até mesmo o som de uma voz feminina fora de casa uma violação moral”, publicou Roza Otunbayeva, Representante Especial do Secretário-Geral e chefe da UNAMA.

O que analisar:

Assim que tomou o Afeganistão, o Talibã prometeu que governaria com moderação e contenção ideológica, mas não é isso que está sendo visto desde então.

Foi implementada no país uma versão extrema da lei Sharia, logo que chegou ao poder. De acordo com o relatório da USCIRF, a aplicação dessa lei  inclui “execuções públicas, chicotadas e açoites, apedrejamentos, espancamentos e atos de humilhação pública, como raspagem forçada da cabeça”.

Agora, ainda menor do que era antes da tomada do Talibã, a igreja cristã no Afeganistão está em uma posição precária e de grande ameaça, constantemente. Dentre as restrições do Talibã estão a limitação severa do contato com o mundo exterior, e quaisquer esforços para enviar assistência à igreja são recebidos com inúmeras dificuldades legais e logísticas.

Atualmente, conforme a Lista Mundial da Perseguição 2024, o Afeganistão está no 10º lugar entre os piores países para se viver como cristão no mundo.

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Redação / Foto: iStock