Combate à raiz de todos os vícios
Sem internação, sem remédio e totalmente gratuito, o Tratamento para a Cura dos Vícios acontece todos os domingos na Universal
Desestrutura familiar, influência de amizades e conflitos pessoais são alguns dos vários fatores que podem induzir uma pessoa ao consumo de entorpecentes. E os impactos gerados pelo uso de drogas afetam não apenas o usuário, mas também sua família.
Uma pesquisa feita em 2013 pela Universidade Federal de São Paulo estimou que pelo menos 28 milhões de pessoas no Brasil tinham algum familiar com dependência química. O estudo também revelou que a capacidade de trabalhar ou estudar de 58% das famílias com algum usuário de drogas era afetada. Em todo o mundo, a previsão é que até 2030 haja um aumento de 11% no número de usuários de drogas, de acordo com um recente relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas.
Com foco nas pessoas que sofrem direta ou indiretamente por causa dos vícios, o Tratamento para a Cura dos Vícios é realizado todos os domingos, às 15 horas, na Universal. O tratamento sem internação, nem medicação e totalmente gratuito ocorre nas sedes estaduais da Universal nos 26 Estados do Brasil, inclusive no Distrito Federal, e em mais 50 países. Desde 2012, quando o trabalho se intensificou, mais de 3 milhões de pessoas já se libertaram dos vícios.
Os locais contam com amplo estacionamento e escolinha bíblica para que as crianças fiquem enquanto os responsáveis participam do tratamento. Durante os encontros, as pessoas recebem orientação, acompanhamento e, o mais importante, força para vencer todos os vícios por meio do conhecimento da Palavra de Deus.
O Bispo Nilton Patrício, que é o responsável-geral pelo Tratamento para a Cura dos Vícios na Universal e realiza a reunião no Templo dos Maiores Milagres, na zona sul da capital paulista, explica como funciona o tratamento: “realizamos a extração da força do vício que domina e escraviza a pessoa e, então, ela passa a ser livre de todo desejo, fissura e, em muitos casos, passa a ter nojo de drogas ali na hora, no momento da extração”.
O sucesso do tratamento, segundo o Bispo Nilton, está na abordagem que é dada ao problema: “levamos à pessoa a consciência de que o vício não tem como foco a substância, mas é uma força opressora que domina as ações e reações da pessoa”. Ele destaca que em alguns casos há uma resistência por parte do adicto em reconhecer que precisa de ajuda e, por isso, é de suma importância que os familiares participem do tratamento para aprender como lidar e tratar o familiar viciado.
Mas, como em qualquer tratamento, sua eficácia depende da disposição da pessoa que está sofrendo com o vício em obedecer às orientações que são fornecidas e perseverar. “Vício tem cura, em primeiro lugar, porque ninguém nasce viciado e ninguém merece ser condenado a viver uma vida inteira com o sofrimento imposto pelo vício, e, em segundo lugar, porque temos visto inúmeros testemunhos de cura todos os domingos”, afirma o Bispo. Além das reuniões que ocorrem aos domingos em todo o Brasil, no dia 23 de julho acontecerá um evento especial intitulado Agora é a Minha Vez, que será realizado pelo Bispo Júlio Freitas no Templo dos Maiores Milagres, em São Paulo. O endereço é avenida João Dias, 1.800.
Nova filha
Um dos depoimentos apresentados durante o tratamento em São Paulo foi o da dona de casa Ednalva Araújo de Santana, de 53 anos, que sofreu por anos ao ver sua filha Fernanda Viana da Silva, de 28 anos, envolvida com os vícios. Álcool, cigarro, maconha e cocaína eram as substâncias que mantinham a jovem refém. “Minha mãe sempre me deu tudo do bom e do melhor, então eu vendia minhas roupas, sandálias (para comprar drogas), o meu salário foi todo para o vício e, quando ele acabava, eu vendia meu corpo, me prostituía, para tomar cachaça”, declara Fernanda.
Tentando impedir que a filha continuasse naquela condição, Ednalva conta que usou a força física inúmeras vezes, mas os resultados sempre eram negativos. “Eu não queria que ela ficasse daquele jeito, então eu ia para bater nela, ela vinha me bater e a gente ficava trocando tapas”, recorda.
Fernanda tentou matar a mãe três vezes e tirar a própria vida sete vezes: “o meu pensamento era matar a minha mãe, a minha filha e depois me matar. Eu não via luz no fim do túnel. A minha vida era uma escuridão. Eu vivia para o vício. A minha vida era o vício”.
Depois de buscar ajuda em vários lugares, Ednalva foi convidada para participar do tratamento oferecido pela Universal. “Eu fazia tudo o que era ensinado, não desistia. Eu estava aqui todos os domingos buscando por ela.” Inicialmente, Ednalva foi sozinha ao tratamento, mas Fernanda conta que, ao ver a mudança da mãe, teve interesse de acompanhá-la: “ela trouxe o tratamento ao meu conhecimento, eu vi a mudança, vi o tratamento nela e tive vontade de vir”.
Hoje, Ednalva é só alegria ao falar da filha: “foi difícil, mas conseguimos. A Fernanda hoje é minha amiga, cuida da casa, da filha, é dedicada às coisas de Deus e a ajudar as pessoas”. Fernanda reconhece que a fé de sua mãe foi o principal fator para que ela tivesse acesso à mudança de vida. O Tratamento para a Cura dos Vícios é aberto a todos, independentemente de religião ou crença. Na página 32, você encontra o endereço em que ele é realizado no seu Estado.
Núbia Onara/ Fotos: Dmitrii Balabanov/getty images, fotos: Demetrio Koch, reprodução