Como a distância do altar limita sua fé
Muitos desconhecem que o que procede o sacrifício é quem o aperfeiçoa
A Fé que muitas pessoas dizem ter está limitada ao Altar, quando elas se dirigem a esse local de tempos em tempos em uma campanha como a Fogueira Santa, momento em que se coloca a Fé à prova. No entanto o sacrifício não se restringe a esse período ou, muito menos, se valida pelos 20 ou 30 segundos necessários para chegar até o Altar. Poucos entendem que o período que procede o sacrifício é também o que aperfeiçoa, como observa o Bispo Júlio Freitas em entrevista exclusiva à Folha Universal.
“Uma vez que decidimos, voluntariamente, tirar a nossa confiança de nós mesmos, de pessoas, coisas, capacidades e recursos e depositar em Deus por meio do sacrifício, isso faz com que Ele nos aperfeiçoe em nossa forma de agir, de decidir e de viver, pois, agora, estamos na total e completa dependência dEle”, afirma o Bispo.
Júlio Freitas explica que esse desprendimento nos leva a dar a devida importância à Sua Palavra. “Isso nos fortalece e nos faz ter experiências com Deus mesmo após a Fogueira Santa, quando nos é revelado o que temos de mudar, quais pensamentos temos que rejeitar ou quais atitudes devemos tomar”, considera.
CINCO SEGREDOS
Ao longo do livro de Hebreus encontramos muitas lições sobre a Fé. As orientações deixadas nos “levam para o que é perfeito” (6.1). Já em Hebreus 10.35-39, está descrito: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.”
O Bispo Júlio Freitas comenta que esses versículos “revelam os segredos para um amadurecimento na Fé.”
LIÇÕES VALIOSAS
Nossa confiança em Deus não apenas nos proporciona superação de problemas ou realizações de sonhos mas, o mais importante: o galardão, quando a gente herda o reino dos céus”, como explica o Bispo Júlio, que continua: “Então, nossa confiança nEle não diminui com o passar dos dias, pelo contrário: aumenta mesmo em meio às dificuldades, decepções, tribulações ou injustiças”, avalia.
Por isso, a paciência mencionada no versículo deve ser vista como sinal de maturidade. “Essa paciência está relacionada à Fé e à comunhão com Deus, que é derivada da confiança. “Uma vez havendo confiança, então, haverá paciência, maturidade, discernimento para se fazer a vontade de Deus. Nos mantendo em obediência, então, alcançamos a promessa, que é o batismo no Espírito Santo. A vontade de Deus, acima de tudo, é que a gente more com Ele para sempre. Por isso, Jesus virá buscar a Sua Igreja. Mas, antes, deseja cumprir Suas promessas na vida de Seus servos para que possam evangelizar o mundo provando, assim, que quando Ele veio e deu Sua vida por nós completou a Sua Obra salvadora.”
O VIVER PELA FÉ
É por meio da Fé, e não de boas intenções ou caridades, que agradamos a Deus, como está escrito em Hebreus 11.6: “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe (…).” O Bispo Júlio diz que “o justo viverá pela fé”, ou seja, não pelo o que pensa, ouve, fala, vê ou sente. A Fé é uma revelação de Deus para cada um de nós. Por isso, quem crê é um escolhido. A nossa crença, porém, não é apenas para desfrutar de uma vida de qualidade, mas, sim, de se desviar da perdição. Não podemos ser aqueles que retrocedem, mas que permanecem e creem para a conservação da alma. Se temos a conservação da nossa alma, não teremos a resolução dos problemas, a realização dos sonhos? Claro que sim.”
FÉ PREJUDICADA
Enquanto a Fé sentimento traz dúvidas, a Fé inteligente empodera a quem crê. “A fé inteligente empodera porque nos faz dependentes de Deus. Esse empoderamento não é autossuficiência e, por isso, a gente não espera por ninguém, senão por Deus e por nós mesmos. Aí está o empoderamento da Fé, (que está sob a) total dependência de Deus, (que) não espera por ninguém e não se cansa de fazer (o bem), aquilo que tem que ser feito.”
SACRIFÍCIO, SACRIFÍCIO
Cinco passos podem resumir a palavra sacrifício. Confiança exige sacrifício, a perseverança, o viver pela Fé, submeter-se à vontade da voz de Deus e a conservação da alma, ou seja, a manutenção da Salvação, exige sacrifício também. A palavra sacrifício, no hebraico, significa aproximar-se dEle. Por isso, o Senhor Jesus foi o sacrifício de Deus por nós, para que pudéssemos nos aproximar dEle. Jesus também afirmou ser o caminho (João 14.6). Só chegamos ao Pai por meio do sacrifício.”
Para o Bispo, nosso sacrifício para Deus tem o poder de nos libertar de tradições, costumes e autossuficiência e também de nos fazer realizados. “Você passa a ter experiências com Deus, experiências que nos fazem conhecê-Lo como Pai. Você passa a amá-Lo e a
servi-Lo não pelo o que Ele faz ou promete, mas pelo que Ele é, por Seu caráter justo, misericordioso, compassivo. O sacrifício também nos protege, pois não deixa você ser influenciado pela vaidade, inveja, ciúmes, pelo materialismo, ainda mais pela sociedade em que vivemos, tão competitiva, consumista e egoísta”, finaliza.
SEM VACILAR
Quando vemos em Hebreus 10.23 que é para nos apegarmos “firmemente, sem vacilar, à esperança que professamos, porque Deus é fiel para cumprir sua promessa”, entendemos que a paciência é uma necessidade espiritual.
Por isso, muitos submetem a própria Fé a questionamentos e não se atentam que as picuinhas espirituais não apenas interrogam o tempo ou o que foi deixado no Altar, mas o Senhor dEle.