Como devo lidar com a decepção de saber que um pastor que eu admirava saiu da igreja?
Bispo Renato Cardoso ensina o segredo para não deixar que nada e nem ninguém abale a sua fé
Muitos cristãos são pegos de surpresa com a notícia de que um pastor que admirava acabou saindo da presença de Deus. E muitos, diante disso, se perguntam: “como devo lidar com a decepção de saber que um pastor que eu admirava saiu da igreja?”
Para responder a essa pergunta o Bispo Renato Cardoso citou a sua própria experiência como exemplo.
Pois, segundo ele, quando se converteu, ainda na adolescência, seu primeiro pastor o ajudou muito. Na ocasião, ele enfrentava vários conflitos dentro de casa devido a separação dos pais, então, estava completamente perdido e sem chão. Mas aquele pastor foi usado por Deus para mostrá-lo o Caminho e instruí-lo nos primeiros passos da fé.
“O primeiro pastor, quando eu cheguei na Universal, em 1985, que pregou a Palavra para mim, me ajudou muito. Poucas vezes eu falei com ele para aconselhamento. Ele me atendeu algumas vezes, chegou até ir na minha casa fazer uma visita para orar pela família. Mas depois de alguns anos esse pastor foi transferido daquela igreja. E depois de um tempo eu fiquei sabendo que esse meu primeiro pastor tinha saído da igreja, que não era mais pastor”, conta.
Como proteger o seu coração
E agora? Como reagir diante dessa notícia? Como lidar com o fato de saber que a pessoa que lhe apresentou Jesus e lhe ajudou a dar os primeiros passos na fé, abandonou essa mesma fé?
O Bispo Renato conta que para proteger o seu coração escolheu não procurar saber as razões que fizeram com que o pastor saísse da obra. Simplesmente orou por ele.
“Até hoje eu não sei a razão dele ter saída da obra. A posição que eu tenho na igreja, me dá acesso livre para buscar nos arquivos da igreja as razões dele ter saído. Mas eu escolhi, desde aquela época, não procurar saber. Primeiro porque eu não queria sujar o meu coração com uma informação que talvez ia manchar diante dos meus olhos tudo de positivo que eu vi nele naquele tempo em que me ajudou. Então eu não queria aquela informação. Eu quis proteger o meu coração a respeito dele ou a respeito de outros. Eu não sei se de repente alguém cometeu alguma injustiça em relação a ele. A mim não me compete ou competia o assunto que envolveu a vida ele. Então eu escolhi não saber. Simplesmente orei por ele”, revela.
Somente Jesus é o Pastor e Bispo da nossa alma
Ele revela ainda que possui um grande carinho por esse pastor, afinal de contas ele foi a primeira pessoa que lhe anunciou o Evangelho. “Mas ele seguiu o caminho dele, e eu continuei no caminho que ele me ensinou, e uma das coisas que ele me ensinou é que nós não devemos olhar para homens. A gente se converte numa igreja, feita de pessoas, mas a gente se converte a Jesus. E as pessoas ao nosso redor vão, inevitavelmente, nos decepcionar, em um momento ou outro. Alguns serão para nós excelentes exemplos que vão ficar conosco e vão nos moldar o resto da vida, e alguns vão ser, preferivelmente, esquecidos porque deixaram péssimos exemplos”, diz.
Inclusive, o Bispo Renato destaca que uma das coisas que foram ensinadas a ele ainda em sua fé inicial foi o que está escrito em 1 Pedro 2:25:
“Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.”
Ou seja, o único que deve ocupar o lugar de pastor e bispo da nossa alma é o Senhor Jesus. Portanto, não podemos pautar a nossa vida de acordo com a vida de outras pessoas, sejam elas bispos, pastores, esposas, obreiros ou quem quer que seja.
A Salvação é individual
“Ao longo desses quase 35 anos que eu estou seguindo ao senhor Jesus, muita gente que esteve ao meu lado – gente que me ajudou, gente com mais tempo de evangelho do que eu -, se decepcionou, tropeçou, caiu. Alguns se levantaram e ficaram na igreja, outros se levantaram contra a igreja. O que eu vou fazer? Eu vou pautar a minha vida de acordo com a vida dessas pessoas? Não! Eu vou cuidar de mim. A salvação é individual, ninguém vai entrar no céu de mãos dadas com ninguém, então eu tenho que cuidar da minha vida”, observou.
Portanto, se você está passando por uma situação semelhante e não sabe como agir, o Bispo aconselha que você faça o mesmo que ele fez. E ainda faz uma alerta com respeito ao ato de admirar pessoas, pois elas são apenas instrumentos nas mãos de Deus. “Então se você recebeu alguma coisa através do pastor, você não tem que admirá-lo, você tem que admirar o Espírito Santo que o usou”, ensina.
Além disso, ele destaca que o verdadeiro homem de Deus não aceita ficar sendo chamado como tal. Porque se ele for homem de Deus de verdade, sabe que não é nada. Por isso, não aceita ou busca elogios, e não se deixa influenciar por eles. Em vez disso, transfere toda glória para o seu Senhor.