Como ficam suas finanças durante a pandemia?

Veja como gerenciar receitas e despesas na crise e se planejar neste período

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Com a quarentena adotada durante a pandemia do novo coronavírus, milhões de brasileiros estão sem condições de contar plenamente com suas fontes de sustento. Muitos perderam seus empregos ou tiveram seus salários reduzidos e outra parte se preocupa com a manutenção do trabalho. Diante das incertezas, há uma questão que fica no ar: como readequar as finanças pessoais nesta fase de pandemia?

Para Pedro Braggio, educador e terapeuta financeiro, o que agrava ainda mais a situação é que muitos brasileiros não têm o que ele chama de colchão financeiro: “uma quantia que juntou com os ganhos exatamente para passar por períodos de dificuldade econômica ou para a realização de um sonho. Quem não tem, vai ter que olhar para o orçamento da forma mais realista possível e ver quais são os gastos fixos (aluguel, condomínio, financiamento, etc.) e ficar muito mais atento aos gastos variáveis, para os quais é preciso estabelecer um limite”, adverte.

Essa atitude vale tanto para quem já tinha feito um planejamento financeiro no início do ano quanto para quem perdeu o emprego ou teve o salário reduzido. “Todos vão ter que fazer a mesma coisa. O primeiro passo é ter calma para conseguir visualizar quais são as receitas e as despesas. O ideal é reunir a esposa e os filhos, colocar no papel a média dos ganhos e dos gastos nos últimos três meses e verificar o saldo”, orienta.

De acordo com Braggio, também é preciso abrir os armários e roupeiros e ver tudo o que você possui para não gastar repetidamente.

“Quando você reconhece o que tem, isso o ajuda a não gastar. Você pode ter várias coisas guardadas, não saber e estar pensando em comprá-las porque não se lembra delas.”

O passo seguinte é checar o que pode ser renegociado e quais são as prioridades de pagamento. “O importante, nesse momento, é manter o credor informado da sua situação e do seu interesse em pagar suas dívidas, mesmo que isso não possa ser feito agora. Muitos bancos estão congelando dívidas, mas é preciso ficar atento aos juros que vão incidir sobre os pagamentos quando você voltar a realizá-los.

Também é importante não fazer empréstimos para pagar uma dívida já existente”, orienta Braggio.

Ele também diz que não é hora de comprar por impulso. “Neste período, as compras on-line crescem em função da comodidade e do apelo da internet. Ter cartão de crédito facilita, mas é preciso avaliar muito bem se uma compra vale realmente a pena. Tenha cuidado com os gastos com serviços de entrega em domicílio. Lembre-se que sai mais barato cozinhar em casa do que pedir comida via aplicativos”, explica.

Para Braggio, é fundamental ter consciência da situação. “É um momento de choque de realidade. Se estiver em risco de perder o emprego, deixe isso claro, inclusive para os filhos, até para que possam em conjunto fazer uma avaliação e elencar o que podem diminuir de gastos e saber em qual degrau financeiro você se encontra. Muitos vivem em uma realidade financeira que não é a sua apenas para sustentar um status que não têm. Agora é o momento de se readequar”, conclui.

 

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Éder Santos