Como lidar com o envelhecimento nos dias de hoje?

A colunista Núbia Siqueira faz uma profunda reflexão sobre o tema. Acompanhe

Imagem de capa - Como lidar com o envelhecimento nos dias de hoje?

A escritora e colunista Núbia Siqueira, recentemente, nos trouxe uma importante reflexão acerca das intensas cobranças que, especialmente, as mulheres, sofrem nos dias atuais para se adequarem a um determinado padrão de beleza.

Nem sequer envelhecer em paz elas podem mais, porque logo aparece alguém fazendo comentários depreciativos acerca de sua aparência.

A colunista cita como exemplo alguns comentários que saíram na imprensa a respeito da aparência envelhecida da atriz Sara Jéssica Parker, que está com 56 anos.

“Isso é algo muito comum, fazer comentários ou fazer fotos do antes e depois. Uma coisa dura de se entender as motivações, porque se você pegar uma foto de uma pessoa de quando ela tinha 20 anos e colocar ao lado de uma dela agora com 40, é claro que vão surgir rugas e diferenças consideráveis que, na maioria das vezes, não são positivas”, pondera a escritora.

Rostos e corpos iguais

O fato é que diante da enxurrada de procedimentos estéticos disponíveis atualmente e de tanta pressão para que as pessoas se rendam a eles, elas estão se tornando quase iguais –  a mesma boca, o mesmo maxilar, os mesmos cabelos, etc.

“Mas existe uma minoria que não tem seios emborrachados, boca volumizada, nem rosto harmonizado, tatuagens, bumbum artificial, bichectomia e nem extensões no cabelo… Essas pessoas também não têm maquiagem definitiva, nem unhas postiças, nem usam roupas transparentes, nem saem às ruas para passear ou trabalhar com suas roupas de ginástica. Esses são só alguns dos comportamentos que são exaltados nos nossos dias”, lamenta.

Para refletirmos

A escritora esclarece que a intenção da postagem não é criticar o comportamento das mulheres, mas levá-las a uma reflexão. Para isso, levanta algumas questões:

“Qual o rumo do universo feminino nos nossos dias?”

“Onde será o fundo de poço que nós iremos chegar?”

“Se tudo que é feito hoje em nome da beleza e da autoestima é no intuito de se destacar ou de melhorar, será que não é a minoria que não está fazendo isso e está ficando diferente, que vai acabar por chamar mais atenção do que essa maioria que está exatamente igual?”

“Será que tantas cobranças com respeito a um comportamento X, uma aparência Y, não está servindo para um massacre e uma exploração das pessoas? Não existem grupos industrias que estão lucrando muito com esses hábitos e padrões?”

“Com tantas mudanças significativas no corpo, como nós estaremos daqui há 10 anos?”

“Será que é coerente gastar tanto tempo energia e dinheiro numa aparência que vai, fatalmente, se deteriorar e num corpo que será semeado na terra, inevitavelmente?”

Ela vai além: “O excesso e o desiquilíbrio que nós temos visto, não estão nos sinalizando uma ausência latente no interior humano? Sempre onde há um excesso é porque há uma ausência, há um desequilíbrio”.

Núbia ressalta que não é por que temos fácil acesso a tudo ou por que todo mundo faz que devemos fazer igual. Ou seja, isso não é e nem pode ser um validador de comportamentos e ações.

Embora no mundo o normal seja seguir a manada, existe uma minoria que possui princípios e conceitos atemporais, que avalia, pesa e age de acordo com eles.

Então, como lidar com o envelhecimento e com as cobranças que temos tanto nesse mundo atual?

Para Núbia, o segredo é viver as fases da vida com sabedoria e sem comparações. Ela ensina que nunca devemos nos comparar a ninguém, porque ou nos sentiremos superiores ou inferiores, e nenhum desses sentimentos é positivo.

Busque olhar para o que é realmente importante: a vida. “O fato de eu estar viva é um ótimo começo para reflexão do dia e para entender que, embora o rosto não esteja igual, e o corpo não esteja 100%, eu estou viva!”, diz.

Além disso, encontre seu lugar em Deus, aconselha Núbia. Cultive a sua vida interior, porque nela a forma física não faz o menor sentido, o que conta é aquilo que é eterno, que não perece e que nós não perdemos com o tempo, que o passar dos anos não nos rouba.

Mas, se ainda assim, você tiver a intenção de fazer uma plástica ou um tratamento estético, ela sugere: “Reveja os motivos desses seus planos, não ceda a essa pressão cultural, porque ela não vai ter fim. Hoje, há uma pressão para um determinado tipo de corpo, de comportamento, amanhã vai ter outra! E aí: você está disposto a se violentar o tempo todo para atender a isso?”, pergunta. E faz um alerta: “Quem cede às pressões está sempre caminhando para o fundo de poço”.

Acompanhe a reflexão na íntegra:

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Colaborador

Jeane Vidal / Foto: Istock