Como se adequar às profissões do futuro?
A tecnologia está criando novos cargos e modernizando os atuais. Saiba como acompanhar as mudanças para não ficar para trás
A pandemia agilizou a digitalização dos processos. Hoje é raro encontrar uma atividade que não envolva a internet, seja através de um site, um sistema ou um aplicativo. As informações estão na rede e a vida em sociedade depende cada vez mais de uma conexão.
Nesse cenário, a demanda por profissionais com novas qualificações e domínio das tecnologias deve crescer cada vez mais. Por enquanto, o mercado já registra o aumento de oportunidades para profissionais especializados em TI, que é a Tecnologia da Informação. No Brasil, a falta de pessoas qualificadas nessa área já é um problema.
Segundo um relatório elaborado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a área que envolve tecnologia vai necessitar de 420 mil profissionais até 2024. Contudo, a preocupação é que o número de formandos no ritmo atual não supriria essa necessidade, o que deixaria o mercado com falta de trabalhadores.
Enquanto os chamados “talentos” não surgem, novas profissões e cargos vão sendo criados. “Quando falamos de trabalho, falamos em transformação em velocidade exponencial. As profissões do futuro estarão ligadas à Inteligência Artificial (IA). Contudo, também vai acontecer a modernização de outras profissões”, comenta Telma Abreu, especialista em carreira.
Trabalhos manuais e repetitivos já têm sido substituídos por máquinas há anos. Para superar essas mudanças, que se tornarão cada vez mais comuns, é preciso desenvolver habilidades tecnológicas, o que é diferente de ser um especialista na área, conforme explica Gabriel Pinto, economista, especialista em futuro do trabalho, escritor e autor do livro Passaporte para o Futuro: “já há um crescimento acelerado da demanda por habilidades relacionadas à análise de dados e tecnologias em todas as profissões, da medicina ao marketing”.
O especialista afirma que, na prática, um profissional pode ir se atualizando junto com as mudanças que acontecem em sua profissão ou ainda se antecipando. “Uma forma direta e simples de se atualizar é o profissional identificar o que as novas vagas de emprego, correlatas ao que ele está fazendo, estão demandando. Assim, ele já vê se tem aquela habilidade ou não. O importante é que ele não espere ter que se recolocar no mercado, porque pode ser que, quando precise, ele não tenha as habilidades”, comenta Gabriel.
Antes de entrar na Universidade
Para quem pretende entrar na Universidade e não sabe como fazer a escolha da profissão, a especialista em carreira Telma Abreu orienta a realização de uma autoanálise para identificar interesses e habilidades, assim como as oportunidades geradas por elas. “Depois é preciso pesquisar o mercado, conversar com profissionais da área e entender que ele terá uma profissão-base, mas vai precisar se especializar com o passar do tempo”, orienta.
Dentro de todas as oportunidades, vale a pena analisar as carreiras que envolvem tecnologia. Contudo, elas não são as únicas que devem crescer nos próximos anos, como alerta Gabriel Pinto: “Quanto mais tecnologia temos na sociedade, mais ganham valor as profissões que são realizadas exclusivamente por seres humanos, como a enfermagem. O cuidado com uma pessoa é algo que só outra pessoa pode fazer.
A necessidade de entender e ter empatia só o ser humano pode suprir. Profissões de educação e saúde que demandam comunicação entre humanos também devem crescer”.
Dessa forma, é possível eliminar a visão de que as máquinas vão tomar o lugar dos seres humanos. Elas trabalharão em conjunto, a fim de aprimorar o que já existe, criando novas demandas de profissionais. “O que nos diferencia das máquinas é a nossa capacidade de inventar, inovar e trabalhar com emoções. Assim, a tecnologia vai remodelar nossa forma de pensar e ser nossa aliada”, conclui Telma Abreu.]