Como se prevenir de acidentes com escorpiões

Casos têm aumentado no Brasil e preocupado a população

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Os acidentes com escorpiões têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil e preocupando populações de todas as regiões, uma vez que o contato com esses animais pode matar devido ao risco de envenenamento.

  • Estudo liderado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o risco de levar uma ferroada deste animal, somente em São Paulo, por exemplo, aumentou oito vezes nos últimos 15 anos.
  • Além disso, em todo o País, somente no ano de 2021, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O aumento no número de casos:

Os escorpiões podem viver tanto em lugares desertos, nas matas, quanto em ambiente urbano, onde algumas espécies já estão fortemente adaptadas.

  • Em São Paulo, levantamento divulgado no início deste ano, pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), apontou que os casos de acidentes com este animal aumentaram 22% em 2022, na comparação com 2021.
  • Por sua vez, nos últimos dois anos, cerca de 1.200 pessoas foram picadas por escorpiões no estado do Rio de Janeiro, segundo informações do Ministério da Saúde.
  • Já, uma recente pesquisa mostrou que, apenas no Distrito Federal, entre janeiro e julho deste ano, os casos subiram 52%, se comparado ao mesmo período em 2022.

Assista à reportagem exibida recentemente no programa ‘DF Record’:

  • De acordo com o Instituto Butantan, existem mais de duas mil espécies de escorpiões registradas em todo mundo, sendo 172 delas residentes no Brasil.
  • Os escorpiões costumam se esconder em ambientes escuros durante o dia e saem em busca de alimento à noite.
  • Os que habitam o meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo.

Como se prevenir do contato com escorpiões:

Hábitos simples de segurança e higiene são fundamentais à prevenção.

  1. Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos;
  2. Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção;
  3. Evitar folhagens densas junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada. Solicitar a limpeza periódica de terrenos baldios vizinhos aos domicílios;
  4. Usar calçados e luvas de raspas de couro nas tarefas de limpeza em jardins e quintais. Sacudir e examinar roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;
  5. Evitar colocar as mãos sem luvas em buracos, sob pedras, troncos podres e em dormentes da linha férrea;
  6. Nas casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e a parede;
  7. Afastar camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Não pendurar roupas nas paredes;
  8. E, por fim, principalmente nas áreas rurais, preservar os predadores naturais dos escorpiões: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos e sapos.

Quais são os sintomas:

A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve, o quadro local tem início rápido e duração limitada.

  • Manifestações locais: dor de instalação imediata em praticamente todos os casos, podendo se irradiar para o membro e ser acompanhada de parestesia, eritema e sudorese local. Em geral, o quadro mais intenso de dor ocorre nas primeiras horas após o acidente.
  • Manifestações sistêmicas: após um intervalo de minutos até poucas horas (duas a três), principalmente em crianças, podem surgir sintomas como sudorese profusa, agitação psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, sialorreia, hipertensão ou hipotensão arterial, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar agudo e choque.

O que fazer em caso de acidente:

Em caso de acidente, a recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) mais próximo. O soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nestes locais.

  • Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
  • Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.

Ademais, é importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves.

(*) Com informações do Ministério da Saúde

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Redação / Fotos: iStock