Diversas atitudes masculinas são condenáveis há muito tempo, mas continuam a se perpetuar no dia a dia e, muitas vezes, são taxadas de “comportamento normal” por quem as pratica ou concorda com elas: são as mentiras recorrentes para a esposa, as piadas preconceituosas e sexistas nas rodas de amigos ou no conteúdo compartilhado nas redes sociais, a violência física ou verbal contra a mulher, as atitudes intempestivas e impulsivas no trânsito, frutos da imprudência ao dirigir e que colocam vidas em risco.

O pior é que, infelizmente, esses maus exemplos se reproduzem nos ensinamentos de pai para filho, em brincadeiras ditas ingênuas e que, na opinião de muitos, não causam mal. A omissão de quem as aceita sem questioná-las também contribui negativamente, mas a grande verdade é que muitos não têm a exata noção de como essas ações têm sérias consequências para todos, destruindo relações, aumentando preconceitos e segregando homens e mulheres.

Exemplo disso está no futebol, que segue sendo usado por muitos como desculpa para a violência.

Só para lembrar casos das últimas semanas: uma bomba foi jogada contra o ônibus do Bahia quando o elenco do time se dirigia para uma partida. O goleiro foi ferido no rosto e, por pouco, não teve os olhos atingidos. Dias depois, o clássico entre Grêmio e Internacional foi cancelado depois que o ônibus gremista foi atingido por um pedregulho atirado por um torcedor adversário. Um dos jogadores foi ferido na cabeça e hospitalizado. No México, uma briga entre torcidas resultou em pelo menos 26 feridos. As autoridades dizem que não houve mortes, mas as torcidas organizadas desmentem essa informação.

Coisas de homem?
Embora todas essas atitudes sejam extremamente condenáveis e muitos tenham ficado abismados com elas, há quem as justifique dizendo que se tratam de “coisas de homem”. Mas a verdade é que isso nada mais é do que um argumento raso para defender o injustificável. É uma armadilha para os incautos que não refletem profundamente por que é mais fácil agir dessa forma do que questionar seus atos. O pior é que homens assim contribuem cada vez mais para a própria derrocada. Afinal, essas atitudes só demonstram claramente como um homem de verdade não deve ser.

Achar que qualquer conduta parecida com as relatadas aqui tem algum respaldo moral ou ético é, no mínimo, falta de discernimento. O homem inteligente não ataca os outros por ser apaixonado por um esporte, tampouco pensa ou faz comentários que desvalorizem as mulheres ou o seu semelhante. Discriminar é burrice!

No fundo são atitudes totalmente anticristãs e quem age dessa maneira precisa, urgentemente, rever seus conceitos. É preciso enxergar que um homem de verdade não age de forma inconsequente, sem medir seus atos, nem fica observando com malícia toda mulher que passa por ele nem a encara como um objeto de prazer. Quem normaliza essas atitudes se equivoca absurdamente.

Se você se julga um homem de verdade, faça uma autoanálise para saber como age e se perpetua esses tipos de ações – ou se há omissão de sua parte diante delas. Caso necessário, procure ajuda para mudar seu modo de agir e pensar. Busque a mudança em Deus, o que só lhe trará progresso em uma corrente do bem que envolverá todos a sua volta.