Como ter uma vida equilibrada de verdade?
A busca por equilíbrio no lugar errado pode levar a mais estresse e decepção. Saiba como encontrar a paz que você procura
Buscar o equilíbrio entre as diversas áreas da vida é algo louvável, mas, sem o foco certo, algumas pessoas o procuram com tanta obsessão que acabam, por isso mesmo, ironicamente, se desequilibrando mental e espiritualmente.
Quem nunca se viu diante de situações como, por exemplo, privilegiar tanto o trabalho que não acompanha o crescimento dos filhos ou dar muita atenção ao lazer e pouca aos estudos e ao lado profissional? Quantos já viraram “beatos” focando só em celebrações religiosas, em vez de se dedicar à convivência real com Deus e Seus mandamentos? Quantos outros puseram o dinheiro acima de tudo, menosprezando a ética e os bons princípios para consegui-lo?
É claro que em determinados períodos da vida precisamos sacrificar um lado para conseguir avançar em outro, como dar mais tempo ao estudo para um concurso, em vez de virar todos os fins de semana em festas, ou abrir mão de determinados alimentos em prol da saúde. Essas fases, porém, servem a um objetivo que, alcançado, ajuda a estabelecer algum equilíbrio. Mas e quando a busca por equilíbrio vira o único objetivo, com uma base mais teórica que prática e até utópica?
Para entender isso, a Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, empreendeu uma série de estudos durante 30 anos. Os pesquisadores concluíram que o ser humano pode se sentir menos estressado e mais em harmonia quando é capaz de obter equilíbrio entre os quatro principais aspectos da vida: trabalho, família, comunidade e seu próprio “eu” (o que compreende alma, espírito [mente] e corpo).
A pesquisa da Wharton indicou algo interessante: em vez de tentar sem muita base harmonizar esses quatro pontos em uma simples medida de tempo, dedicação ou atenção entre eles, seria melhor que cada pessoa procurasse “vitórias” que beneficiem a todos ao mesmo tempo. Isso a ajudaria a diminuir o estresse de achar que uma área da vida só pode ser beneficiada com o sacrifício de outra.
Elo entre todos
A Wharton mostrou algo crucial na busca pelo equilíbrio: a coerência entre as crenças da pessoa e seu modo de viver.
Obviamente, a diferença entre o pensar e o fazer é em si um desequilíbrio e tanto.
Mas o que nem a famosa faculdade norte-americana nem os gurus modernos usam como principal pilar para achar o equilíbrio é algo que a Bíblia já indica há muito tempo e que, se fosse seguido como deveria, evitaria que muita gente caísse na obsessão pela harmonia que nunca alcança e que a faz se sentir um fracasso constante: “Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.5-7).
O que essa “paz que excede todo o entendimento” seria, além de exatamente o sossego da mente em relação a tudo ao nosso redor? Como também descreve a Bíblia, somente um encontro real com Deus e a entrega genuína a Ele, recebendo Seu Espírito Santo e agindo conforme Seu direcionamento, geram esse equilíbrio na vida.
Por essas e outras, mesmo quem está cercado pelo caos pode conseguir pôr os pensamentos em ordem e não ceder a ele, pois, com a atitude de aceitar o senhorio do Espírito, a consciência é formada pelo autodomínio, pela prudência, pela moderação, o que por si já permite conquistar a tão perseguida harmonia. A decisão de se guiar pelo Espírito Santo reflete no ambiente e nas pessoas em volta, influenciando-as a procurar esse equilíbrio para si mesmas. Desse modo, quem escolhe o caminho do equilíbrio que vem de Deus também cumpre o mandamento do Senhor Jesus de levar a Palavra a toda criatura.
No autodomínio que vem como fruto do Espírito está incluído o controle das emoções, não permitindo que dominem o nosso comportamento – principalmente nas horas que os problemas surgem. A sabedoria que vem do mesmo Espírito possibilita enxergar quando o trabalho está ficando demais e a família de menos e, sem grande estresse, a pessoa foca no lado que precisa mais naquele momento, sem se culpar que um lado está se sobrepondo ao outro.
Um ser humano com o equilíbrio gerado pelo Espírito Santo entende que uma escolha é diferente de uma vontade. Ele faz o que é necessário, não somente o que quer – o que muitas vezes é uma armadilha do coração, da carne. Quer mais equilíbrio do que isso? “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” (Eclesiastes 7.16).
“Felicidade saudável”
Segundo o Bispo Renato Cardoso em seu blog, “é certo que, regra geral, existe um desequilíbrio na nossa vida, pois se estamos bem em nível sentimental, emocional, muitas vezes falta-nos a estabilidade financeira. Se estamos bem em nível financeiro, muitas vezes falta-nos o equilíbrio interior, proporcionado por uma vida espiritual fortalecida. É o que se diz: o equilíbrio é o mais difícil de ser atingido, mas também é com ele que o ser humano encontra a felicidade de forma saudável”.
O Bispo questiona, confirmando a Bíblia: “sabe por que você é uma pessoa angustiada e se sente constantemente inquieta? Porque não tem paz. Não importa o lugar em que esteja, se você não tem o Espírito Santo, não tem paz, pois Ele é o Espírito da Paz”.
Em seguida, o Bispo enumerou os benefícios que a paz pode gerar: “alcançamos a tranquilidade, o equilíbrio e esses se refletem em tudo o que fazemos e nas pessoas com quem nos relacionamos”. O argumento confirma a pesquisa da Wharton, só que complementado e fortalecido pelas Sagradas Escrituras. “Ou que se apodere da Minha força, e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” (Isaías 27.5).
Finalizando, a própria Palavra de Deus é bem sucinta sobre o assunto: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2 Timóteo 1.7).
Quer equilíbrio? Basta buscar no Único que pode oferecê-lo. E o melhor: sem o estresse excessivo de procurar com suas próprias forças.