Coronavírus: Famílias de menores infratores recebem auxílio em momento de crise

Programa social atenderá 30 mil pessoas que enfrentam dificuldades com a crise causada pelo confinamento, doando cestas básicas e kits de higiene

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Com a grave crise econômica que virá a partir das medidas restritivas impostas para se evitar a propagação do coronavírus, os segmentos mais fragilizados da sociedade são os que mais sofrerão. Como é o caso dos menores que cumprem medidas socioeducativas e seus familiares.

Para esse segmento social, o programa Universal Socioeducativo (USE) – grupo que é mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus para promover a ressocialização dos menores em conflito com a lei – reforçou a doação de cestas básicas e kits de higiene pessoal.

Um estudo publicado em 2019 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluiu que a falta de oportunidades impulsiona as atividades ilegais. Os dados mostram que o aumento de 1% na taxa de desemprego entre homens de 15 a 65 anos, eleva a taxa de homicídios da população em 1,8%.

Para amparar os familiares dos educandos e os ex-internos, que normalmente encontram dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho, os voluntários estão distribuindo as cestas básicas e kits de higiene pessoal. No mês de março, já foram alcançadas 1.500 famílias pelo Brasil.

O USE tem a expectativa de levar os alimentos para 30 mil pessoas nas próximas semanas.

Ulisses Gomes, responsável pelo programa social, relata que essa ajuda tem aproximado mais os educandos do USE, contribuindo para a sua ressocialização.

“Sabemos que muitas mães dos garotos que estão nas unidades socioeducativas, ou que já saíram, não possuem renda e são sustentadas pelo Bolsa Família. Nesse momento de isolamento, a necessidade passa a fazer parte da vida dessas famílias”, explica.

Esta semana, por exemplo, o USE visitou a casa de um dos adolescentes e identificou que lá vivem sua mãe e avó com cinco crianças, no último mês eles têm se alimentado apenas com a ajuda de doações da vizinhança. Há um mês que a família só comia arroz e feijão – quando tinha os dois alimentos para preparar. A família foi amparada pelo programa social com cestas básicas, e será acompanhada pelos voluntários.

Os voluntários do programa visitam semanalmente as unidades socioeducativas, prestando suporte emocional e social aos adolescentes. Além de oferecer palestras, são realizados cursos profissionalizantes, atividades culturais e esportivas, para que os menores se sintam valorizados. Ajudar as famílias dos educandos é uma extensão do trabalho de ressocialização do menor, que saberá que está amparado dentro e fora da unidade.

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Colaborador

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