Crônica da obesidade
Não faltam alertas, números e consequências quando o assunto é obesidade. A boa notícia é que ela é reversível. O primeiro passo, talvez, seja entender o peso da saúde
É na escola que nos ensinam o que é o Índice de Massa Corporal (IMC) e, por vezes, somos perseguidos por ele. Afinal, ele é abordado nos consultórios médicos, como nos dos nutricionistas, e até nos testes sobre estilo de vida saudável encontrados na internet. Um IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2, por exemplo, é considerado saudável, entre 25 e 29,9 kg/m2 significa sobrepeso e acima deles surgem as escalas de obesidade. Para saber em qual deles nos enquadramos, basta dividir nosso peso pela nossa altura ao quadrado.
Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2023, publicado pela Federação Mundial da Obesidade, até 2035, se continuarmos no ritmo atual, o impacto econômico do excesso de peso e da obesidade deve ultrapassar a cifra dos US$ 4 bilhões. Em 12 anos, a previsão é de que mais da metade da população mundial esteja com obesidade e excesso de peso. No Brasil, a estimativa é de que 41% da população adulta conste dessa estatística.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2022, mais de um bilhão de pessoas no mundo estavam obesas, número que não retrocedeu, ao contrário. A OMS define obesidade como “o excesso de gordura corporal que pode causar prejuízos à saúde e uma doença crônica que afeta, em diferentes proporções, pessoas de todas as idades e todos os grupos sociais”. O nutrólogo Gustavo Feil também dá uma explicação: “é uma condição complexa caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, resultante de um desequilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético, o que pode levar a uma série de complicações, como doenças cardiovasculares e respiratórias, diabetes tipo 2, câncer, problemas articulares e hepáticoss, complicações durante a gravidez, entre outros”.
Feil alerta ainda que a romantização da chamada “obesidade saudável” é inconcebível: “o fato de o paciente estar acima do peso gera um processo inflamatório sistêmico que facilita o desenvolvimento de inúmeras doenças”.
Mas, afinal, o que está por trás do ganho de peso? O que precisamos saber para lidar com o que, hoje, parece ser um grande desafio? Aprenda mais com a leitura das informações contidas nos quadros ao lado.