Curso ajuda mulheres vítimas de violência a superar traumas
Taxa de crimes contra mulheres no Brasil é a quinta maior do mundo
Este mês, o programa social Raabe abrirá novas vagas para o “Curso do Autoconhecimento” em todo Brasil. O curso auxilia mulheres na superação de traumas e diferentes tipos de violência, além de esclarecê-las sobre os direitos que têm, como vítimas. O evento é gratuito e inclui atendimento jurídico, psicológico e emocional. Em São Paulo, as aulas iniciaram no dia 4 de setembro. Em outros Estados a programação pode ser acompanhada pelo site oficial do grupo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, crescendo no ranking como o 5º maior do mundo. Especialistas afirmam que uma das características do agressor é o sentimento de posse. A pessoa violenta enxerga o parceiro como algo, e não como alguém. No decorrer da relação, esse comportamento vai se intensificando.
A coordenadora do grupo Raabe, Fernanda Lellis, relata que conscientizar mulheres que são vítimas de agressões em relacionamentos abusivos, ainda é uma tarefa desafiadora. “O silêncio e a falta de atitude são combustível para aqueles que cometem violência contra a mulher. É de suma importância procurar ajuda emocional, espiritual e até mesmo os seus direitos perante a Lei”, explica Fernanda.
Segundo ela, o grupo promove um trabalho de conscientização de mulheres para que percebam que não é normal estar em um relacionamento agressivo. “ No curso, levamos as mulheres a refletir sobre si mesmas. Percebemos que, quando a mulher se conhece, ela se posiciona e não aceita estar em um relacionamento abusivo. ”
Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha, completou 12 anos. Sancionada em 7 de agosto de 2006, como Lei n.º 11.340 visa proteger a mulher da violência doméstica e familiar. A lei ganhou este nome devido à luta da farmacêutica Maria da Penha para ver seu agressor condenado.
A Lei prevê medida protetiva para mulheres ameaçadas de violência, podendo contar com o acompanhamento da Polícia Militar.
Na prática, entretanto, a Lei ainda enfrenta dificuldades para ser cumprida, como o despreparo de alguns profissionais, a falta de investimentos em estrutura e de apoio às vítimas.
Saiba mais sobre o Raabe
Desde novembro de 2011, o Raabe ampara mulheres vítimas de violência doméstica e abusos, oferecendo-lhes atendimento jurídico, social, emocional e espiritual. São realizados cursos e palestras que auxiliam no resgate e fortalecem a autoestima da mulher.
O grupo está presente em todos os estados brasileiros, nos Estados Unidos e em outros países da Europa e da América Latina.
Em 2017, 28.879 mulheres foram atendidas por 2.011 voluntárias.