De onde vêm as tempestades da sua vida?
Os problemas que você tem colhido podem ser resultado do mau plantio que você está fazendo. Entenda
Existe um ditado popular que diz: “quem planta vento colhe tempestade”. Essa expressão, que, diga-se de passagem, é bíblica e está em Oseias 8.7, significa que uma pessoa que faz o mal, ou seja, planta vento, inevitavelmente vai colher situações ruins, isto é, tempestades. Trata-se da Lei Divina do plantio e da colheita. Na vida, assim como na agricultura, tudo que o homem plantar também colherá, ao contrário do que erroneamente muitas pessoas afirmam de que Deus é o causador das calamidades e se questionam onde Ele está quando os problemas lhes sobrevêm. O mais adequado, neste caso, seria que elas se questionassem o motivo pelo qual desconsideraram uma atitude certa que deveriam ter adotado em determinadas situações. Afinal, um fato não pode ser ignorado: o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória.
Há quem queira colher bons resultados na área financeira, mas as sementes que tem semeado são da preguiça, dos negócios ilícitos e da trapaça. Há quem deseje ter um casamento e uma família felizes, mas suas posturas são de desrespeito, indiferença e falta de cuidado. Tem quem anseie ter um corpo saudável, mas não consome bons alimentos, não se exercita nem vai ao médico.
O Bispo Edir Macedo, na Bíblia Sagrada com As Anotações de Fé, ressalta que Deus não interfere naquilo que decidimos plantar em nossas vidas, nas nossas escolhas, mas retribuirá a cada um, de maneira justa, segundo suas próprias ações. Ele também faz uma comparação entre escolhas e sementes: “as boas sementes têm grande potencial quando germinam, de modo que um único grão, ao ser plantado, pode gerar dezenas de outros frutos. E, assim como na natureza uma única semente gera muitos frutos, na vida nossas escolhas geram resultados positivos ou negativos”.
Portanto, mesmo sendo inevitável, há uma maneira de se antecipar e definir o que colher: escolhendo bem o que plantar. Há inúmeros fatores que cooperam com a qualidade da colheita, como solo, clima, irrigação, etc., mas tudo começa pela qualidade da semente plantada.
Sementes de injustiça
“Eu trabalhava e não via resultados porque eu fazia tudo na força do meu braço. Eu mentia para alcançar o que queria, mas levava uma vida de sofrimento. Eu fazia as coisas erradas e achava que estava me dando bem.” Essa foi, durante muitos anos, a trajetória da vida de Leda Sousa, de 49 anos, (foto abaixo) analista de RH e empresária.
Leda conta que, aos 20 anos, diante do fato de ter se tornado mãe solteira, não mediu esforços para ser bem-sucedida, mas, apesar de todo o seu empenho, sempre passava dificuldades. A razão disso, segundo ela, era o fato de sempre pensar que, mesmo tendo más atitudes, iria terminar bem.
Mas a realidade era outra, como revela: “minha vida era de derrotas e humilhação. Eu tinha o nome sujo, eu pagava aluguel de onde morava e o dinheiro não supria as necessidades. Eu não parava em nenhum emprego e perdia tudo que conquistava. Cheguei a ponto de dever três meses de aluguel”.
Diante de uma ameaça de despejo, Leda, que poderia plantar novas atitudes, optou por algo que considerou mais fácil: pegou um empréstimo com um agiota. Mas aquela solução em pouco tempo a colocou e a toda sua família em risco, porque o agiota a ameaçava diariamente de morte.
Sem saber mais o que fazer, ela pagou a dívida dando ao agiota seu automóvel. Contudo, se por um lado o problema com ele foi resolvido, por outro novas dificuldades surgiam: “como eu tinha perdido o carro, me envolvi com negócios ilícitos para poder ganhar dinheiro. Comecei a falsificar documentos, a fraudar valores e achava que ninguém sentiria falta deles. Para mim, enganar as pessoas era uma forma de plantar o mais fácil, mas a minha vida só afundava”.
O mau comportamento não afetou apenas sua vida financeira, mas também os seus relacionamentos. Sua falta de credibilidade era visível na relação com seu filho, sua irmã e sua mãe: “meu filho não acreditava em nada do que eu falava, porque eu nunca cumpria. Eu mentia para a minha família e vivia sempre enrolando a todos”.
A mudança começou a acontecer quando Leda entendeu que suas escolhas eram o problema. “Eu era uma pessoa injusta e queria justiça, mas não tem como. A minha palavra não tinha nenhum valor. Eu era mentirosa e não honrava minha palavra”, recorda.
Até que, certo dia, Leda recebeu o convite de um amigo de trabalho para ir a uma Universal. Quando chegou na igreja, ela entendeu, conforme relembra, que não estava apenas roubando as pessoas, mas principalmente a Deus. “O Pastor começou a pregar sobre ser fiel a Deus e a honrá-Lo em primeiro lugar. Então, eu aprendi que, se eu passasse a ser fiel a Deus, minha vida seria outra.”
A partir dessa decisão, Leda, que na época morava na Bahia, se candidatou a vagas de emprego em São Paulo e, para sua surpresa, foi convocada para trabalhar em uma empresa com um salário que, segundo ela, nunca tinha imaginado que receberia. Com isso, ela percebeu que aquelas primeiras sementes de justiça já estavam lhe dando frutos.
Ela foi aprendendo, ao longo das reuniões, que a mudança de caráter só seria completa quando nela habitasse o caráter de Deus e que isso só seria possível se ela fosse preenchida pela Presença dEle. Foi o que aconteceu.
“Hoje odeio a injustiça, porque, quando recebemos o Espírito de Deus, Ele nos guia no caminho da Verdade e nos ensina a sermos justos. É Ele Quem me orienta nas minhas decisões. Sempre falo para Deus que posso perder tudo, menos o Espírito Santo.”
Uma das atitudes que tomou quando decidiu se consertar com Deus foi pedir perdão às pessoas que tinha prejudicado e ressarcir a elas os valores que obteve ao enganá-las. O amigo Antônio Marcos Cerqueira de Sousa, de 53 anos, que a convidou para ir à Igreja, é seu marido. Juntos há 15 anos, eles tiveram uma filha, abriram uma empresa de calçados e têm clientes até fora do Brasil. Além do sucesso empresarial, eles também adquiriram uma casa. “Hoje não tenho dificuldade para fazer o que é certo. Se for para fazer algo errado, eu perco o negócio, porque aprendi a ser fiel a Deus em tudo”, conclui.
Alma negligenciada
Um fato que é negligenciado por muitas pessoas é que a qualidade das sementes está intimamente ligada ao objetivo do plantio. Plantar sementes ruins tem um efeito devastador, mas plantar qualquer semente com o objetivo errado tem um resultado ainda pior. Foi o que o empresário Robson Rossin, (foto abaixo) de 49 anos, fez. Durante toda a sua vida, seu objetivo foi vencer na área financeira. Casado e com um filho, com muito trabalho, ele conquistou bens materiais, mas, sem perceber, tornou-se servo do dinheiro. Assim, ele negligenciou a maior riqueza que o ser humano pode alcançar: ter uma alma em paz. “Dediquei minha vida às conquistas externas e não percebia que, com isso, o vazio interno só aumentava.”
Essa obstinação em crescer financeiramente teve origem ainda na infância, quando um problema de saúde fez a família perder os bens. Depois, já adulto, apesar de o dinheiro nunca lhe faltar, Robson, segundo diz, o gastava com aquilo que lhe trazia alegrias momentâneas, como viagens, festas e eventos, por exemplo. Dessa forma, quanto mais dinheiro ele conquistava, mais ele pensava que precisava dele. “Eu só tinha tempo para o trabalho, para o dinheiro e nem pensava na família. Eu só queria reunir patrimônio”, conta. Para alcançar esse objetivo, ele, então, se envolveu com “facilidades” comerciais. Apesar de a família frequentar uma denominação evangélica, Robson nunca deu importância à vida espiritual. “Sem o entendimento da Palavra de Deus, eu não tinha noção do mal que fazia a mim mesmo. Eu vivia aflito, mas achava que aquele sentimento fosse normal.”
Com a morte de seu pai, Robson entrou em depressão e tudo que tinha plantado veio à tona. Os pensamentos de suicídio eram constantes e ele acabou sendo internado. Até que, certo dia, depois de ver um programa da Universal na TV, ele resolveu ir ao Templo de Salomão, em São Paulo. Ele relembra que ao passar pela porta principal percebeu algo diferente e, à medida que foi frequentando as reuniões, aprendeu sobre a importância da Palavra de Deus. “Apesar de ser fisicamente grande e larga, a porta da igreja representava uma porta estreita: a porta da obediência à Palavra de Deus. Esta porta é estreita e difícil de passar, mas do outro lado está a colheita do bem. Contudo, para fazê-la, é preciso ouvir e aplicar a Palavra de Deus.”
Durante a pandemia de covid-19, Robson perdeu o emprego, mas soube fazer as escolhas certas. Ele conta que abriu uma empresa em um novo ramo e colheu novos frutos. “Me libertei da escravidão que tinha com o trabalho e o vazio e o apego ao dinheiro não existem mais.” Ele diz que tudo mudou: “antes, eu era muito nervoso, tinha perturbações no casamento e hoje não é mais assim. A mudança não foi só na questão financeira, mas pelo fato de o Espírito de Deus habitar em mim. Com os recursos financeiros, eu contribuo com os programas sociais da Igreja e faço com que outras pessoas que têm uma vida vazia como eu tinha conheçam a Deus de perto e busquem a Salvação.”
Ele revela que semear o que é correto, sem ficar atento para as supostas facilidades que o mundo oferece, não é fácil, porém ter paz supera qualquer dificuldade. “Plantar o correto sem dúvida é o melhor. O fruto é sempre bom, mas o tempo da colheita quem vai confirmar é Deus. Mesmo plantando o bem, ainda há frutos do passado que virão, mas a cada dia, com uma nova plantação boa, os frutos da maldade diminuirão até que tenham fim”, encerra.
De quem é a culpa?
Se nós somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas, colocar a culpa em alguém é adotar a posição de vítima e não fazer o que é preciso para mudar. Isso só leva a pessoa à solidão, afinal ninguém quer estar ao lado de alguém que culpa os outros por tudo, e ao fracasso, uma vez que ela não assume a própria responsabilidade.
Era o que acontecia com o casal Sérgio Andrade, (foto abaixo) de 43 anos, e Caroline Andrade, de 41 anos. Antes de se conhecerem, ele queria a todo custo ser feliz na vida amorosa e ela desejava ter alguém que cuidasse dela.
Entretanto o que plantavam para obter essa colheita era totalmente o oposto. “Quando alguém se aproximava, eu era grossa, arrogante, rixosa, o que fazia com que a pessoa se afastasse rapidamente”, revela Caroline.
Sérgio também não agia de modo diferente: “nunca olhar para mim e me preocupar com o erro dos outros eram alguns dos meus plantios errados”.
Apesar de terem se conhecido na juventude, eles só se reencontraram dez anos depois de Caroline ter se tornado mãe solteira. A responsabilidade de criar o filho sozinha fez com que ela levantasse um muro em torno de si, mas encontrar Sérgio a fez baixar a guarda. “Ele partiu para cima como os outros não fizeram e isso chamou minha atenção. Então, resolvi dar uma chance a ele”, diz.
Um mês depois, eles foram morar juntos e, por não se conhecerem direito, logo os problemas começaram. Caroline conta que os papéis eram invertidos: enquanto ela trabalhava muito como contadora, ele, que era representante comercial, não se firmava nos empregos. “Eu era a chefe da família. Eu mandava e desmandava e humilhava o Sérgio em rodas de amigos ou onde estivéssemos”, revela.
A postura de não depender de homem que Caroline aprendera com sua mãe e suas tias no intuito de que não sofresse lhe causava justamente um efeito contrário. “No fundo, eu queria que ele trouxesse o sustento financeiro para casa, mas, ao mesmo tempo, eu não confiava nele e acabava brigando e reclamando”, desabafa.
Sérgio relata que se sentia inferior com as atitudes da esposa que, sem perceber, o anulava. No entanto, em contrapartida, ele nunca achava que estava errado. “Nós ficávamos naquele jogo de ‘empurra-empurra’: eu a culpava e ela me culpava.” As brigas eram quase diárias, a ponto de a separação se tornar frequente. Ao todo, eles se separaram cinco vezes, mas, em todas elas, Caroline sempre tomava a iniciativa de voltar. Como tentativa para salvar o casamento, ela se demitiu do trabalho para deixar que Sérgio provesse a família. Contudo, se antes as brigas eram pela diferença de opiniões, depois foram também pela falta de dinheiro. Sérgio relata como foi essa fase: “nós perdemos praticamente tudo e fomos eu, ela e nossos dois filhos morar em um quartinho no fundo da empresa”.
Para que saíssem daquela crise financeira, Caroline voltou a trabalhar, mas as frustrações geraram outros problemas. Sérgio desenvolveu depressão e vícios em bebida alcoólica, cocaína e crack. Ele começou a passar os dias na Cracolândia e, assim, a separação foi inevitável.
Quando buscava um alívio para aquela situação, Sérgio soube das palestras da Terapia do Amor e convidou Caroline para que participasem. Entretanto, como ele não reconhecia seus erros, sua preocupação era ouvir os ensinamentos para apontar os erros da esposa. “Eu me achava autossuficiente e não enxergava que o orgulho me cegava, que eu estava falhando com a família e principalmente com ela mesma”, diz.
Caroline, porém, mesmo diante do orgulho do marido, viu nas palestras uma chance de recomeço. “A partir do momento que entendi que eu também estava totalmente errada, me entreguei por inteiro e percebi que tinha que nascer de novo para viver uma vida de verdade.” Fazendo novas escolhas, as mudanças em Caroline se tornaram visíveis e, ainda separada de Sérgio, ela continou sempre disponível para ajudá-lo.
Até que, um dia, ele sofreu uma overdose e lembrou da esposa. “A partir do momento que me vi à beira da morte, entendi onde meu orgulho tinha me levado e decidi plantar o correto dali em diante”, conta. Aliás, a mudança de atitude foi o requisito determinado por Caroline para que eles se reconciliassem. Eles participaram da Terapia do Amor juntos durante um ano e meio, antes de reatarem, e hoje comemoram três anos de um novo casamento. “Hoje a colheita tem sido em todas as áreas e esse resultado só foi possível graças ao plantio diário da obediência à Palavra de Deus”, diz Sérgio.
Não erre
Um dos maiores enganos do ser humano é pensar que suas escolhas não lhe trarão consequências. Essa, porém, é uma Lei Divina, que está em Gálatas 6.7-8: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna”.
Em sua mensagem diária, o Bispo Edir Macedo destacou o caráter de Deus diante das nossas escolhas: “Deus é tão democrático que não impõe nada a ninguém. Ele dá o livre-arbítrio, o direito de escolhermos o bem ou o mal.
Quando Deus fala ‘não erreis’, Ele está dizendo: ‘olha, você tem consciência do que é certo e do que é errado. Não cometa o erro escolhendo o que é errado, não zombe de Mim, porque tudo que você semear, vai colher. Eu Sou misericordioso, compassivo, sou amor, sou o Salvador, mas não vou deixar que você não colha os frutos das más escolhas. Os seus próprios erros vão punir você”.
Por isso, ser criterioso na escolha das sementes é fundamental para uma colheita com paz. E, como bons agricultores, devemos ter paciência, pois só vamos colher se não desfalecermos (Gálatas 6.9), ou seja, se não pararmos de semear o que é justo.