De que sua cidade precisa?
A lista de necessidades do local em que moramos, estudamos e trabalhamos é extensa, sv reclamar não é a solução
Urbanas ou rurais, conectadas por linha férrea ou rodovias, uma metrópole ou um lugar histórico, as cidades são mais do que um perímetro urbano ocupado por um núcleo populacional e que abriga residências, escolas, hospitais, igrejas, comércios e indústrias. A cidade é o local em que nascemos, crescemos, criamos memórias e concretizamos sonhos. Pelo fato de ser o lugar onde moramos, é, entre todas as unidades da federação, o que merece toda nossa atenção.
A distribuição populacional nas cidades é um dos desafios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região Sudeste abriga 41,8% dos brasileiros; 26,9% residem na Nordeste; 14,7% se concentram na Sul; a Norte, que tem a maior extensão territorial, é habitada por 8,5%; e a Centro-Oeste é lar de 8%. A alta concentração no Sudeste ocorre, comumente, pela busca por melhores oportunidades na região que concentra as principais atividades econômicas do País. O problema é que falta casa para muita gente.
Um relatório da Fundação João Pinheiro mostra que, em 2019, houve um déficit de mais de 5 milhões de domicílios na área urbana e de 832 mil na área rural, com destaque para o Sudeste, que somou um déficit de quase 2,3 milhões de domicílios.
“Com o inchaço urbano, o processo de urbanização aconteceu de forma desorganizada na maior parte do País. As cidades nem sempre estão preparadas para receber uma grande quantidade de pessoas tanto por falta de espaço como de oportunidades de emprego. Sendo assim, o inchaço urbano e a falta de moradia adequada para boa parte da população são problemas comuns”, cita Anderson Cruz, advogado, especialista em direitos sociais, mestrando em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pesquisador sobre meio ambiente e cidades.
E mais…
Tanto em Serra da Saudade (MG), que possui apenas 833 habitantes, como em São Paulo (SP), que abriga mais de 11 milhões de pessoas, a questão habitacional é apenas um dos problemas a serem enfrentados. “Cada cidade tem sua particularidade, mas muitas enfrentam os mesmos problemas em proporções diferentes, como o desemprego, a ausência de moradia digna para todos, a falta de saneamento básico e até a dificuldade para que as crianças tenham acesso à educação. A falta de acesso à saúde ou a precarização dos serviços também são problemas graves”, diz o Bispo Alessandro Paschoall, coordenador do Grupo Arimateia.
O trânsito ou a lotação no transporte público em uma metrópole se contrapõem à falta de transporte e de infraestrutura em uma pequena cidade, mas nos dois casos indicam que a mobilidade é uma questão similar nesses lugares. Por enquanto, a existência desses e outros problemas nos fazem sonhar com uma cidade ideal em que possamos ter acesso ao básico determinado em nossa Constituição Federal.
Cruz destaca que “a cidade ideal é ainda um desejo utópico, porém os seres humanos podem buscar a concretização desse anseio”, que inclui residências seguras com acesso a saneamento básico, escolas, lazer e hospitais próximos; transporte público acessível; espaços iluminados, limpos, organizados e seguros; gestores públicos transparentes, com boas práticas de governança; e oportunidades de emprego mais próximas de sua casa.
Há um caminho
Podemos, num primeiro momento, pensar que a solução para os problemas de nossa cidade será a obtenção de mais verba do governo federal ou estadual para investir em educação, saúde, mobilidade, segurança, cultura, acessibilidade, saneamento, habitação e limpeza pública. Só que, mais do que verbas, ações eficientes ou políticos comprometidos, o que sua cidade precisa é de você.
“Gostando ou não de política, todos seremos afetados por ela. Por isso, é melhor que escolhamos pessoas que irão nos representar para que, dessa forma, sejamos bem representados. Não adianta reclamar dos políticos, da situação do País ou da cidade e não votar ou, pior, vender o seu voto. A boa política começa com cada um de nós”, reforça o Bispo. O que as cidades precisam para melhorar a qualidade de vida de seus munícipes é de uma população empenhada em avaliar os candidatos ao Executivo e Legislativo municipal, em pesquisar se as propostas deles condizem com a área de atuação pretendida e com as necessidades da cidade, em escolher bons representantes que façam o que deve ser feito e em acompanhar o trabalho de cada representante eleito. Estamos prestes a escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores para atuar em nosso nome. Você já começou a pesquisar a quem vai atribuir tamanha responsabilidade?
Melhores cidades brasileiras
Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que avalia indicadores sociais e econômicos, as melhores cidades brasileiras são São Caetano do Sul (SP), Águas de São Pedro (SP), Florianópolis (SC), Balneário Camboriú (SC), Vitória (ES), Santos (SP), Niterói (RJ), Joaçaba (SC), Brasília (DF) e Curitiba (PR)
FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
Faça a sua parte!
No dia 6 de outubro, haverá eleição para os representantes da administração pública de nossas cidades: prefeitos e vice-prefeitos dos 5.568 municípios brasileiros, além dos vereadores.
O prefeito é o chefe do Executivo municipal e tem a função de administrar os serviços públicos da cidade, definir a aplicação das verbas e sancionar ou revogar leis municipais. Já os vereadores atuam no Legislativo, o que inclui fiscalizar a gestão do prefeito e a elaboração de leis. São eles que, por meio do seu voto, detêm o poder de melhorar ou não a qualidade de vida em sua cidade. “Um grande desafio político das cidades neste ano eleitoral é justamente mostrar que a mudança que é necessária se conquista com políticas públicas e não com polarização. É preciso que haja união entre o Legislativo e o Executivo municipal, para que juntos atuem em prol da população”, opina o Bispo Alessandro Paschoall.
Lembre-se: o prazo para emitir ou regularizar o seu título de eleitor é 8 de maio. Para consultar sua situação eleitoral, acesse o QR Code abaixo