Declaração de autoridade chinesa gera dúvidas quanto à eficácia da Coronavac
Cientista, porém, volta atrás, e diz que foi "mal-interpretado". Entenda
Durante uma conferência realizada em Chengdu, na China, no último sábado (10), o diretor do Centro para o Controle e Prevenção de Enfermidades, Gao Fu, declarou que a eficácia das vacinas desenvolvidas no país é relativamente baixa. Segundo ele, pesquisadores já estudam a possiblidade de misturar vacinas para torná-las mais eficazes contra a Covid-19.
“As autoridades têm que pensar em formas de resolver o problema dos níveis de eficácia das vacinas, que não são altos”. Essa declaração do diretor foi citada no site chinês “The Paper”.
O fato de um especialista chinês de renome vir a público falar da ineficácia das vacinas produzidas pelo seu próprio país gerou desconforto nas autoridades chinesas e foi repercutido pela mídia de todo o mundo, gerando grande polêmica.
“Mal-entendido”
No entanto, depois de ver a repercussão negativa de sua declaração na imprensa mundial, o cientista veio a público novamente e alegou ter sido mal-interpretado.
Ao jornal “Global Times”, o cientista se justificou dizendo que estavam se referindo às vacinas de modo geral. “As taxas de proteção de todas as vacinas no mundo são, às vezes, altas e, às vezes, baixas. Nesse sentido, sugiro que pensemos em ajustar o processo de vacinação, como o número de doses e intervalos, e adotar a vacinação sequencial com diferentes tipos de vacinas.”
Num momento em que o mundo inteiro encontra nas vacinas a única esperança para vencer a luta contra o novo coronavírus, uma declaração como essa é preocupante, para não dizer, assustadora. Além do mais, é um “tiro no pé”, tendo em vista que a China está no meio de uma intensa campanha de vacinação, para imunizar massivamente a sua população. E mais, é um dos principais fornecedores de vacina contra a COVID-19 para dezenas de outros países.
Por outro lado, de acordo com o jornal “Financial Times”, o virologista da Universidade da Hong Kong, Jin Dong-yan, afirmou que as vacinas chinesas “podem reduzir doenças graves e mortes, mas não impedem a propagação do vírus.”