Depressão: condição tem roubado sonhos cada vez mais cedo
Sobe constantemente o número de adolescentes que sofrem com o "Mal do Século". Saiba como proteger a sua família e buscar ajuda
A tecnologia e as descobertas da Medicina aumentaram consideravelmente a expectativa de vida do ser humano. No Brasil, por exemplo, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram uma tendência de crescimento na taxa por anos consecutivos. Em 2011, a esperança de vida da população do País era de 74,1 anos. Já em 2021, o índice chegou aos 77 anos. Uma ótima notícia, já que a longevidade é algo desejado pelo ser humano há anos.
Em oposição a esse desejo de viver mais, porém, é possível perceber uma onda que ganha cada vez mais força: a da insatisfação associada à depressão, o que tem levado muitos a interromperem por conta própria o curso da vida. A condição, que afeta todas as faixas etárias, tem impactado especialmente os adolescentes.
Segundo uma pesquisa recente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, nos últimos dez anos, houve um aumento considerável no nível de insatisfação e depressão envolvendo os mais jovens, sendo que o público feminino foi o mais afetado. O levantamento norte-americano mostrou que, em 2021, três em cada cinco meninas sentiram uma tristeza profunda e que um terço delas pensou em suicídio.
Na América Latina, os dados também são alarmantes. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 15% dos jovens de 10 a 19 anos têm algum tipo de transtorno mental. O número corresponde a 16 milhões de meninos e meninas que estão dando os primeiros passos na vida e já são ansiosos e têm síndrome do pânico ou depressão. O pior é que com esses transtornos surgem os pensamentos de morte. Dessa forma, o suicídio se consolidou como a terceira principal causa de óbitos na faixa etária de 15 a 19 anos. De acordo com o Unicef, são dez mortes por dia só na América Latina.
“Mal do Século”
Segundo os pesquisadores, são muitas as causas do aumento da depressão entre os jovens, inclusive a pandemia de covid-19, que os tirou da escola e de seu círculo social e os obrigou ao confinamento.
Porém, antes mesmo do advento do novo coronavírus, estudos já seguiam para outra linha de pensamento e associavam o estado depressivo ao uso excessivo das redes sociais.
Uma pesquisa feita em 2018 com 11 mil adolescentes no Reino Unido verificou que, entre aqueles que passaram em torno de uma hora on-line, o índice de depressão era de aproximadamente 15% para o público feminino e cerca de 7% para o masculino. Já entre os que gastavam cinco horas ou mais nas redes o índice subia para 38,1% no caso das meninas e 14,5% no dos meninos. A comparação da própria vida com as imagens postadas por outros usuários seria um dos gatilhos do distúrbio.
Com relação à condição física, há estudos que ligam a depressão a alterações químicas cerebrais. Mesmo assim, a Medicina considera a enfermidade incurável. Foram desenvolvidas linhas de tratamento que envolvem desde medicamentos a terapias e que tentam aliviar os sintomas persistentes, mas sem garantia de cura, de retrocesso ou de estagnação da doença.
Depressão não é frescura
Independentemente de sua origem ou da faixa etária do enfermo, a depressão causa um verdadeiro estrago e sua ação começa internamente. A Associação Americana de Psiquiatria, por exemplo, classifica a depressão como “presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhada de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo”.
Também estão associados à depressão sintomas como falta de motivação, cansaço constante, apatia, insônia e interpretação negativa da vida. Quem sofre com o problema relata ainda uma dor que considera inexplicável por não se tratar de algo físico. Conforme relata o Bispo Edir Macedo em seu blog, isso acontece porque “a depressão é o estado de desespero da alma”. Ele explica que “a sensação de vazio profundo é a maior dor do depressivo”, porém, “infelizmente, o depressivo não enxerga que a depressão é um problema da alma”.
O Pastor Jefferson Garcia, responsável nacional pelo grupo Depressão Tem Cura (DTC), criado em 2018 pela Universal para auxiliar depressivos a combaterem a doença com o uso da fé, relata que “quem sofre com a depressão sente a alma pedir socorro, chora e não sabe o porquê, vive sob opressão e uma guerra contínua de pensamentos que lhe dizem que não tem mais jeito e que é melhor desistir”. Mas isso não é verdade.
Embora tratamentos psiquiátricos, medicamentosos e outros se mostrem ineficazes na luta contra a depressão, há uma arma capaz de vencê-la, como afirma o Bispo Macedo: “tratar da depressão é tratar da alma. E para tratar da alma só existe um caminho: ouvir a Palavra de Deus, meditar nas Sagradas Escrituras, enfim, absorver o Espírito da Bíblia”.
Para auxiliar quem sofre, o DTC conta com 13 mil voluntários em todo o Brasil, muitos dos quais já estiveram também em depressão. Por terem vencido a doença, eles entendem como guiar quem ainda sofre até a vitória. “Os que buscam a ajuda do DTC são pessoas que já foram em busca de psicólogos, psiquiatras e terapeutas, mas não viram melhora. E, assim, enxergaram o nosso trabalho como a luz na escuridão. E, de fato, aqui essas pessoas são ajudadas e passam a ter prazer na vida, porque o nosso foco é a alma”, relata o Pastor Jefferson.
O DTC torna-se assim uma verdadeira corrente de solidariedade que contraria o pensamento de muitos depressivos de que estão sozinhos ou de que é impossível “sair dessa”. (Saiba mais sobre o trabalho realizado pelo DTC na reportagem da página 27).
Não espere, busque ajuda
O erro de muitos é seguir administrando a dor na alma por anos sem buscar ajuda para erradicar esse mal, seja por medo de julgamentos, por vergonha ou por orgulho. A realidade é que a depressão corrói o ser humano por dentro até que ele chegue ao seu limite. Portanto não espere chegar a esse ponto. Se você tem sofrido com a depressão, busque ajuda. Os voluntários do DTC estão espalhados por todo o Brasil e oferecem gratuitamente esperança, fé e solução para os que sofrem. Acesse depressaotemcura.com ou envie uma mensagem para o WhatsApp (11) 3573-3662.
Para os que estão descrentes em uma mudança de vida, o Pastor Jefferson Garcia orienta: “não desista. Para o seu caso, tem jeito”.