“Descobri que meu marido vê pornografia na internet”

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A aluna é casada há dez anos e tem uma vida sexual ativa com seu marido, mas está decepcionada pois ele assiste a vídeos pornográficos. Ela pede ajuda a Renato e Cristiane Cardoso.

ALUNA – Sou casada há quase dez anos e tenho uma vida sexual ativa com meu marido. Sempre estamos juntos e nunca saímos sozinhos, somente para trabalhar. Somos bem companheiros, mas descobri que ele vê pornografia na internet e fiquei muito magoada. Até pensei em ir embora de casa, me separar dele, porque acho isso uma falta de respeito. Não deixo faltar nada para ele e sempre estou bonita e me cuidando. Então, acho que ele não teria necessidade de ver esses vídeos. O que eu faço? Estou muito decepcionada e com muita vontade de ir embora e abandoná-lo.

CRISTIANE – Você tem razão de estar decepcionada. Realmente seu marido errou com você. Agora, diga: ele tem feito isso sempre ou isso aconteceu uma vez? Você não foi muito clara e, pela forma como expôs, parece que foi só uma vez que isso aconteceu.

RENATO – Deve ter sido uma vez que você o flagrou fazendo isso.

CRISTIANE – O que você deveria fazer é pegar firme mesmo com ele e dizer que não vai aceitar esse comportamento dele, que se ele continuar e fizer isso mais uma vez não haverá mais casamento. Aí, depois de dizer isso, você dá uma chance a ele. Mas, se ele continuar com a mesma atitude, você pode, sim, pensar em talvez se separar dele, para que ele veja que o que está fazendo é inaceitável no casamento.

RENATO – Normalmente, nestes casos, quem dita a regra é a mulher. Porque se você tolera, fica chateada e questiona, mas, deixa tudo como está, tudo vai “acabar em pizza” mesmo. Ele vai continuar fazendo o mesmo, porque o que você demonstra para ele é que fica muito chateada, mas não faz nada porque pensa que todo homem costuma fazer isso mesmo e que é normal. Se você pensa assim, você aceita a atitude dele. Mas, se você coloca uma regra e diz a ele que não é o tipo de mulher que aceita, que não vai tolerar que ele busque outras mulheres na internet e que ele não poderá tê-la como esposa, então, ele agirá diferente. Entenda que é você quem coloca a regra para ele. Se você for uma mulher forte, vai dizer para ele exatamente o que eu acabei de dizer e ele, se tiver um pouco de inteligência sobrando na cabeça, vai considerar. Digo isso porque já está provado que o efeito do vício da pornografia no cérebro do homem é o mesmo da cocaína. E pode ser que ele escolha a pornografia. Nesse caso, será um livramento para você. Mas, se ele reconhecer a esposa que tem, que o ama de verdade, vai considerar a sua regra. A decisão está em suas mãos. Nosso conselho é que você seja uma mulher forte e coloque essa regra para ele, porque nada justifica a pornografia. Se vocês têm uma vida sexual ativa, qual é a razão para ele buscar algo mais? Isso nós falamos não por questão de pudor. Eu digo a você que não preciso argumentar valores morais para condenar a prática da pornografia. Posso argumentar sobre princípios morais para combater essa prática. Mas por que não faço isso? Porque a ciência me apoia, me respalda nessa posição. Faça sua pesquisa e veja o que a pornografia tem causado nos seus usuários. Pesquise e converse com um médico que trata de impotência sexual masculina e ouça o que ele vai lhe dizer: que hoje a razão número 1 de impotência sexual é o vício em pornografia.
A pornografia é a propaganda mais enganosa que existe, porque ela promete apimentar a sua relação, mas, na verdade, é pimenta nos seus olhos. Ela não aumenta sua libido, mas lhe faz dependente daquilo e incapaz de desempenhar o que vê com uma mulher real. É daí que parte o nosso conselho. A escolha dos homens é deles, claro, mas faça o que achar melhor.

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Colaborador

Kaline Tascin / Foto: Getty Images