Diariamente, 100 vítimas de violência doméstica pedem ajuda

Este é o número de brasileiras que buscam o suporte do grupo Raabe

Imagem de capa - Diariamente, 100 vítimas de violência doméstica pedem ajuda

O isolamento social teve como uma das consequências o crescimento da violência doméstica contra a mulher. Apenas no Estado de São Paulo, a Polícia Militar (PM) registrou um aumento de 4,9% de casos de feminicídio em março. O Raabe – programa social da Igreja Universal do Reino de Deus – tem intensificado, em todo o Brasil, os atendimentos para oferecer apoio psicológico e judicial às mulheres que sofrem traumas, abusos e violência doméstica.

A responsável pelo Raabe, Fernanda Lellis, afirma que neste período de pandemia da Covid-19 são atendidas, diariamente, cerca de 100 mulheres brasileiras que sofrem com esse tipo de violência. Além disso, segundo ela, é possível observar que muitas vítimas estão entrando em depressão por não saberem lidar com o confinamento.

As voluntárias realizam o atendimento pelo WhatsApp nacional (11) 95349-0505, pelo e-mail projetoraabe@gmail.com e por meio das redes sociais Facebook e Instagram.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta ainda a diminuição das denúncias, que é uma das consequências causadas pelo isolamento, já que as mulheres ficam impedidas de sair de casa para prestar queixa ou têm medo de fazê-lo pela proximidade do parceiro.

Para Fernanda, “é importante que a mulher acredite que há como sair deste cenário de violência. Ela precisa buscar ajuda e apoio na família e também nos órgãos competentes”.

Doações a quem precisa
Além do amparo psicológico e judicial, o programa social também tem realizado outras ações para ajudar famílias que foram afetadas pela quarentena.

Só em abril, mais de seis toneladas de alimentos foram doadas. Além disso, foram distribuídos cerca de 800 kits de higiene e mil máscaras para proteção contra a Covid-19.

No dia 19 de maio, as integrantes do grupo realizaram uma doação de máscaras, kits de higiene pessoal, shampoo e condicionador para o Centro de Acolhida Morada do Sol, localizado no Brás, zona leste de São Paulo.

Assistência às casas de apoio
Antes da pandemia, o Raabe realizava ações em casas de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica, de abusos e em situação de rua, oferecendo palestras, cursos de artesanato, atendimento emocional com as conselheiras e atividades com os filhos das mulheres acolhidas. Neste momento, em razão da quarentena, essas iniciativas estão suspensas. Contudo o programa social continua ajudando com a doação de mantimentos, materiais de higiene e máscaras confeccionadas pelas próprias voluntárias.

Cristina (nome fictício) vivia em outra cidade, onde chegou a morar na rua e a sofrer violência doméstica e foi nessa situação que ela chegou a São Paulo. Na cidade, foi direcionada ao Projeto Raabe, que a encaminhou à Casa de Apoio Maria Maria (CAE), onde permaneceu por quatro meses.

Nesse período, ela também participou do Curso Autoconhecimento, que as voluntárias do Raabe ministravam na casa de apoio.

“Eu pude me conhecer por dentro, o que preciso mudar no meu comportamento, na minha vida. O programa social me ajudou a ter uma direção de como agir diante das circunstâncias. Quero poder ajudar outras mulheres que passam pelo que passei para que obtenham a ajuda que encontrei no Raabe”, concluiu Cristina.

imagem do author
Colaborador

UNICom / Fotos: Cedidas