Diga “tchau” aos quilos a mais
Estar com o peso adequado não é uma questão de estética ou de beleza, mas, sim, de saúde. Afinal de contas, a obesidade é uma doença que pode ser prevenida e tratada
Não é apenas uma questão da balança mostrar uns quilos a mais ou de ter uma barriga saliente: cuidar do peso corporal ajuda a manter a saúde. Muitos não sabem, mas a obesidade é uma doença crônica e multifatorial. “A obesidade é caracterizada por um acúmulo de gordura corporal que pode prejudicar a saúde, aumentando o risco de desenvolver uma série de complicações, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apneia do sono”, explica Aliny Weber, endocrinologista do Hospital Moriah.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade uma epidemia global, afinal de contas, a estimativa é de que em 2025 mais de 700 milhões de pessoas estarão obesas e outros 2,3 bilhões com sobrepeso. Você sabe qual é o principal causador dessa doença progressiva? A resposta é: os hábitos. “A gente pode até falar brincando, meio parafraseando Carlos Drummond de Andrade, que 80% do que a gente ganha ou perde de peso é boca, você come mais ou menos, e 20% é transpiração, ou seja, atividade física. Então, sem dúvida nenhuma, o fator preponderante na determinação da obesidade é o quanto e o que a gente come”, diz José Afonso Sallet, mestre em cirurgia digestiva e médico-diretor do Instituto de Medicina Sallet.
Muito além da obesidade
E não é somente a quantidade dos alimentos ingeridos que leva ao sobrepeso, mas também a qualidade deles. Carla Virgínia Borges, nutricionista coordenadora da Santa Casa de Chavantes, revela quais são os maiores vilões para o ganho de peso: “são a farinha refinada (branca) e o açúcar refinado que estão presentes em doces, tortas, refrigerantes, pão branco, salgados, batata frita, purê, arroz branco, pizza, macarrão, biscoitos, por exemplo”. Embora sejam agradáveis ao paladar, esses alimentos contribuem para o aumento de peso, o que, consequentemente, também traz outros males.
Além das doenças crônicas citadas anteriormente, Aliny lista outras que podem estar associadas ao ganho de peso: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico (AVC), esteatose hepática (gordura no fígado), artrose, refluxo gastroesofágico, síndrome de ovário policístico, infertilidade, ansiedade e depressão, aumento do triglicerídeos e do colesterol LDL (colesterol “ruim”) e diminuição do HDL (colesterol “bom”).
Vamos aprender?
Cuidar da alimentação e ter hábitos saudáveis são essenciais para o controle do peso e, consequentemente, ainda evitam uma série de doenças. Todavia, quando a pessoa já está com algum grau de obesidade (conforme o cálculo do índice de massa corporal explicado abaixo), é possível tratar. Assim como a obesidade é comumente causada pelos hábitos, é também por meio deles que se pode superá-la, embora a medicina também conte com outros tratamentos adicionais. “A obesidade é uma doença de caráter progressivo e, por mais que seja tratada com medicamentos, procedimentos endoscópicos e, em grau mais extremo, com cirurgia, o único tratamento que pode surtir resultado é um tratamento de profilaxia dessa doença e ele se baseia no ataque aos principais fatores que determinam a obesidade, ou seja, comportamento, alimentação errada e inatividade física”, diz José Afonso.
Quanto à alimentação, é importante optar por alimentos saudáveis como frutas, verduras, legumes e uma dieta com o mínimo de ultraprocessados e com comida feita em casa.
Para colocar fim no sedentarismo, a OMS recomenda a prática de 150 minutos semanais de exercício moderado. Conseguir se exercitar diariamente é difícil para muitas pessoas, mas vale começar aos poucos. Um estudo publicado na revista científica American Heart Association revela que pessoas que praticam atividade física um ou dois dias da semana também podem obter resultados satisfatórios. A regularidade não é fazer algo todos os dias, mas fazer com frequência e dedicação. Ou seja, a “falta de tempo” não é desculpa!
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