E agora só restam as cinzas…
Quando a folia acaba, aqueles que curtiram o carnaval encaram a realidade, enquanto o Brasil lida com as consequências
Antes mesmo de um novo ano começar é comum as pessoas avaliarem os feriados do ano vindouro para saberem quais cairão no fim de semana, quais poderão ser emendados e a data oficial do carnaval que, apesar de não ser um feriado nacional, proporciona dias diferenciados na rotina. Há quem veja a data como horas extras no trabalho, outros a veem como uma chance de descansar e há quem a veja como um período propício para extravasar. O carnaval é tão celebrado no País que há cidades que comemoram também o pré-carnaval no fim de semana anterior à data oficial e o pós-carnaval no fim de semana posterior.
O que buscam?
Desfiles? Música? Dança? Festas? Fantasias? Satisfação? Curtição? Cada folião dará uma resposta. Todavia o consenso geral é de que aqueles que veem o carnaval como uma oportunidade para celebrar estão em busca de uma chance de desfrutar de um momento de alegria. “As pessoas procuram, de alguma maneira, preencher o vazio que existe dentro delas, que é resultado da ausência do Espírito Santo. E quem vive nesse vazio tenta, durante todo o ano, alguma maneira de preenchê-lo, seja indo a uma balada ou a uma festa, seja namorando e, quando chega o carnaval, elas se preparam porque a consideram ‘a melhor festa do ano’ para isso, um período em que as pessoas buscam a alegria de fora para dentro. Creio que muitas se preparam para isso porque consideram que o carnaval é a principal festa para quem busca preencher esse vazio”, aponta o Bispo Adilson Silva.
Em meio a essa busca desenfreada com data para terminar, há quem encontre mais do que essa alegria: violência, vícios, abusos, doenças, acidentes, destruição familiar, dívidas, mortes, cicatrizes – como você poderá conferir nos depoimentos ao longo dessas páginas. Isso acontece porque, apesar de esse outro lado do carnaval não ser segredo para ninguém, muitos adotam um comportamento desregrado e abusam do consumo de bebidas e drogas, por exemplo, o que, consequentemente, acaba contribuindo para o aumento de brigas, agressões e acidentes. Há ainda outros pontos que colocam o carnaval com mais itens na lista de contras do que de prós, como você pode conferir no rodapé das páginas 18 e 19. Mas o maior risco de todos não é o que vemos diante dos nossos olhos ou o que alguns sentem na pele. “Eu diria que o pior risco não é o físico, mas, principalmente o espiritual. Porque as pessoas que se entregam aos prazeres da carne se afastam de Deus. Não tem como a pessoa estar perto de Deus vivendo uma vida desregrada”, opina o Bispo Adilson. O Texto Sagrado alerta que fomos chamados para a liberdade, enquanto faz um importante adendo: “(…) Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne (…). Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais de antemão vos declaro, como também já vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gálatas 5.13-21).
Ridicularização da Fé e mais
Se você duvida que as palavras “carnaval” e “espiritual” podem ser usadas na mesma frase, basta observar o que tem acontecido durante estes dias. Ao longo dos anos foram diversos os momentos em que a Fé cristã foi atacada, seja pela melodia das músicas utilizadas, seja pelos desfiles que já promoveram cenas degradantes como uma versão de Cristo mendigo, Jesus sendo espancado pelo diabo ou quando Ele foi representado como membro da comunidade LGBTQIAP+.
O que é apresentado em desfiles, bloquinhos e fantasias é, na verdade, um reflexo da própria sociedade: “A degradação moral, a inversão de valores, o ser humano se opondo às regras e, sobretudo, a aversão à Palavra de Deus têm ficado cada vez mais às claras. Então, o que antes era sutil, hoje fica bem claro que o carnaval é coisa espiritual e que há forças espirituais do mal que atuam de forma acentuada nesse período para matar, roubar e destruir”, diz o Bispo. Há, inclusive, projetos de lei que tentam proibir o escarnecimento da Fé nas apresentações carnavalescas e demais eventos culturais – afinal, apesar de algumas escolas de samba já terem sido processadas por ridicularizar a Fé cristã, já que essa prática não é um mero desrespeito, mas, sim, vilipêndio religioso (ou seja, um crime), esse ato é sempre defendido como “liberdade de expressão”.
Outro ponto importante é que o governo federal calcula que o carnaval deste ano gere um faturamento de R$ 12 bilhões. Parece muito dinheiro, certo? Mas as contribuições para sua realização não são nada insignificantes. Vamos analisar apenas uma pequena parcela investida no carnaval: o Estado do Rio de Janeiro anunciou um investimento de R$ 40 milhões, enquanto Goiás foi mais modesto e repassou R$ 3 milhões. O Estado do Amapá investiu R$ 7,5 milhões e Minas Gerais destinou R$ 11 milhões. O Rio Grande do Norte disponibilizou R$ 10 milhões, enquanto, em Santa Catarina, a Fundação Catarinense de Cultura liberou R$ 1,8 milhão. O Estado do Maranhão investiu mais de R$ 22 milhões, mas a Bahia ultrapassou todos eles e somou um valor superior a R$ 200 milhões. Esses são alguns dos repasses divulgados, há ainda os aportes de patrocinadores e os oriundos das prefeituras. Em São Paulo, por exemplo, somente a prefeitura da capital paulista investiu R$ 63,5 milhões. Vale lembrar que todo o dinheiro arrecadado pelo governo, seja ele federal, seja estadual ou municipal, se origina dos impostos pagos por todos os cidadãos.
Aliás, apesar do “fomento econômico” esperado, esse dinheiro poderia ser destinado a outras áreas que realmente trazem benefícios à toda a sociedade a curto, médio e longo prazo. Já imaginou se esses valores fossem investidos na educação, na saúde, na infraestrutura, na segurança pública, no saneamento básico ou revistos para a diminuição de impostos? “Embora algumas pessoas defendam que isso é bom para o País, porque traz recursos, porque atrai o turismo, porque movimenta o comércio e a economia, eu creio que entre prós e contras só existem contras, porque o dinheiro que entra depois tem que sair para a saúde pública para lidar com o problema com os viciados. Mesmo com todo o impacto que a festa causa, no final o saldo é extremamente negativo, sem falar naquilo que o dinheiro não é capaz de reconstruir. Por exemplo: quantas famílias são destruídas? Quantas esposas perdem o marido para uma amante no carnaval, ou vice-versa?”, destaca o Bispo.
O cerne da questão
O mal é astuto e sagaz, convence as pessoas de que elas são livres, mas, na verdade, elas são escravas de seus prazeres por perseguirem desenfreadamente a alegria. O fato é que elas a procuram nos lugares errados e, por isso, essa busca nunca chega ao fim. Você já se perguntou por que o carnaval não é a melhor fonte de alegria? A resposta é: porque ela acaba depois da folia – há até quem faça o trocadilho dizendo que a quarta-feira pós-carnaval é chamada de Quarta-Feira de Cinzas por um motivo que não se restringe ao início da quaresma. É fácil ser feliz em uma festa rodeado por uma multidão, mas basta perguntar a alguém se a alegria que alega ser contagiante no carnaval se mantém depois dele.
Quando a comemoração cessa, as fantasias são retiradas e a cabeça é colocada no travesseiro, essa alegria de fato permanece? “A verdadeira alegria é aquela que não depende de nada exterior. É a alegria que vem do Espírito Santo, de dentro para fora. Quem quiser obtê-la deve viver de acordo com a Palavra de Deus. Aqueles que assim decidem recebem o Espírito Santo e Ele faz com que tenham a verdadeira e contínua alegria em seu interior”, diz o Bispo.
Não importa se você se rendeu aos prazeres da carne até aqui. Se você deseja conhecer e desfrutar da verdadeira alegria, há um caminho disponível: usufruir da sua liberdade para realmente ser livre. Como? Entregando sua vida ao Senhor Jesus e conhecendo-O de verdade. Assim, as Palavras dEle registradas em João 16.22 se cumprirão em sua vida: “o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará”.
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