“Efeito Zoom” aponta uma preocupação com a aparência acentuada pela pandemia

Comportamento acende um alerta importante sobre os riscos do excesso de procedimentos estéticos e sobre vaidade

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A preocupação excessiva com a aparência parece ter sido ainda mais acentuada pela pandemia e gerado uma nova onda de procedimentos estéticos. A disparada na procura por rinoplastias, as cirurgias plásticas no nariz, tem sido chamada de “efeito Zoom”, em referência a uma das plataformas digitais mais conhecidas de videoconferência.

Especialistas sugerem que esse efeito despontou porque muitas pessoas passaram a observar mais suas características pelas telas dos dispositivos, especialmente nos períodos mais restritivos, em chamadas de vídeo e reuniões online. E, as câmeras dos celulares, por exemplo, provocam uma distorção da imagem e “aumentam” o nariz.

Depois de uma queda durante os primeiros meses da pandemia, a procura por cirurgias plásticas no Brasil já registrava um aumento de 30%, entre setembro e outubro de 2020. O País apresenta índices de destaque nesta área. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS) — organização que compila dados de cirurgiões de 110 nações — , mais de 13% de todas as cirurgias plásticas realizadas em 2019 foram no Brasil.

Experiências negativas

A rinoplastia é uma cirurgia feita na estrutura nasal para corrigir disfunções do nariz, como o desvio de septo, por exemplo. Mas, também, para melhorar a estética. O procedimento se tornou uma febre entre influenciadores digitais e artistas. Bem como a harmonização facial, conjunto de procedimentos estéticos que visa a harmonia do rosto.

Entretanto, muitos dos que escolheram passar por tais procedimentos, por mera vaidade, relataram experiências negativas. O que acende um alerta importante sobre os riscos do excesso de procedimentos estéticos.

Assim como aconteceu ao cantor Lucas Lucco que se arrependeu depois de fazer uma harmonização facial e perder as expressões naturais do rosto. Então, decidiu remover todo a substância injetada em um processo que demorou mais de um ano. Semelhantemente, a modelo Liziane Gutierrez, que fez mais de 20 cirurgias plásticas, também passou por um processo de remoção de substância após o seu organismo rejeitar uma harmonização facial.

A beleza que há no interior

Sobre estes casos, a jornalista Ana Carolina Cury, em sua coluna no R7, comentou que “a promoção do empoderamento, da busca pela perfeição a qualquer custo e também a procura pela cura da insegurança por meio da aparência física tem feito com que homens e mulheres se submetam a muitos riscos. Afinal, a preocupação com a vaidade pode atingir limites muito perigosos. A verdade é que mesmo que os procedimentos deem certo, as pessoas normalmente continuam insatisfeitas com algo no próprio corpo.”

O zelo com o corpo é fundamental para manter uma boa saúde tanto física quanto mental. Contudo, enquanto as pessoas priorizarem apenas a beleza física e a vaidade, vivendo em função do excesso de cuidados com o exterior, serão infelizes. Pois, estarão também se esquecendo do mais importante que é cuidar do seu estado espiritual. E, investir na beleza do que há no interior.

“E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.” Eclesiastes 2: 10-11

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Colaborador

Redação / Fotos: Istock