Ela ficava 24 horas pensando em morrer

Usuária de drogas aos 11 anos de idade e garota de programa aos 12, Kate Emanuelly não via saída para seus problemas

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É comum que os filhos queiram ser como os pais ou fazer o que eles fazem, pois os genitores são as primeiras referências de vida para eles. O pai da vendedora Kate Emanuelly Vieira, de 18 anos, negligenciou esta informação quando começou a usar drogas. Ela tinha 11 anos de idade à época e conta que costumava pensar o seguinte: “se ele está usando, então é bom”.

A jovem não ficou atenta à destruição que as drogas estavam causando na vida de seu pai e de sua família. Sua mãe, por exemplo, decidiu se divorciar após 19 anos de casamento por conta das agressões que sofria por parte dele. “Eu também recorri às drogas para tentar preencher um vazio que estava dentro de mim. Foi aí que comecei a fumar cigarro, até duas cartelas por dia, maconha e a usar lança-perfume”, diz.

Para sustentar os vícios, Kate começou a trabalhar aos 12 anos, mas sua dependência de drogas era tão grande que o salário que ela recebia não era suficiente para comprar os entorpecentes.

A prostituição foi a “solução” que ela encontrou para seu problema. “Comecei a sair com homens até a troco de bebidas. Quando eu estava no ato sexual, chorava e não queria estar ali, só que a dependência era tamanha e eu não via escapatória.” Ela acrescenta que se sentia inquieta e isso afetava sua rotina. “Quando passava o efeito da droga, eu não conseguia dormir porque ouvia pessoas me chamando e sentia como se estivessem me empurrando. A tristeza era tão grande que a vontade de me matar estava presente 24 horas na minha cabeça, mas eu não tinha coragem. Eu pedia todos os dias a Deus que tirasse a minha vida.”

Haja luz
Em um desses momentos em que pedia a Deus que tirasse a sua vida, Kate viu na TV um programa da Igreja Universal em que um pastor fazia um desafio aos telespectadores e dizia que haveria luz na vida de quem comparecesse à Igreja naquele dia. “Era o que eu precisava, porque eu vivia na escuridão da prostituição, das drogas, dos vícios e das brigas na minha família. Eu aceitei o desafio e fui. Chegando lá, não me recordo o que o pastor falava porque eu só chorava porque não conseguia entender como Deus poderia querer alguém como eu, uma garota de programa viciada, vazia, com uma família desestruturada. Aquele lugar era um ambiente de paz para mim”, recorda. Ela tinha 15 anos na época.

Ao chegar em casa, ela já percebeu que algo tinha mudado, pois sentia nojo todas as vezes que tentava fumar. “A partir dali eu deixei as drogas, as amizades que me influenciavam ao erro, e o contato com homens que me levavam para a prostituição. Continuei indo às reuniões, pois queria saber mais sobre aquele Deus.”

Uma nova pessoa
Ao decidir entregar sua vida ao Senhor Jesus, Kate enfrentou a resistência da própria família. Ela lembra que foi expulsa de casa pela mãe depois que compartilhou com ela sua decisão de se batizar nas águas.

Sabendo que o que estava acontecendo fazia parte da caminhada na fé, Kate não teve raiva da mãe. Depois de se batizar, ela sabia que precisava do batismo com o Espírito Santo, pois disso dependia sua própria Salvação.

Durante a transmissão de uma reunião da Igreja, um Bispo determinou que aqueles que já tinham entregado a vida a Deus receberiam o Espírito Santo durante a oração de busca. Foi assim que, na laje de sua casa, enquanto orava, Kate teve certeza que tinha recebido a maior riqueza que alguém poderia ter. “A partir daquele momento eu já não era a mesma pessoa. Eu não queria mais morrer, queria viver e passar vida para as pessoas. Hoje é tudo totalmente diferente: não tenho mais aqueles complexos que tinha no passado e, apesar de enfrentar problemas, eu tenho força dentro de mim, pois o Espírito Santo me dá discernimento e direção para vencer as lutas. Trabalho, tenho um relacionamento maravilhoso com a minha mãe e me casei.”

Ela destaca que foi bem acolhida na Igreja Universal: “ninguém apontou o dedo para mim. Foi na Universal que conheci a verdadeira felicidade, que é o Espírito Santo, que hoje habita em mim. Se não O tivesse encontrado não sei o que teria sido da minha vida”, finaliza.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: Demetrio Koch e arquivo pessoal