Ela só queria um pouco de paz

Desde cedo, a técnica de enfermagem Deise Mercês Moreira, de 38 anos, viu o vício e a depressão baterem à porta

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As memórias de infância da técnica de enfermagem Deise Mercês Moreira, de 38 anos, lhe trazem de volta a imagem do pai alcoólatra. “Quando meu pai bebia muito, ele passava mal. Na última vez que ele entrou em coma alcoólico, inclusive, quase morreu”, conta Deise, que também presenciou a mãe incorporar com espíritos dentro de casa. “Ainda na infância, comecei a me sentir feia e achava que ninguém se importava com o que eu falava e com o que eu sentia. Cresci e, na adolescência, já sentia um vazio, mas fui preenchendo com poucas amizades e relacionamentos. Mesmo assim, dentro de mim, existia um vazio muito grande, eu me sentia muito sozinha e também tinha medo, tristeza, mágoa e raiva”, enumera.

Deise precisou assumir responsabilidades desde cedo, pois sua mãe teve depressão. “Por conta das medicações que ela tomava, eu cuidava do meu irmão e dos afazeres da casa. Um dia, quando trocava meu irmão para levá-lo à escola, por alguns instantes, minha mãe deixou de nos reconhecer. Tive que pedir ajuda e ela foi internada.” Deise conta que a família passou por muitas dificuldades financeiras, que se somaram às brigas que envolviam seu pai. “Os familiares o culpavam. Então, como ele já tinha muitos conflitos internos, ao ver minha mãe naquela situação e a vida toda destruída e aparentemente não existir uma saída, ele pensou em se matar e matar a família toda. Ele se sentia incapaz e destruído por dentro. Foi uma época de muito desespero”, detalha.

A DEPRESSÃO
Aos 26 anos, foi a vez de Deise conhecer a depressão, que veio, conforme relata, “com ansiedade generalizada”. Os especialistas prescreveram medicamentos e sessões com psicólogos. “Ao mesmo tempo, eu adoeci com um nódulo no pescoço e o médico falou que a hipótese era de que fosse um tumor maligno. Eu já tinha tido meu filho mas, pelo fato de estar em um casamento malsucedido e que depois chegou ao fim, foi minha vez de cogitar em acabar com a minha vida. Eu me tornei uma pessoa profundamente vazia. Enquanto na adolescência eu buscava refúgio em relacionamentos, na vida adulta recorri ao trabalho, mas não foi o suficiente”, revela.

TRANSFORMAÇÃO
Foi graças a um programa da Universal que o pai de Deise ouviu falar da Fé e que havia, sim, uma solução para a vida deles. Há nove anos, movida pela curiosidade, Deise perguntou ao pai aonde ele estava indo e decidiu ir com ele. “Quando eu pisei na Igreja, percebi algo diferente.

Ao participar das reuniões, entendi que poderia deixar a depressão, a ansiedade, os traumas e todos os complexos. Tudo que eu queria era paz”, diz. Ela relata que a mudança começou a acontecer quando ela entendeu que seu maior problema não era a família nem a situação financeira, mas a ausência do Espírito Santo. “Eu entendi que era necessário perdoar, inclusive a mim mesma, e me lancei na Fé. Quando recebi o Espírito Santo, tudo se transformou. Não sofro mais com depressão nem ansiedade e deixei de ter traumas e complexos. Hoje, tenho paz, alegria e prazer em viver. O Espírito Santo é um presente que me fez uma nova pessoa. Eu tinha medo e não sabia tomar decisões, mas, agora, Ele me auxilia a fazer as escolhas certas e a ter direcionamento na vida. As lutas continuam, mas dentro de mim tudo mudou, pois tenho certeza de que Ele está comigo”, finaliza.

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Demetrio Koch