Eleições municipais de 2020 não terão biometria para evitar contágio pela COVID-19
Decisão foi tomada após primeira reunião de técnicos do tribunal com uma equipe de médicos
As eleições municipais desse ano no Brasil não vão ter mais identificação por meio de impressão digital. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, decidiu excluir a necessidade da biometria, tendo em vista o risco de contágio pela COVID-19. A decisão foi tomada após uma primeira reunião de técnicos do tribunal com uma equipe de médicos infectologistas que atuam no combate à doença no País.
Os médicos são David Uip, do Hospital Sírio Libanês, Marília Santini, da Fundação Fiocruz, e Luís Fernando Aranha Camargo, do Hospital Albert Einstein. As três instituições que representam firmaram parceria com o TSE para a elaboração de um protocolo de segurança, que permita reduzir os riscos durante a votação no contexto atual da pandemia. De acordo com o TSE, a consultoria sanitária é prestada sem custos.
Dois fatores foram avaliados para a decisão. A identificação biométrica pode aumentar as possibilidades de infecção. Já que o leitor de digitais não pode ser higienizado com frequência, a cada utilização por um eleitor. Ademais, a identificação por meio de impressão digital tende a causar filas e aumentar as aglomerações. Uma vez que o processo de votação por biometria é mais demorado do que o processo com coleta de assinatura.
A decisão deverá ser incluída nas resoluções das Eleições 2020, a partir de agosto, após a volta do recesso judiciário. O grupo de médicos deve se reunir semanalmente para definir as regras e a cartilha de cuidados que serão tomados durante todo o processo eleitoral municipal desse ano.
Outras medidas frente à pandemia
A Justiça Eleitoral iniciou o cadastramento biométrico em 2008. Desde então, já colheu as impressões digitais de 119.717.190 eleitores, que estariam aptos a votar pelo novo sistema. O TSE planeja cadastrar todos o eleitorado de mais de 150,5 milhões de pessoas até 2022.
Até então, o eleitor que não comparecesse ao cartório eleitoral para a revisão cadastral poderia ter o título cancelado. Excepcionalmente, neste ano, devido à pandemia, o TSE suspendeu o cancelamento de 2,5 milhões de documentos.
Ainda devido à pandemia, o Congresso promulgou uma emenda à Constituição que adiou o primeiro turno de 4 de outubro para 15 de novembro. O segundo turno foi alterado de 25 de outubro para 29 de novembro.