Eles encontraram a luz no fim do túnel

Tristeza, desânimo, medo, angústia e falta de vontade de viver acompanharam Greice, David e Amanda durante boa parte de suas vidas. Saiba como eles superaram a depressão e conquistaram a alegria de viver

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Você sabia que mais de 11 milhões de brasileiros sofrem de depressão? Este número representa cerca de 5,8% da população do País, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além disso, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas em todo o mundo: 18,6 milhões de indivíduos convivem com o transtorno.

Juntas, a ansiedade e a depressão representam uma combinação perigosa que gera impactos em todas as áreas da vida.

Nos últimos meses, o isolamento social recomendado por causa da pandemia do novo coronavírus agravou ainda mais essa situação. O aumento do desemprego, os conflitos familiares, as incertezas, a morte de pessoas queridas e a preocupação com a saúde se transformaram em gatilhos para novos casos de depressão e ansiedade.

Segundo pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), os casos de depressão podem ter dobrado, enquanto as ocorrências de ansiedade e estresse tiveram aumento de 80% por causa da pandemia. O estudo foi feito com 1.460 pessoas em 23 Estados e de todas as regiões do País, que responderam a um questionário com mais de 200 perguntas em dois momentos, entre março e abril de 2020.

ALERTA
Os transtornos mentais sem tratamento podem levar ao agravamento do sofrimento e a desfechos trágicos. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias, como álcool e outras drogas.

Se você está acumulando sentimentos como tristeza constante, perda de interesse por coisas que antes apreciava, ansiedade, medo, desânimo e pensamentos de que sua vida não vale a pena, saiba que existe saída. Quer saber qual é? Acompanhe as histórias a seguir.

Angústia
Greice Nogueira (foto abaixo) sofreu com sentimentos de angústia, tristeza e pânico por cerca de dez anos. “Na adolescência, fui usuária de drogas, mas tinha superado isso na Universal, mas aos 18 anos eu me afastei da Igreja, comecei em um emprego novo e voltei a beber e a fumar.”

Eles encontraram a LUZ no fim do túnel

Além do excesso de bebida alcoólica, Greice conta que entrou em um relacionamento amoroso conturbado que durou cinco anos. Depois do término, ela engatou em outro relacionamento. “Conheci um homem mais velho e fiz dele o centro da minha vida. Em 2017, quando o namoro chegou ao fim, comecei a sentir angústia, só chorava e não tinha mais vontade de sair da cama.”

Aos poucos, Greice foi consumida pela depressão. “Era um tormento. Eu me sentia triste o tempo todo e comecei a ter síndrome do pânico, me sentia perseguida e tinha medo de sair na rua.” Ela não conseguia lidar com o fim do relacionamento. “Quando estava sozinha, eu não gostava da minha própria companhia e na multidão me sentia atormentada. Tentei o suicídio.”

Ela relata que a situação piorou depois da morte de seu pai. “Eu comecei a não saber o que era realidade, fiquei muito agressiva e ouvia vozes.” Depois de uma crise, Greice foi levada ao hospital. “Fiquei na ala psiquiátrica. Eu perdi a minha saúde mental. Era um sofrimento, minha alma doía, meu coração sangrava, era como se eu estivesse em um filme de terror. Eu achava que não tinha saída.”

Mudança
A vida de Greice começou a mudar depois que ela recebeu uma visita. “Uma obreira da Universal foi me visitar e me falou que o Senhor Jesus tinha o poder de me tirar daquele lugar. Ela me visitou em uma terça-feira e tive alta na quinta-feira da mesma semana. Saí do hospital com um monte de remédios e um encaminhamento para o Centro de Atendimento Psicológico e Social (Capes), mas saí também com uma revolta. Eu não aceitava mais aquela vida de sofrimento”, diz.

Greice voltou a participar de reuniões na Universal. “Lembrei que Deus existia. Comecei a ir às reuniões às sextas e quartas. Às vezes, eu pensava em desistir, mas os obreiros me orientavam. Começou a nascer uma força dentro de mim.”

Ela conta que deixou de ouvir vozes e voltou a dormir bem. Aos poucos, a tristeza deu lugar à esperança e à fé. “Foram seis meses para me libertar completamente. Deixei de tomar os remédios e nunca mais tive angústia ou vontade de morrer. Eu recebi o Espírito Santo e hoje tenho paz e alegria. Tenho certeza que depressão tem cura”, afirma ela, que hoje tem 31 anos e é voluntária do grupo Depressão Tem Cura (DTC), projeto da Universal que ajuda pessoas que passam por dificuldades.

Morte de parente
Há 12 anos, David Denuci (foto abaixo) começou a sofrer de depressão, que começou depois da morte de um familiar. “Eu estava de férias e recebi a notícia da morte do meu cunhado, que era uma pessoa muito importante para nós. Comecei a não comer e a não dormir direito. Depois, comecei a pensar que não acordaria mais se dormisse.”

Aos poucos, os sintomas de David foram piorando e começaram a afetar sua rotina pessoal e profissional. “Eu não tinha mais cabeça para enfrentar o dia a dia. Fui perdendo a vontade de viver”, relata. Em seguida, vieram crises de síndrome do pânico. “Eu suava frio, meu coração acelerava e eu tinha a sensação de que iria morrer.”

Remédios
David foi ao psiquiatra e começou um tratamento. “Fiquei quatro anos tomando antidepressivo e tinha até um remédio sublingual (colocado debaixo da língua) para tomar quando a crise fosse muito forte. Eu tinha desejo de morrer e achava que não tinha solução para mim.” Na ocasião, ele recebeu uma licença médica.

Um dia, ele conta que teve uma crise enquanto dirigia e precisou parar o carro. “Eu estava passando mal, com palpitação, liguei para a minha esposa e entrei em uma Igreja que estava aberta. Eu tinha a sensação de que iria morrer. Então, um pastor veio ao meu encontro e perguntou o que estava acontecendo. Ele fez uma oração e disse que eu conseguiria dormir bem naquela noite.”

David recebeu o convite para participar das reuniões às sextas-feiras na Universal. “Na primeira vez eu já senti uma paz e o meu medo passou. Foram sete sextas-feiras e, nesse período, eu me senti livre da depressão. Ouvi e acreditei na Palavra que vinha do Altar”, recorda.
David conta que, depois de 15 dias de afastamento do trabalho, ele conseguiu retomar suas atividades como representante comercial.

“Depois de participar da campanha da Universal, eu parei de tomar os medicamentos para a depressão e nunca mais voltei a tomar.”

Hoje, aos 40 anos, David garante que sua vida está completamente mudada. “Posso contar que eu fui curado da depressão. Sou voluntário do grupo Depressão Tem Cura e ajudo a levar luz a outras pessoas que estão passando pelo que eu vivi no passado”, finaliza.

Tem saída
O Pastor Jeferson Garcia, responsável nacional pelo grupo Depressão Tem Cura (DTC), explica que a iniciativa apoia pessoas que já não veem saída para seus problemas. “Nosso trabalho chega a pessoas que acham que não existe solução, muitas já tentaram o suicídio e são estigmatizadas. Nós as convidamos para as reuniões de libertação que ocorrem às sextas-feiras na Universal. Lá, explicamos que por trás da depressão há um espírito e esse mal que age na vida delas pode ser arrancado.”

Atualmente, o grupo conta com 7 mil voluntários em todo o Brasil. O DTC promove diversas ações ao longo do ano, como o SOS Vida, contra a depressão e o suicídio, realizado em 6 de setembro por ocasião do Setembro Amarelo. Só nesta data, mais de 100 mil pessoas foram impactadas pela ação. “Essas pessoas se abrem com nossos voluntários, contam sua situação, falam de suas angústias. Muitas veem as mensagens de nossas camisetas, vêm até nós e contam que já tentaram superar a depressão. Nós compartilhamos nossos testemunhos, nossas histórias”, diz o Pastor. Ele aponta alguns sinais de que a pessoa precisa buscar ajuda: “se começa a se isolar, fica sem vontade de comer, de tomar banho e de fazer tarefas do dia a dia, vive triste e tem pensamentos negativos”.

Infância
Amanda Zagatto, (foto abaixo) de 47 anos, diz que seus problemas começaram na infância. “Eu era uma criança retraída, inibida, chorava muito. Eu acreditava que fosse por causa da separação dos meus pais. Aos 14 anos, alguém falou que eu tinha que desenvolver a mediunidade para superar a tristeza profunda. Comecei a fazer isso, mas piorei. Passei a ter enxaqueca, dores de estômago, perturbações noturnas. Eu fazia exames, mas não aparecia nenhuma doença.”

Eles encontraram a LUZ no fim do túnel

Amanda então começou a beber e a fumar. “Eu não conseguia dormir, bebia uísque para tentar controlar a insônia.” Aos 16 anos, foi diagnosticada com depressão. “Eu queria morrer, comecei a tomar antidepressivos e calmantes. Não tinha vontade de viver.”Mesmo após a adolescência, a tristeza continuou a acompanhá-la. “Isso me atrapalhava no trabalho, nos estudos e nos relacionamentos.”

Entre idas e vindas da depressão, Amanda se casou e engravidou três anos depois. “Eu não era feliz no casamento. A gravidez foi uma época difícil e pensei muitas vezes em morrer.”

As dificuldades continuaram depois do nascimento do filho. “Meu casamento estava destruído, eu saí do emprego por causa da depressão e não tinha prazer em cuidar do meu filho. Isso me destruiu completamente. Eu não era compreendida, minha família achava que era frescura, mesmo com diagnóstico médico.”

Amanda não via saída, até que recebeu um convite. “Minha cunhada me convidou para ir à Universal em uma terça-feira. No primeiro dia, consegui dormir e nunca mais tive dor de estômago e enxaqueca. A Palavra de Deus me deu esperança, força e vitalidade desde o primeiro dia. Passei por um processo de libertação difícil, mas nunca mais tive vontade de morrer. Depois, fui batizada com o Espírito Santo e vi uma mudança de pensamento em todas as áreas da minha vida”, comemora ela, que está há 23 anos na Universal.

Se você se identificou com alguma dessas histórias, procure ajuda. A sua vida vale muito.

 

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Colaborador

Rê Campbell / Fotos: Demetrio Koch / Arte: Edi Edson